A 13.ª edição do Europeu foi organizada em 2008 pela Áustria e pela Suíça. Sob o comando do treinador Luis Aragonés, que pouco depois da final do torneio completou 70 anos e se reformou, uma equipa liderada em campo por pesos pesados como David Villa, Fernando Torres, Cesc Fàbregas, Xavi, Iniesta, Puyol, Sergio Ramos e Iker Casillas levou muitos especialistas e analistas a afirmarem que esta era a melhor geração espanhola de sempre.
2008 foi apenas o início desta geração de ouro para os espanhóis, que deram espetáculo nos dois grandes torneios seguintes: o Mundial-2010, na África do Sul, e o Euro-2012, organizado pela Ucrânia e pela Polónia.
Raúl González fora dos convocados
Em 2008, Raúl González, que continuava a ter um grande impacto no ataque do Real Madrid, tinha desistido da sua carreira internacional em 2006, embora muitos adeptos e até comentadores acreditassem que o homem apelidado de "El Capitán" devia continuar a fazer parte da seleção espanhola.
O técnico Luis Aragonés manteve a decisão de não convocar Raúl para o Euro-2008, onde outro avançado entraria para a história. David Villa, que jogava no Valência na época, só foi para o Barcelona em 2010.
Com 27 anos na altura, Villa tornou-se o primeiro jogador da história de Espanha a marcar três golos num jogo oficial do Euro. O feito aconteceu no Grupo D, no qual os espanhóis passaram ao lado da Rússia, com Suécia e Grécia eliminadas.
No duelo com a Rússia, que terminou 4-1 a favor da Roja, Villa marcou um hat-trick e juntou-se assim a uma lista restrita que inclui nomes como Michel Platini, Marco Van Basten, Sérgio Conceição e Patrick Kluivert em termos de um jogador que marcou pelo menos três golos num único jogo oficial de uma fase final de uma grande competição.
O quarto golo no jogo da Rússia foi marcado por Cesc Fabregas, então com 21 anos, que jogava no Arsenal. O médio marcou pela primeira vez com a camisola da seleção.
O duelo entre a Espanha e a Rússia não foi apenas o jogo de abertura do Grupo D, mas também o início de uma verdadeira era de ouro para o futebol espanhol.
Seguiram-se mais duas vitórias apertadas da seleção de Aragão, contra a Suécia e a Grécia, ambas por 2-1.
David Villa e Xavi, as estrelas
No jogo contra a Suécia, Villa marcou o golo da vitória aos 92 minutos, quando o resultado estava 1-1 depois dos golos de Fernando Torres (15 minutos) e Zlatan Ibrahimovic (34 minutos).
David Villa foi o melhor marcador do torneio com quatro golos, todos na fase de grupos, enquanto o médio Xavi (28 anos) foi eleito o melhor jogador do Euro-2008. A lenda do Barcelona marcou um golo, na meia-final contra a Rússia.
Fernando Torres, o avançado que já jogava no Liverpool há uma época, depois de os Reds o terem comprado ao Atlético de Madrid por mais de 31 milhões de euros, um recorde na altura para o homem apelidado de "El Niño", também desempenhou um papel fundamental em 2008, embora tenha sido muitas vezes ofuscado por David Villa.
Na final, a Espanha enfrentou a assustadora Alemanha. No final de um jogo que foi amplamente dominado pela equipa de Aragonés em termos de oportunidades, Fernando Torres, com o talento de um grande avançado, marcou o golo da vitória para os espanhóis na baliza de Lehmann aos 33 minutos.
Iker Casillas também merece crédito pelo desempenho da Espanha. O antigo guarda-redes do FC Porto derrotou Gianluigi Buffon nos quartos de final entre a Espanha e a Itália, que terminaram 0-0 após o tempo regulamentar e foram decididos na marcação de grandes penalidades.
Casillas defendeu as grandes penalidades de Daniele De Rossi e Antonio Di Natale.
Seguiu-se outro duelo com a Rússia, desta vez nas meias-finais, que os espanhóis venceram confortavelmente por 3-0 para chegar à final.
Marcos Senna, um médio brasileiro que obteve a nacionalidade espanhola em 2006, depois de ter passado toda a sua carreira futebolística na LaLiga com o Villarreal, também teve um desempenho sólido. O médio defensivo impediu muitas vezes os ataques das equipas adversárias.
Equipa de Espanha no Euro-2008
Guarda-redes: Iker Casillas (Real Madrid), José Manuel Reina (Liverpool), Andrés Palop (FC Sevilha)
Defesas: Sergio Ramos (Real Madrid), Carles Puyol (FC Barcelona), Juanito (Betis), Alvaro Arbeloa (Liverpool), Fernando Navarro (Real Mallorca), Raul Albiol (Valência), Carlos Marchena (Valência), Joan Capdevila (Villarreal)
Médios: Cesc Fabregas (Arsenal), Andrés Iniesta (FC Barcelona), Xavi Hernández (FC Barcelona), David Silva (Valência), Santiago Cazorla (Villarreal), Ruben de La Red (Getafe), Xabi Alonso (Liverpool), Marcos Senna (Villarreal)
Atacantes: David Villa (Valencia), Sergio Garcia (Real Zaragoza), Fernando Torres (Liverpool), Daniel Guiza (Real Mallorca)
Equipa do torneio
Guarda-redes: Iker Casillas (Espanha)
Defesas: Philipp Lahm (Alemanha), Carles Puyol (Espanha), Carlos Marchena (Espanha), Yuri Zhirkov (Rússia)
Médios: Luka Modric (Croácia), Marcos Senna (Espanha), Xavi Hernández (Espanha), Hamit Altıntop (Turquia)
Avançados: Andrey Arshavin (Rússia), David Villa (Espanha)