Destaques do dia 2 do Euro-2024: O golo mais rápido, a união portuguesa e o crime albanês
Flash Bajrami
Aqui no Flashscore orgulhamo-nos de ser os mais rápidos a fazer chegar-vos a informação mais relevante do desporto. Mas há limites para aquilo que os humanos podem fazer e nem o mais otimista dos adeptos albaneses esperava que o segundo Europeu da sua história começasse de forma tão positiva.
Perante a campeã em título, a Albânia recebeu uma prenda de Dimarco que se deve ter esquecido de lanchar e perdeu as forças no primeiro lançamento de linha lateral do jogo. O passe errado colocou a bola nos pés de Bajrami dentro da grande área e o médio do despromovido Sassuolo, da Série A, teve um pequeno momento de redenção ao fuzilar Donnarumma que ainda devia estar com a cabeça no balneário.
O golo mais rápido da história do Campeonato da Europa, apontado aos 23 segundos, fica na posse dos tremendos albaneses que inundaram a Alemanha de vermelho e preto e com bandeiras da águia negra. No entanto, pegando na obra da compatriota Dua Lipa, nada passou de one kiss ("um beijo"), que despertou a revolução italiana ainda antes do intervalo. Ò Bella Ciao.
Unidos... pela cerveja!
Se na sexta-feira elogiamos a diáspora lusitana pela receção à seleção nacional durante o treino aberto, hoje foi a vez dos residentes (e não só) brilharem no mundo das redes sociais. O tuga é, de facto, uma espécie rara que constantemente critica o seu país e cultura até que alguém do exterior a venha colocar em causa.
O que mais poderia juntar FC Porto, Sporting, Liga Portugal, comunidade brasileira, dezenas de influencers e todo o país senão a cerveja? Uma página no X teve a brilhante ideia de organizar uma competição entre conhecidas marcas de cerveja de toda a Europa e, desta forma, organizar um Europeu de cevada. O duelo das meias-finais opôs Portugal e Turquia, duas equipas que até se defrontam na segunda jornada do Grupo F.
A diferença chegou a ser grande, mas o facto de ter existido tanta união de vários espectros desportivos e políticos ainda deu para chegar a um incrível empate, só que no descontos a Turquia acabou por ganhar. Os portugueses saíram derrotados por diferença mínima no final dos 306.435 votos, mas caíram de pé tendo em conta que competiam contra uma nação de 85 milhões de habitantes. Mais uma prova que juntos somos mais fortes.
Fica o aviso para o duelo dentro das quatro linhas, no dia 22, no Signal Iduna Park. Já estamos com sede... de vingança.
Chocolate suíço e orgulho húngaro
Calma, não é uma receita. Tudo apontava para o equilíbro no primeiro jogo do dia entre a Suíça e a Hungria, mas os helvéticos rapidamente mostraram ao que vinham com uma primeira parte de luxo, na qual marcaram dois golos e controlaram tranquilamente as incidências do encontro.
O orgulho magiar voltou dos balneários com a equipa, conduzida pelo mais jovem capitão de sempre num Euro, Dominik Szoboszlai. O médio do Liverpool de 23 anos foi o melhor e ainda assistiu Varga para o 1-2, mas a reação ficou-se por aí. Até porque a opção ofensiva vinda do banco mais se parecia com aquele amigo dos jogos de domingo que fica na área a falar com o guarda-redes adversário enquanto espera que a bola chegue. E diz ele que é instinto de matador e fome de golo.
A Suíça desfez as dúvidas por intermédio Breel Embolo - esse nome que aparece sempre em fases finais de campeonatos importantes e desaparece nos clubes (fez apenas 5 jogos no Mónaco esta época) -, que aproveitou uma oferta para fazer um chapéu delicioso deixando pelo caminho a coxa elástica que usava. No final de contas, o fondue sobrepôs-se ao goulash, graças ao chocolate da primeira parte (leia aqui a crónica).
Seria de esperar uma reação contundente por parte dos adeptos húngaros que se deslocaram em massa até Colónia, mas no apito final o que se escutou foi uma rendição à capela do hino do país, um momento sublime de comunhão entre os aficcionados e os jogadores, que terão de dar uma melhor imagem na segunda jornada... frente à Alemanha.
Todos dançaram, mas só Fabián deu baile
O duelo de cartaz desta primeira jornada do Euro estava marcado para o grupo da morte. Antes do apito inicial no Olympiastadion, em Berlim, espanhóis e croatas juntaram-se para dançar e comemorar antes da Fúria Espanhola entrar em ação com um expressivo e claro 3-0 perante um estádio 80% composto por croatas.
Lamine Yamal foi o menino dos holofotes, ao tornar-se o jogador mais jovem de sempre a atuar num Europeu no auge dos seus 16 anos e 11 meses. O miúdo, que admitiu que levava consigo a mochila da escola para estudar para os exames, teve uma proposta aliciante por parte de um compatriota que lhe oferecia atempadamente o exame de matemática em troca da camisola. Tendo em conta a assistência para Carvajal, não deve precisar de ajuda em geometria. Enfim, coisas do Euro.
Aproveitando a sombra, agigantou-se Fabián Ruiz. O médio do Paris Saint-Germain estendeu a passadeira para o golo inaugural de Morata e, dois minutos depois, fez gato sapato de Luka Modric e Brozovic com um passo de dança, antes de rematar colocado para o golo mais bonito do torneio... até agora.
Para a posterioridade, fica esta tremenda fotografia de três campeões europeus pelo Real Madrid, Nacho, Modric e Carvajal, em amena cavaqueira depois do apito final (leia aqui a crónica).
Albaneses cometem crime contra a italianidade
Já falamos do golo e do que aconteceu dentro das quatro linhas. Mas antes da bola rolar em Dortmund, já muita tinta corria pelas redes sociais e muitas lágrimas escorriam pelas faces italianas. Aviso para os amantes de pasta mais sensíveis, porque as imagens que se seguem são gráficas.
Em claro clima de provocação, os albaneses não tiveram dó nem misericórdia quando, no frente a frente com a claque italiana, sacaram do pacote de esparguete e o desfizeram perante os transalpinos incrédulos com tamanha indiferença.
A verdade é que, mesmo depois deste crime contra a italianidade, o clima entre as duas fações foi sempre de boa disposição, com os adeptos italianos a juntarem-se aos albaneses numa dança tradicional.
No final, acabaram-se a rir os italianos com uma vitória suada por 2-1, que deixou muito a desejar por parte dos campeões em título (leia aqui a crónica).