Portugal está em contagem decrescente para o confronto com a Eslováquia, a contar para o Grupo J de qualificação para o Euro-2024. Antes da partida para Bratislava, Cristiano Ronaldo falou com os jornalistas e referiu a importância das partidas.
“Queremos muito ganhar estes dois jogos, sabemos que se ganharmos estamos praticamente apurados. Contra a Eslováquia vai ser difícil, fora é mais complicado, mas a equipa está bem. Inda não perdemos nenhum jogo, estamos confiantes e o que vamos tentar fazer é ganhar e depois aqui em casa é vencer o Luxemburgo porque sabemos que ficamos praticamente apurados”, explicou.
O capitão comentou também as questões levantadas pela convocatória e tentou desdramatizar um pouco a questão.
“Estou aqui há 20 anos e :não houve uma convocatória em que não existisse controvérsia. Vai acontecer sempre. O que eu mais peço é que independentemente de quem está, de quem poderá vir em boa forma e ou menos rodado é apoiar as decisões do treinador. Temos de pensar num único objetivo que é estar no Europeu. O selecionado tem de tomar decisões, mas o foco tem de ser Portugal ganhar independentemente de estar A, B ou C”.
E falando nos 20 anos, não quis estar a comparar a equipa que encontrou em 2003, com a do presente.
“Não está nem melhor, nem pior. É diferente. Quando há uma mudança respira-se de uma maneira diferente, não deixando de lado o trabalho feito anteriormente, nos últimos anos. Tivemos momentos muito bons, Mundiais, Europeus, Liga das Nações, são normais que as seleções passam. Este momento tem sido muito bom, os treinos, toda a gente afirmou que se respira de maneira diferente. Temos ganho todos os jogos e estamos felizes por isso. Eu principalmente, tem corrido bem, tenho feito golos. Quero continuar, sinto-me bem, sinto-me útil. A marca do 20 anos deixa-me orgulhoso, demonstra longevidade e no futebol é difícil", frisou.
“É um circo”
Cristiano Ronaldo é a principal cara do futebol saudita. Contratado em janeiro pelo Al Nassr, o capitão da seleção foi precursor de uma verdadeira revolução promovida pela Arábia Saudita. Exemplo disso é o facto de três internacionais portugueses terem sido convocados para Portugal.
“Qual é a liga que não é criticada? Onde não há problemas? Em todo o lado, em Portugal, vês agora as situações que estão a acontecer. Continuo a dizer, há seis meses toda a gente pensava que eu era maluquinho, mas acaba por ser normal jogar na liga árabe. Como jogador do Al Nassr e estando lá há 8 meses sabia que ia acontecer. Para mim é um privilégio mudar uma cultura, ter grandes craques a irem para lá. Porque não dar uma oportunidade? se eles têm potência, valor e apostam nos grandes jogadores para transformar o futebol. Eu fui o pioneiro e sinto-me orgulhos opor isso. Quero que a liga continue a evoluir para que seja top”, asseverou.
E questionado sobre a polémica que dominou o último fim-de-semana no campeonato português, com o caso que aconteceu no duelo entre FC Porto e Arouca, Cristiano Ronaldo teceu palavras duras.
“Não me surpreende. Há em todos os campeonatos, nuns mais do que outros. Aqui está a haver muita nos últimos tempos e isso é mau. As pessoas inteligentes sabem disso, mas cada um puxa a brasa à sua sardinha. É uma fase menos boa, mas que espero que seja retificado o mais rápido possível. Por curiosidade abri um jornal há pouco, para ver o que rolava e as primeiras noticias são sobre polémica fora do futebol. Afinal, o mais importante é uma má noticia. Preocupa, eu sou português, gostava que a liga fosse de top, tem qualidade para isso, mas não vai ser. E este é um dos problemas: toda a gente opina, 40 canais a debaterem polémicas. Por isso é que não vejo nos próximos tempos como a Premier League, LaLiga, Bundesliga. Achava que Portugal podia entrar no top 5. Agora, a liga árabe é melhor que a portuguesa, digo isto sinceramente. Não tem polémicas, não há tanto barulho e a qualidade dos jogadores que há lá é maior. Espero que Portugal possa melhorar nesse aspecto, mas acaba por ser um circo, o que tem acontecido nos últimos tempos”, frisou.
“Não sou amigo de Messi, mas respeitamos mutuamente”
Outro dos tópicos da conversa de Cristiano Ronaldo com os jornalistas foi a rivalidade com Messi que muitos ódios e paixões despertou no futebol europeu. Agora com ambos a jogar fora do Velho Continente, a rivalidade parece ter descido de tom.
“Já foi rivalidade com o Messi, era boa, os espectadores gostavam bastante. Quanto ao resto, quem gosta do Cristiano não tem de odiar o Messi. São os dois bons, mudaram a história do futebol e continuam a mudar. Somos respeitados em todo o mundo. Estamos a fazer o nosso caminho, apesar de fora da Europa. Pelo que tenho ouvido, ele tem feito bem, eu também. Compartimos muita vez o palco durante 15 anos, não digo que somos amigos, porque nunca jantei com ele, mas somos colegas de profissão e respeitamos mutuamente”, atirou.
Recordes
Cristiano Ronaldo chega a esta partida depois de ter feito o golo 850 na carreira. Um marco histórico e o capitão aspira a mais.
“É um marco histórico. É um orgulho alcançar esses números que eu nunca pensava poder alcançar, mas quero mais. Enquanto jogar a fasquia tem de estar lá em cima. Agradecer a todos os que me ajudaram, a todos os clubes por onde passei, mas quero mais. Não vou com muita sede ao pote. Os 900 são uma meta. Vou sempre ver em frente. Alcançar os objetivos da seleção, do clube e os meus. É desfrutar o momento, porque o amanhã é incerto. O momento é bom, é continuar”, atirou.
E aos 38 anos, Cristiano Ronaldo não quer já pensar no Mundial-2026, está antes concentrado no Euro-2024.
“Vou ser muito sincero. Nos últimos dois anos penso de maneira diferente, a vida tem de ser vivida no momento. Não penso a longo prazo, porque tudo pode acontecer e muda tudo. É aproveitar o momento. Ambiciono ir ao Europeu e fazer uma excelente prova e tudo o resto veremos”, atirou.
