Contagem decrescente para o Euro-2024 | Suécia 1992: O conto de fadas dinamarquês

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Contagem decrescente para o Euro-2024 | Suécia 1992: O conto de fadas dinamarquês

Na fase de grupos, a Suécia venceu a Dinamarca por 1-0
Na fase de grupos, a Suécia venceu a Dinamarca por 1-0AFP
No dia 14 de junho, a 17.ª edição do Campeonato da Europa de Futebol arranca na Alemanha. Todos os dias, até lá, o Flashscore traz-lhe alguns dos momentos mais marcantes da história do Europeu.

A final de 1992, organizada pela Suécia, teve um desfecho extremamente estranho.

A Dinamarca venceu o Euro-1992, apesar de nem sequer se ter qualificado para disputar a competição. Foi-lhe concedida a participação menos de duas semanas antes do início do torneio, depois de a UEFA ter proibido a participação da Jugoslávia devido à guerra naquele país.

Assim, esse lugar foi atribuído ao segundo classificado do grupo de qualificação, a Dinamarca. Na altura em que esta decisão foi tomada, a equipa jugoslava já se encontrava na Suécia, no campo de treinos.

Numa altura em que só se qualificam os primeiros classificados, Portugal somou 11 pontos e ficou em segundo no Grupo 6, atrás dos Países Baixos, que arrecadaram 13. Grécia, Finlândia e Malta também ficaram para trás. Outro dos destaques foi a ausência da Itália, que ficou atrás da URSS, e a Espanha que ficou apenas no terceiro lugar do Grupo 1, a larga distância da França.

Um treinador subvalorizado

A Dinamarca estava mal preparada para o torneio, embora a ideia de que todos os jogadores estavam de férias seja um pouco exagerada. Alguns deles fizeram uma pequena pausa, uma vez que a época da liga dinamarquesa terminou apenas duas semanas antes da abertura do Euro, mas a suspensão da Jugoslávia era algo previsível e os dinamarqueses estavam à espera desta decisão da UEFA.

No início do torneio, Richard Moller Nielsen, o seleccionador da Dinamarca, não era uma figura popular. Tinha ganho dois campeonatos no seu país como treinador, mas os seus métodos defensivos tinham provocado o descontentamento de Michael Laudrup, considerado o melhor futebolista dinamarquês de todos os tempos.

Laudrup abandonou a seleção nacional, recusando-se a jogar sob o comando de Nielsen. O seu irmão Brian fez o mesmo, aumentando a impopularidade de Nielsen em todo o país.

No entanto, quando foi confirmada a participação no Euro-1992, Brian regressou à equipa. Michael recusou-se a regressar e assistiu ao torneio pela televisão e continuou de férias nos EUA. Assim, o melhor jogador da Dinamarca perdeu o momento mais importante da história do futebol dinamarquês. No entanto, regressou um ano mais tarde e jogou no Euro-1996 e no Campeonato do Mundo de 1998.

Peter Schmeichel, o herói dinamarquês

Brian Laudrup foi espetacular, fazendo jogadas espetaculares contra a França e, especialmente, contra os Países Baixos na meia-final.

No entanto, o verdadeiro herói do torneio foi Peter Schmeichel, embora a sua estreia na competição não tenha sido para recordar.

Hesitante no empate sem golos com a Inglaterra, Schmeichel foi gozado pelo colega de equipa Flemming Povlsen, que disse após o jogo que "se temos o melhor guarda-redes do mundo, pergunto-me porque não o trouxemos connosco".

Talvez motivado por esse comentário, o nntão guarda-redes do Manchester United foi um dos homens providenciais da Dinamarca nos jogos seguintes, com uma defesa crucial na marcação de um penálti diante Marco van Basten na meia-final com os Países Baixos a abrir caminho para uma final inesperada. No tempo regulamentar, o marcador estava 2-2, mas os dinamarqueses conseguiram vencer no desempate por penáltis por 5-4.

No último torneio antes da introdução da regra que proíbe os guarda-redes de apanharem passes deliberados dos colegas de equipa, a Dinamarca aproveitou ao máximo, frustrando os adversários com esta estratégia, com o próprio Schmeichel a admitir mais tarde que estava um pouco envergonhado por a Dinamarca ter ganho o torneio desta forma, descrevendo a impossibilidade do atraso delibarado como "a melhor mudança de regra no futebol".

Explosão de alegria após a final

Mesmo depois de ter vencido os Países Baixos nas meias-finais, a Dinamarca era o underdog contra a toda-poderosa Alemanha, que começou bem ao dar muito que fazer a Schmeichel na primeira parte. Mas, contra a corrente do jogo, a Dinamarca assumiu a liderança graças a um jogador que surpreendeu tudo e todos.,

John Jensen, conhecido pela sua imprecisão, marcou um golo memorável de fora da área, chocando os comentadores do jogo, que não acreditavam no que tinham acabado de ver: "John Jensen finalmente marcou um golo!" foi uma das frases memoráveis do torneio.

Mas o verdadeiro herói voltou a ser Schmeichel, que teve uma atuação fenomenal perante os ataques alemães, travando de forma espetacular o remate de Stefan Reuter e o cabeceamento de Jurgen Klinsmann, entre outras defesas notáveis.

O segundo golo, que acabou por trazer o grande troféu, foi marcado aos 78 minutos pelo médio Kim Vilfort, selando a maior surpresa da história do Euro.

Equipa do torneio

Guarda-redes: Peter Schmeichel (Dinamarca);

Laterais: Jocelyn Angloma (França), Laurent Blanc (França), Jürgen Kohler (Alemanha), Andreas Brehme (Alemanha);

Médios: Ruud Gullit (Holanda), Stefan Effenberg (Alemanha), Thomas Hässler (Alemanha), Brian Laudrup (Dinamarca);

Avançados: Dennis Bergkamp (Países Baixos), Marco van Basten (Países Baixos);