Entrevista a Gabor Kiraly: "Alemanha começou bem mas a Hungria pode supreender"
Hoje, o recordista de internacionalizações pela Hungria (109 jogos) dirige uma academia desportiva na sua cidade natal, Szombathely, de onde acompanha o Campeonato da Europa - e, claro, a equipa húngara.
- A Hungria começou o torneio com uma derrota na estreia. Como é que vivenciou esse jogo?
- Quase não estivemos em campo durante sessenta minutos. Isso não pode acontecer se quisermos competir a este nível. A linguagem corporal da maioria dos jogadores não estava correta e vi uma certa complacência. Mas a última meia hora virou a maré e isso é um bom requisito para o próximo jogo contra a Alemanha.
- O que espera do jogo contra a Alemanha?
- A Alemanha comemorou uma estreia bem-sucedida no Euro-2024 e mostrou de forma impressionante as suas ambições de título. No entanto, tenho de admitir que fiquei bastante surpreendido com o fraco desempenho dos escoceses. Se conseguirmos aproveitar a fase final do jogo com a Suíça na quarta-feira, a equipa de Nagelsmann terá dificuldades em entrar no jogo.
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- Que papel desempenha o treinador Marco Rossi na evolução positiva da seleção húngara nos últimos anos?
- Um papel muito importante! É um bom estratega e prepara a equipa de forma excelente para qualquer adversário. Não devemos esquecer há quanto tempo ele trabalha na Hungria (Rossi está na Hungria desde 2012, inicialmente como treinador de um clube e desde 2018 como treinador da seleção nacional)! Ele é quase meio húngaro (risos).
- Podemos falar de uma geração de ouro na atual geração de jogadores da Hungria?
- A verdade é que a Hungria participou nos últimos Campeonatos da Europa e falhou por pouco a participação no Campeonato do Mundo no Catar. Nesse sentido, podemos falar de uma evolução positiva.
O principal responsável por isso é o presidente da nossa federação, Sandor Csanyi, que está à frente do futebol húngaro há quase dez anos e está determinado a recolocar a Hungria na cena futebolística internacional. Espero também que o programa para os jovens comece a dar frutos.
- Por falar em trabalho com jovens. Como está a correr o trabalho na formação?
- É um projeto a longo prazo. Temos uma boa infraestrutura e excelentes treinadores de jovens que trabalham com diligência e ambição. Alguns dos nossos jogadores já deram o salto para o futebol profissional, o que constitui, naturalmente, um incentivo para os outros jovens. Mas, como já disse, é um processo a longo prazo, que precisa de ser acompanhado com cuidado.
- Como vê o regresso de Peter Gulacsi?
- Estou muito feliz por ele ter voltado à plena forma depois da grave lesão. Teve um desempenho excecional no RB Leipzig durante anos e também é um dos melhores jogadores da seleção nacional.
- É embaixador da marca Hertha Berlim. A atual situação do clube na segunda divisão incomoda-o?
- É claro que não estou feliz com isso. Acho que o meu compatriota e amigo Pal Dardai teve um trabalho difícil na última temporada. No fim de contas, o que conta é a identificação com o clube. Para mim, o Hertha será sempre o Hertha, seja na primeira ou na segunda Bundesliga. Espero que a próxima tentativa na próxima época seja mais bem sucedida.