Destaques do dia 11 do Euro-2024: Tradição italiana, balada de despedida e o Pinheirinhos de Ringe

Recorde de Modric esbarrou num novo herói italiano

Assim que saíram as bolas do sorteio, o grupo B foi logo considerado o grupo da morte e as previsões acabaram por revelar-se mais do que certeiras, com a última jornada a reserva-nos um jogo de vida... ou morte.

Espanha estava tranquila, já com a sua situação resolvida, e aproveitou para rodar a equipa e ganhar pernas e opções para a fase a eliminar, mas todas as atenções estavam naquele Itália-Croácia. 

Modric e Donnarumma decidiram compensar o facto de termos ficado sem jogos às 14:00 e deram show para um final épico que acabou por ser praticamente uma sentença de... morte. 

Durante mais de 90 minutos, essa sentença parecia ter Itália como destinatário, mas como é que ainda há quem acredite nisso? Claro que aquele momento poético de Modric, que passou de falhar um penálti para tornar-se o mais velho de sempre a marcar em Europeus, vai ficar na memória desta edição da prova, mesmo que Donnarumma não merecesse tal destino.

Só que Itália é Itália. Nos descontos, no último lance da partida, Mattia Zaccagni, que nunca tinha marcado pela Squadra Azzurra, proporcionou mais um momento épico à seleção campeã da Europa, garantiu o segundo lugar e deixou a Croácia à espera de um verdadeiro milagre, nos qual já nem Modric acredita.

"Não sei de onde o árbitro tirou oito minutos de descontos. O futebol pode ser cruel e nós sentimos isso hoje (segunda-feira). Tudo está simplesmente a correr contra nós", disse, em declarações à televisão croata.

Caso haja algum jogador com uma costela italiana, talvez ainda seja possível...

Dois tipos de dança

Se fosse possível ganhar pontos extra pelos momentos protagonizados pelos adeptos, a Albânia até podia entrar nas contas pelo apuramento, isto se esquecermos uns quantos episódios infelizes.

O facto de não estarem habituados a estar nestas grandes competições e os oito anos de hiato permitiram pensar em ideias criativas para animar o Euro-2024.

A equipa de Sylvinho protagonizou alguns momentos interessantes dentro das quatro linhas e ganhou um lugar na história ao marcar o golo mais rápido da história dos Europeus, mas infelizmente para os albaneses os vídeos virais não dão mesmo pontos.

Antes do jogo, os adeptos decidiram ensinar os espanhóis, famosos pelo Flamenco, a dançar o Valle, uma dança típica da Albânia.

A vingança espanhola demorou algumas horas e teve lugar no interior da Merkur Spiel-Arena, em Frankfurt. Num campeonato de futebol, não há dança mais eficaz. Mesmo com protagonistas mais habituados ao papel de ator secundário em La Roja, a Fúria Espanhola fez-se sentir com mais uma exibição dominante e confirmou o pleno na fase de grupos (leia a crónica aqui).

Félix, o fotógrafo

Nota-se muito que ficámos sem os jogos das 14:00? Se é verdade que o Europeu vai entrar agora na fase a doer, também é verdade que parte da magia do Euro-2024 perde-se com a eliminação de possíveis outsiders e com o entertenimento em horas consecutivas depois de almoço, prolongando-o até à madrugada, caso seja um fã hardcore que continua noite fora para assistir à Copa América.

Para ocupar as horas vagas, todos nós procurámos coisas diferentes para nos entretermos. Uns decidiram mesmo dedicar-se ao trabalho, outros foram aproveitar o sol e o calor para ganhar os primeiros tons de bronze. 

Nós, que tentamos encontrar conteúdo para enriquecer este espaço, agradecemos o contributo das redes sociais, especialmente se envolverem Portugal.

João Félix, que até ao momento também tem estado como nós, simplesmente a assistir ao Europeu, preparou-se para a possível estreia (Rafael Leão está suspenso) ao aprimorar os dotes fotográficos. Será que contra a Geórgia vai conseguir chamar a atenção das objetivas?

Ki(l)t de despedida

Nota prévia: os créditos do trocadilho pertencem ao meu colega André Guerra, que conseguiu espreitar por baixo das saias escocesas para encontrar algum humor em mais uma histórica trágica para o país.

A Escócia apurou-se para a fase final de um Europeu pela segunda vez consecutiva, mas o destino foi idêntico ao do Euro-2020, disputado em 2021.

Os escoceses sofreram com as baixas na convocatória e despediram-se da Alemanha com apenas um ponto, o que significa que, apesar destas duas presenças, continua a ser preciso recuar até 1996 para encontrar a última vitória escocesa em Campeonatos da Europa.

Ponto positivo: com bagagem para tão poucos dias, talvez nem tenha sido preciso pagar taxas de transporte.

Clubes? Só se for o Pinheirinhos de Ringe

O facto de não haver assim tantas oportunidades para conversar com os principais protagonistas durante a temporada faz com que surjam momentos assim.

É natural que, em pleno Europeu, todos os jogadores estejam concentrados na prova e nas respetivas seleções, mas os jornalistas tentam aproveitar esta ocasião rara para tentar uma resposta diferente do comum, especialmente quando o ambiente fica mais descontraído.

Até ao final do jogo com a Geórgia, é esse o caso português. Claro que Roberto Martínez e os jogadores não querem embandeirar em arco, até porque não dá propriamente para baixar a guarda numa competição deste género, mas a verdade é que a conferência de imprensa de Diogo Costa foi tudo menos uma antevisão ao jogo com a Geórgia, que ainda sonha com um apuramento milagroso.

Perante esse cenário, um jornalista decidiu questionar o guarda-redes português sobre uma possível mensagem do atual treinador do FC Porto, Vítor Bruno, ou do antecessor, Sérgio Conceição. 

Como se espera que faça dentro das quatro linhas, Diogo Costa teve reflexos rápidos e foi seguríssimo na resposta. Lembrou o jornalista que os clubes tinham ficado fora do estágio e utilizou o assessor da seleção como testemunha de que tal havia sido prometido. Tudo tranquilo e o jogo seguiu para as próximas perguntas.

Curiosamente, o guardião abriu uma exceção para falar de um clube que chegou a representar quando não sonhava ainda poder jogar por Portugal num Campeonato da Europa, o Pinheirinhos de Ringe (pode ler aqui).