Destaques do dia 26 do Euro-2024: Yamal supera o Rei, cai a máscara de Mbappé e um 10 de luxo

Adepto acerta onze de Deschamps

Camavinga tinha sido titular no lugar do castigado Adrien Rabiot no encontro dos quartos de final do Euro-2024, frente a Portugal (0-0, 3-5), face à ausência do segundo devido a castigo e uma das grandes dúvidas que pairavam no ar antes do duelo com a Espanha era perceber qual seria a escolha de Didier Deschamps. Manter o médio do Real Madrid ou fazer regressar o da Juventus?

Outra dúvida que se adensou estava relacionada com Antoine Griezmann. O parco rendimento do craque do Atlético Madrid nos últimos jogos deu azo a algumas questões sobre a utilidade da sua titularidade e era mais uma pergunta a ser respondida pelo selecionador gaulês. Mas... Havia quem não tivesse dúvidas.

É o caso deste adepto, que escreveu o onze provável da França no corpo... e não falhou um único nome. Rabiot foi mesmo titular, assim como Kolo Muani e Ousmane Dembelé na companhia a Mbappé, ao passo que Griezmann começou no banco de suplentes. Um visionário!

Mbappé sem máscara

Kylian Mbappé sofreu um rude golpe logo no primeiro jogo da França na fase de grupos, contra a Áustria (0-1), quando foi abalroado por um adversário e ficou com o nariz em muito mau estado.

Nos jogos seguintes teve mesmo de jogar com uma máscara de proteção, mas o incómodo era por demais evidente, sendo que começou a ser associado o seu parco rendimento a essa condicionante, por afetar de sobremaneira a visão periférica.

Pois bem, se algo está mal, nada como mudar o que pode... estar mal. Superstição ou o simples facto de já estar melhor da fratura, a verdade é que o capitão da seleção francesa apareceu a jogar sem máscara e os primeiros minutos mostraram um Mbappé muito mais solto e confiante. A assistência para o golo de Randal Kolo Muani foi deliciosa.

O certo é que a próxima vez que Mbappé aparecer em campo será já sem máscara, visto que foi enviado de férias mais cedo por alguém que vai encontrar nos relvados espanhóis na próxima época.

Primeiro golo de bola corrida

O duelo entre Espanha e França marcava o encontro entre dois pólos completamente opostos. Não em termos de qualidade, pois essa é abundante nas das suas seleções, mas sim ao nível de golos marcados. Se de um lado aparecia uma armada espanhola com faro apurado para o golo (11 remates certeiros até às meias), do outro surgia uma turma francesa de pólvora seca (3).

A equipa de Didier Deschamps chegou às meias finais do Euro-2024 com apenas três golos marcados, sem contabilizar as grandes penalidades convertidas no encontro diante Portugal, claro está, sendo que dois foram auto-golos (Max Wober, Áustria, e Jan Vertonghen, Bélgica) e um de grande penalidade. Ou seja, zero (!) golos de bola corrida.

Foi preciso esperar até às meias para assistirmos a um golo francês de bola corrida, com o cabeceamento certeiro de Kolo Muani, a corresponder a um passe bem medido de Mbapé.

Um suplente que virou titular (de luxo!)

Dani Olmo começou o Euro com o estatuto de suplente, avançou para o onze na terceira e última jornada da fase de grupos, quando tudo já estava resolvido para a La Roja, e regressou ao banco para os oitavos e para os quartos.

Imune a estatutos, o camisola 10 aproveitou ao máximo cada oportunidade e agarrou com unhas e dentes a janela que se abriu após o infortúnio de Pedri, frente à Alemanha (2-1), que teve de sair logo aos oito minutos.

Olmo contribuiu com um golo e uma assistência para a vitória espanhola que eliminou a Alemanha do Europeu e voltou a merecer a confiança de iniciar um jogo, ao ser titular contra a França. Aposta ganha!

O criativo do RB Leipzig apontou o golo que consumou a reviravolta espanhola e tornou-se no primeiro jogo espanhol a estar envolvido em cinco ou mais golos (três golos e duas assistências) num único grande torneio (Euro ou Mundial), desde um tal de David Silva, no Euro-2012 (dois golos e três assistências).

Yamal bate recorde de... Pelé

"Se Lamine quiser jogar a final, terá de fazer mais coisas do que fez até agora". A provocação partiu de Adrien Rabiot e tinha como alvo o jovem extremo do Barcelona. Desafio aceite!

Com 16 anos e 362 dias, Lamine Yamal respondeu a Rabiot com um golo soberbo, a fazer lembrar outro que marcou contra a França, no Euro sub-17, em 2023, tornando-se no jogador mais jovem a fazer golo num Europeu, superando o recorde do suíço Johan Vonlathen (18 anos e quatro meses), no Euro-2004.

Além disso, a titularidade do jovem craque espanhol já lhe tinha valido outro recorde - o mais jovem a disputar uma meia-final de um Campeonato do Mundo ou de um Campeonato da Europa. O recorde anterior pertencia a Pelé, que disputou uma meia-final do Campeonato do Mundo, com 17 anos e 244 dias.

O mundo anda espantado e não só o mundo do futebol. Patrick Mahomes, melhor jogador da atualidade da NFL (tricampeão da Super Bowl, MVP das duas finais), ficou deslumbrado com o golo de Yamal. E não é para menos.