Recorde aqui as incidências do encontro
Roberto Martínez surpreendeu ao mudar a tática com a presença de apenas António Silva e Rúben Dias no eixo e quatro médios - Palhinha, Bruno Fernandes, Bernardo Silva e Vitinha.
Do lado da Eslováquia, o italiano Francesco Calzona manteve o onze base, deixando o avançado Bozenik, do Boavista, no banco de suplentes.
À procura de si mesmos
A equipa das quinas quase marcava no primeiro lance do jogo, mas o remate de Vitinha saiu desenquadrado. A partir daí, muitas dificuldades, tanto na fase de construção, como defensiva. Sem bola, a equipa alinha num 4-2-3-1 com Vitinha a ocupar a posição mais ofensiva do meio-campo, mas em ataque Palhinha recuava para junto dos centrais.
Por seu lado, os eslovacos pressionavam alto e impediram desde cedo a construção desde trás de Portugal, com Diogo Costa a ver-se obrigado a pontapear para a frente. Destaque ainda para duas boas oportunidades consecutivas dos anfitriões, primeiro com Polievka, no coração da área, a atirar à figura do guardião português, depois numa bola metida em profundidade em que Rúben Dias e Diogo Costa desentenderam-se, valendo a má receção do avançado.
Bruno Fernandes ficou muito perto de inaugurar o marcador, depois de roubar a bola ao adversário junto à grande área, mas o remate junto à marca de grande penalidade foi encaixado por Dúbravka. Apesar destes lances, o jogo não estava a ser bonito, nem bem jogado.
No fundo, tratava-se de explorar o erro do adversário com a pressão alta até porque Portugal não conseguia controlar e a Eslováquia não conseguia, nem queria, criar. Num livre lateral, Vitinha tentou surpreender ao bater direto e a bola saiu perto do poste. Na outra baliza, num lance rápido de ataque, Haraslin acertou mesmo no ferro.
Aniversariante trouxe a prenda
Na resposta, aos 43 minutos, Bruno Fernandes foi conduzindo a bola sobre a direita, com uma simulação de corpo evitou um defesa, esgueirou-se na área e, de ângulo apertado, rematou forte e cruzado para inaugurar o marcador. Um tiraço do red devil no dia do seu 29.º aniversário, caso para dizer que trouxe o bolo, as velas e a prenda, numa altura em que assume cada vez mais preponderância com as quinas ao peito.
Gestão sem risco
Sem alterações ao intervalo, voltaram a ser os portugueses a criar o primeiro lance de perigo, numa incursão de João Cancelo pelo centro do terreno que terminou com um remate à entrada da área para defesa tranquila. Respondeu a Eslováquia numa boa jogada entre linhas, com Duda a simular o remate e a soltar para Schranz que, dentro da área e em esforço, rematou ao lado perante a mancha de Diogo Costa.
Ronaldo teve uma grande oportunidade para marcar, mas falhou o remate de primeira depois de uma simulação de Vitinha que deixou o capitão com tudo para fazer o golo. Na tentativa de emendar, o avançado atingiu Dúbravka e viu o cartão amarelo que o tira do próximo jogo, com o Luxemburgo. E vieram as primeiras mexidas: Nélson Semedo, Otávio e Pedro Neto entraram para os lugares de Cancelo, Vitinha e Rafael Leão, com Bozenik a entrar do outro lado.
Notou-se a diferença e fez bem a Portugal a energia de Otávio e a irreverência de Neto. Perto do minuto 70, uma jogada bem desenvolvida pelos lusos terminou com o tiro de Ronaldo à entrada da área ao lado. Pouco depois, numa das raras aparições dos eslovacos no último terço, Milan Skriniar cabeceou na pequena área por cima da trave.
Numa altura em que o jogo começava a ficar partido, Bruno Fernandes leu bem o contra-ataque, serviu de bandeja Cristiano Ronaldo, cujo remate de primeira foi travado por uma boa defesa à queima-roupa de Dúbravka. Os minutos finais foram de maior risco dos eslovacos, muitos mais elementos envolvidos no ataque, mais perto da área, com Bozenik a deixar bons sinais desde a sua entrada, embora sem haver lances perigo.
Martínez acabou por não mexer mais, Portugal meteu o jogo no congelador e celebrou a quinta vitória em cinco jogos, permitindo ao treinador espanhol fazer história ao conseguir o melhor arranque de sempre de uma era na equipa das quinas.
Homem do jogo Flashscore: Bruno Fernandes (Portugal).