Destaques do dia 17 do Euro-2024: Hora dos mágicos, a fotografia perfeita e a morte dos estóicos

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Destaques do dia 17 do Euro-2024: Hora dos mágicos, a fotografia perfeita e a morte dos estóicos

Eslováquia ficou a segundos de um resultado histórico
Eslováquia ficou a segundos de um resultado históricoProfimedia
Depois de tantos dias de espera, está de volta a grande festa do futebol e, para que não perca nada, o Flashscore elabora ao final de cada dia os momentos altos, baixos, cinzentos e coloridos do torneio que decorre na Alemanha. Aqui estão os destaques do 17.º dia do Campeonato da Europa.

À procura da fotografia perfeita

A tempestade não foi a única coisa preocupante durante o Alemanha-Dinamarca de sábado à noite. À entrada para a segunda parte, o árbitro Michael Oliver olhou e gesticulou para o telhado naquele que parecia ser mais um aviso sobre as condições climatéricas. 

Afinal, o inglês demonstrou olho de lince para reparar num homem que subiu ao telhado do estádio Signal Iduna Park, em Dortmund. As forças de segurança mobilizaram-se de imediato e com recurso a um helicóptero conseguiram retirar a pessoa em questão do local. O motivo? A procura pela melhor fotografia.

"A pessoa detida tem 21 anos e é natural de Osnabrück, no oeste do país. Atualmente, nada indica que o homem quisesse pôr em perigo os adeptos presentes no estádio com o seu comportamento", declarou a polícia de Dortmund em comunicado, no sábado à noite.

"Ele queria tirar fotografias do telhado do estádio (...) Em nenhum momento o pessoal do estádio esteve em perigo", acrescentaram as forças de segurança este domingo.

O Euro dos magos

Fábian Ruiz, Nico Williams, Arda Guler, Lamine Yamal, Musiala, Simmons... e hoje Bellingham e Dani Olmo. Não só de golos na própria (hoje houve mais um) é feito este Europeu. Os duelos cada vez mais amarrados e complicados, que fogem às teorias do favoritismo, têm sido o palco perfeito para a introdução de magia. 

E mágicos é coisa que não falta no grande palco do futebol. Bellingham juntou-se ao lote com um remate absolutamente fantástico que manteve viva a Inglaterra quando estava a segundos de ser eliminada. Mais tarde, o menino Yamal foi um quebra-cabeças (tem-no sido ao longo do torneio), que indicou o caminho da reviravolta com um passe perfeito para Fabian Ruiz. 

Minutos depois, Nico Williams trocou as voltas a um defesa antes de disparar para o terceiro e, antes do apito final, foi Dani Olmo que tirou os defesas da frente com uma finta de corpo na receção, antes de rematar com classe para o 4-1 final. Sorte da Espanha por ter Ruiz, Yamal, Olmo, Williams e companhia, capazes de desfazer a mais compacta das defesas. 

Se o Euro tem sido marcado por resultados equilibrados e golos na própria, não podemos cometer a injustiça de deixar cair em esquecimento as odes ao futebol.

Tu queres ver...

Já escrevi tanto sobre o desencatamento com Southgate e a Inglaterra que nem me apetece estar a bater no ceguinho. Os problemas continuam os mesmos, pouco ou nada mudou, mas a verdade é que, com mais ou menos (menos, muito menos) qualidade, os ingleses lá vão levando água ao seu moinho.

No momento em que me preparava para passar um atestado de incompetência ao seleccionador quando este se lembrou de lançar Ivan Toney a escassos segundos do apito final, Jude Bellingham parou o mundo com aquele pontapé de recurso. Nos festejos até atirou um "Who else?" ("Quem mais?") e não estava errado... 

A Inglaterra sobreviveu à eliminação e no arranque do prolongamento foi o próprio Toney que fez a assistência para Harry Kane assinar a reviravolta. Gelsenkirchen foi o palco de um raro momento em que o toque de Midas encontrou a estrelinha de campeão

Ao fim de quatro jogos contra adversários teoricamente mais fracos, os ingleses tardam em convencer, mas continuam a encontrar forças no limiar da sobrevivência para continuar a respirar. Custa-me dizer, mas isto faz-me lembrar uma certa equipa que foi campeã europeia ali para o ano de 2016...

A morte do estoicismo... do meio-campo

Toda a gente gosta das histórias de underdogs e o que a Eslováquia esteve prestes a fazer iria correr o mundo inteiro. Não só banalizaram totalmente uma Inglaterra com valor individual infinitamente superior, mas a forma como o fizeram foi o que mais me surpreendeu.

Qualidade, confiança e carácter durante cerca de 65 minutos, até que recuaram no terreno para segurarem a vantagem. Não fosse o momento mágico de Bellingham e o texto que estaria aqui a escrever seria outro. Até porque a Inglaterra raramente ameaçou a baliza de Dubravka, cujo único remate à baliza que enfrentou durante os 90 minutos foi precisamento o do médio do Real Madrid.

Foi uma morte cruel, imerecida e de margem tão curta como aquele remate de Strelec do meio-campo que quase enviava os ingleses para casa mais cedo. Mais tarde, Kvaratskhelia repetiu a tentativa quando tentou fazer o 2-1, mas o resultado foi o mesmo.

Também a Geórgia correu as bocas do mundo, mas por menos minutos. Só que, ao contrário da Inglaterra, esta Espanha joga muito à bola e quando as coisas não saem de uma forma, há muitas alternativas, quer individuais, quer coletivas. 

Geórgia e Eslováquia foram o arquétipo do estoicismo nestes oitavos de final, conseguindo surpreender Golias sem a resistência de David. Só o facto de terem chegado aos oitavos de final, com a possibilidade de afastar um gigante rumo aos quartos, é um título que terá mais impacto no futuro do que propriamente no presente.

Destaque maior para os georgianos que cumpriram aqui a sua estreia numa grande competição, demosntrando uma equipa muito solidária que venceu Portugal e ainda assustou a toda-poderosa Espanha. A paixão dos adeptos também não deixou ninguém indiferente.

Voltem sempre, serão bem-vindos.

Os destaques de André Guerra
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