Destaques do dia 5 do Euro-2024: Portugal em família, o show dos vizinhos e o homem da máscara
Leipzig à portuguesa
Foi preciso esperar cinco dias para ver Portugal em ação. Com as esperanças em alta, depois de uma fase de qualificação perfeita (10 vitórias em 10 jogos), a Seleção Nacional precisou de sofrer para dar a volta à República Checa e somar um triunfo no arranque do Grupo F do Europeu (leia aqui a crónica).
De goleada foi a festa que se fez antes. Milhares de portugueses estiveram em Leipzig para pintar de vermelho e verde a única cidade da Alemanha de Leste a figurar como sede deste Campeonato da Europa.
Nem a chuva que caiu na forma de dilúvio conseguiu parar a claque portuguesa, que nada ficou a dever aos checos, ali bem mais perto (260 quilómetros de distância) e que também compareceram em números significativos. Três pontos, recordes para Pepe e Cristiano Ronaldo e nova entrada a vencer depois do Euro-2020 (3-0 à Hungria).
A família
Vindo da melhor época em termos de clube, Francisco Conceição comprou um bilhete para o Europeu com as exibições durante o estágio de março, em que conseguiu convencer Roberto Martínez.
E recompensou essa confiança da melhor forma, com o golo decisivo, nos minutos finais. Estreou-se no Europeu com um golo e debaixo do olhar orgulhoso da família. Sérgio Conceição esteve em Leipzig, certamente um pai babado e a poder celebrar, agora sem os constrangimentos de quem treinou o filho durante duas temporadas, com todos os desafios e problemas que isso acarreta.
"Queria dar esta alegria aos portugueses, mas principalmente à minha família, que sofre muito. Esta vitória é para ela", disse Francisco.
Pancada à chuva
Primeiras equipas a entrar em ação no Grupo F, Turquia e Geórgia eram consideradas as parentes pobres, mas acabaram por protagonizar aquele que pode ser considerado o melhor jogo desta primeira jornada do Euro-2024 (pode ler aqui a crónica).
Velocidade, emoção, grandes golos e até aquela pitada de ódio regional que ajuda a trazer um condimento extra a um jogo que poucos esperavam, mas deixou toda a gente agarrada à televisão durante os 90 minutos, numa estreia memorável para a equipa georgiana. (tudo sobre a única estreante do Euro-2024 aqui).
O início não parecia prometedor. Europeu costuma ser sinónimo de bom tempo e calor, mas a Europa Central foi assolada por uma intempérie e o Signal Iduna Park acabou mesmo a produzir cascatas de águas que pendiam do teto e deixavam os responsáveis preocupados.
Mas por muita água que jorrasse, nada serviu para acalmar os ânimos entre vizinhos. Adeptos da Turquia e da Geórgia envolveram-se em conflitos já dentro do estádio, que obrigaram a intervenção da polícia. Talvez questões por resolver desde que Recep Tayyip Erdogan mencionou Batumi num discurso sobre a unidade turca em 2017 e fez levantar alguma fricção entre as duas nações.
Não foi serenata à chuva, mas pancada à chuva.
Que tiro foi esse?
Quando se fala do Real Madrid da próxima temporada pensamos em Mbappé, Bellingham, Vinícius Júnior e Rodrygo. Ninguém se lembra de Arda Güler, um predestinado de 19 anos que se tornou no primeiro turco a vencer a Liga dos Campeões.
Convocado para o Euro-2024, estreou-se na prova com um autêntico golaço, que levou um país à euforia. Nunca a Turquia tinha entrado a vencer numa grande competição.
A máscara
A vitória da França provocou alguns calafrios aos adeptos gauleses. Kylian Mbappé chocou com Kevin Danso e fraturou o nariz, numa lesão que o vai impedir de dar o contributo contra os Países Baixos, na segunda jornada do Grupo D.
Deverá regressar contra a Polónia e com uma máscara protetora. O avançado do Real Madrid pediu sugestões, a resposta só podia ser uma. Com o rosto frequentemente comparado ao de uma tartaruga ninja, os adeptos não hesitaram em sugerir ao capitão francês uma máscara do famoso quarteto de mutantes que habita Nova Iorque.
Resta saber se vai escolher Leonardo, Donatello, Raphael ou Michelangelo.
André?
O ambiente não seria o melhor na Bélgica, depois da derrota com a Eslováquia. E pior terá ficado Amadou Onana, depois da conversa com os jornalistas na zona mista.
Numa tentativa de chamar a atenção do médio do Everton, um dos repórteres presentes gritou por… André. “André? Nem sequer é o meu nome”, rebateu o jogador de 22 anos, visivelmente agastado.
Talvez alguém a pensar em André Onana, guarda-redes do Manchester United, que representa os Camarões. Um erro de simpatia.
O pelotão polaco e o churrasco dinamarquês
Pese embora toda a tensão que rodeia os torneios de seleções, os quartéis-generais das seleções costumam ser locais de descontração e por norma dar azo a momentos descontraídos, que não estamos habituados a ver em momentos de alta competição.
Depois do empate com a Eslovénia, a Dinamarca optou por fazer um churrasco na Floresta Negra, de forma a esquecer a desilusão da estreia. “Fizemos um delicioso churrasco numa cabana na montanha, na floresta, e pudemos falar sobre muitas coisas. Foi muito bom para a equipa. Foi bom para a equipa estar junta de uma forma diferente”, disse Morten Hjulmand, médio do Sporting.
Já a Polónia, depois da derrota com os Países Baixos, aproveitou para dar um passeio de bicicleta em Hannover. Ao melhor estilo de Rafa Majka, de quem podem tirar inspiração para bater a Áustria.