Cinco minutos de fúria: Magia de Yamal e classe de Olmo dão a volta à França
Acompanhe aqui as incidências do encontro
Obrigado a mexer devido a castigos, De la Fuente lançou os veteranos Navas e Nacho na defesa, além de Dani Olmo no miolo para suprimir a lesão de Pedri, enquanto Deschamps optou pelo regresso de Rabiot e deixou cair Griezmann em detrimento de Dembelé no ataque.
Futebol laminado
O duelo começou com os ingredientes certos de uma final antecipada, com Yamal a servir Fabian Ruiz de bandeja ao segundo poste, mas o médio cabeceou por cima. Na resposta, Dembelé trabalhou bem para descobrir Mbappé aberto sobre a esquerda, o astro fez o mesmo que o jovem espanhol e descobriu Kolo Muani que não perdoou e inaugurou o marcador, aos 08 minutos. A vantagem deixou os gauleses à vontade para explorar os contra-ataques e Navas teve que sacrificar ver um amarelo cedo para travar uma jogada perigosa de Rabiot.
A La Roja foi paulatinamente ganhando o controlo, sem criar oportunidades, até que a irreverência de Lamine Yamal fez a magia própria destes torneios. Aos 21 minutos, a jóia do Barcelona tirou da cartola um remate a 25 metros e a 102 quilómetros por hora que entrou onde a coruja dorme, sem hipóteses para Maignan. Convém recordar que o rapaz tem apenas 16 anos... e voltou a fazer história.
Ainda o mundo recuperava do truque de ilusionismo quando, quatro minutos depois, Dani Olmo aproveitou o mau alívio a um cruzamento dentro de área para tirar um defesa da frente, colocar-se diante do guardião francês e disparar cruzado, com Koundé a desviar para a própria baliza. Mas calma, desta vez foi não houve autogolo e o espanhol do Leipzig igualou o lote de melhores marcadores, com três tentos apontados.
Ainda só estavam decorridos 25 minutos, mas parecia um jogo inteiro tal a qualidade que nos foi apresentada esta noite em Munique. Como nem tudo são rosas e os jogadores não são de ferro, não houve mais oportunidades claras de golo até ao descanso, até porque as equipas não queriam desmontar o seu tabuleiro de xadrez.
(Des)conexão francesa, consistência espanhola
Sem alterações ao descanso, a França tinha dificuldades em chegar com perigo ao último terço, apesar das melhores tentativas de Dembelé e Mbappé. Tal era a pressão que Navas, de 38 anos, não aguentou uma hora de jogo e foi substituído devido a dificuldades físicas. O melhor que os bleus conseguiram foi um cruzamento traiçoeiro de Dembelé que Simón quase desviava para a própria baliza.
Deschamps não teve meias medidas e fez três alterações de uma assentada, lançando Griezmann, Camavinga e Barcola, abdicando de dois médios e do marcador do golo. No entanto, a Espanha manteve-se à distância de surpresas, controlando a posse de bola e os ataques adversários. Ainda assim, uma jogada de insistência deixou a bola à mercê de Théo Hernández à entrada da área, valeu aos espanhóis que o pé direito não é tão afinado como o esquerdo e a bola só parou na bancada.
Os últimos minutos foram marcados pelo risco total dos bleus, enquanto os espanhóis mantiveram-se fiéis aos seus princípios com as entradas de Oyarzabal e Merino para privilegiar a posse de bola e Yamal voltou a ameaçar um golo de levantar o estádio.
Nos últimos instantes, uma rara desanteção defensiva permitiu a Mbappé fazer o seu movimento preferido da esquerda para o meio, mas o remate do futuro jogador do Real foi parar à bancada e não parece que vá ter uma má receção quando chegar a Madrid. A Espanha voltou a superiorizar-se à vizinha França e está na final do Euro-2024.
Homem do jogo Flashscore: Lamine Yamal (Espanha).