Eslováquia: Das dúvidas sobre o selecionador à preferência pelo hóquei no gelo
A tarefa antes do Euro-2024 era clara.
"O principal objetivo era a qualificação no grupo. Os jogadores e os treinadores falaram sobre isso em voz alta, esta ambição é clara", explica Krupár.
Esta abordagem foi bem aceite pela maioria dos adeptos, os representantes da seleção nacional não se esconderam atrás de nada. Na fase de qualificação, disputaram jogos equilibrados com Portugal, além de uma equipa cheia de individualidades interessantes.
"Milan Škriniar, Stanislav Lobotka, Dávid Hancko, Martin Dúbravka, são os nossos líderes. Mas se tivesse de destacar um nome, é Juraj Kucka", refere Krupár.
Tudo isto sob a supervisão do treinador italiano Francesco Calzona, que veio por recomendação de Marek Hamšík.
"Uma grande parte do público não aceitou Calzona. É difícil dizer porquê. Talvez seja a nossa natureza", refere Krupár, recordando que os checos passaram recentemente por isso no hóquei, quando o finlandês Kari Jalonen foi contratado.
"Mas parece que a situação pode vir a ser favorável a ele. Se houver resultados, toda a gente vai fechar os olhos. Não é que ele tenha vindo para cá por dinheiro, por uns meses. Até está a tentar aprender o nosso hino, preocupa-se com a equipa", lembra.
A equipa nacional eslovaca, no entanto, está a debater-se um pouco com a antipatia do público em geral.
"Os eslovacos gostam mais da equipa nacional de hóquei", revela Krupár.
"Estamos a ter uma quebra de desempenho. Há muito tempo que os resultados e os desempenhos não são bons. Era um pouco insípido. Mas agora está a mudar um pouco, precisamos de um novo boom no futebol", acrescenta.
A busca por um avançado
Tal como na República Checa, a imagem da seleção nacional da Eslováquia foi manchada por vários escândalos. A Eslováquia, por exemplo, há muito que procura um avançado de topo.
Quando parecia ter encontrado um, com Aleksandar Čavrič, tudo foi por água abaixo. O avançado sérvio jogou originalmente oito anos no Slovan Bratislava. Em novembro de 2022, solicitou e recebeu a cidadania eslovaca. Em janeiro deste ano, recebeu o aceno de uma oferta do Japão, o que não seria surpreendente. No entanto, quando Cavric foi convocado para a seleção nacional, em março, recusou-se a participar devido à viagem e ao seu desejo de se aclimatar no Japão. Isso fechou a porta ao Euro-2024.
Róbert Mak, outro candidato ao lugar de número nove, criticou então Calzona através dos meios de comunicação social. Mak está a jogar na Austrália, mas chegou ao encontro no final de março e início de abril. Calzona só o colocou em campo durante sete minutos.
"Era bom que ele nem sequer me nomeasse naquelas circunstâncias. Isso irritou-me, mas também me deixou gelado. Foi uma facada nas costas, não consigo lidar com isso", disse Mak na altura. E também significou para Calzona que este não era o caminho a seguir.
É também por isso que o ataque é a maior fraqueza, de acordo com Krupár.
"O ataque é o lado mais fraco. Não temos um marcador fiável, estamos a rodar todo o tipo de candidatos. Além disso, há muito poucas alternativas no lado direito, onde o veterano Peter Pekarík tem de jogar", refere Krupár sobre o defesa de 37 anos.
Uma grande vantagem é o trabalho de equipa
Krupár vê o trabalho de equipa e a determinação como um ponto forte, que também foi plenamente demonstrado no duelo com os belgas.
"Temos uma grande equipa, isso vê-se. Essa é a principal vantagem. São grandes amigos, gostam de representar a seleção", elogia Krupár.
Também elogia o jogo contra a Bélgica. A vitória por 1-0 é impressionante à primeira vista, mas o jornalista eslovaco gostou do conceito geral.
"Jogámos com coragem, não tivemos medo do adversário. Podíamos tê-lo feito, a Bélgica era um grande favorito. Tentámos pressionar alto, fomos muito rápidos a chegar ao adversário, foi um pouco arriscado. Também tivemos sorte, mas às vezes é preciso, é assim que se escrevem as boas histórias", conta.
Esta sexta-feira, os eslovacos têm um jogo difícil contra a Ucrânia. Esta última, depois de uma derrota por 0-3 com a Roménia, não podem deixar de reagir.
"Foi uma atuação simpática contra a Bélgica, pelo que as exigências e as expectativas aumentaram. Estamos todos curiosos para ver o que vai acontecer contra a Ucrânia. O pão vai ser partido", afirma Krupár.
As casas de apostas consideram que a Ucrânia é ligeiramente favorita. Por isso, as casas de apostas não se deixaram influenciar pelos jogos de abertura do grupo, diametralmente diferentes. E com razão, segundo Krupár.
"É adequado. A Ucrânia tem uma equipa forte. Eu não daria tanta importância à explosão contra a Roménia. Tem jogadores de classe mundial, sou a favor", conclui.