Euro-2024: Adam Wharton é o mais recente nome numa lista de surpresas de Inglaterra
Por outro lado, uma surpresa mais agradável é a inclusão do médio Adam Wharton, do Crystal Palace.
O jogador de 20 anos, formado na academia do Blackburn Rovers, só tem jogado futebol na Premier League desde que chegou ao sul de Londres em janeiro, mas a impressionante capacidade de passe e abordagem ofensiva chamaram rapidamente a atenção de Southgate.
Na verdade, Wharton foi titular em todos os 15 jogos restantes do Crystal Palace na Premier League depois de estrear como suplente utilizado contra o Brighton em fevereiro.
Southgate ficou tão impressionado que o jovem - que só jogou uma vez pela seleção sub-21 e pela seleção principal, respetivamente - chegou à lista final, sendo um dos quatro jogadores do Palace a fazê-lo, o que faz do clube o mais representado na seleção da Inglaterra para a Euro.
O Flashscore analisa algumas das inclusões e omissões mais chocantes das seleções inglesas do passado.
Geoff Hurst - 1966
A competição por lugares no ataque na equipa de Alf Ramsey em 1966 era feroz. Geoff Hurst, avançado do West Ham, só se estreou pela Inglaterra quatro meses antes do Campeonato do Mundo em casa.
Inicialmente escolhido como suplente da dupla de ataque formada por Jimmy Greaves e Roger Hunt, o destino acabou intervindo.
Uma lesão de Greaves abriu a porta para Hurst, que aproveitou a oportunidade. Ele marcou o golo da vitória contra a Argentina nos quartos de final e gravou o nome como lenda com três golos na final, tornando-se para sempre um símbolo do triunfo do futebol inglês.
Paul Gascoigne - 1998
A abordagem pouco convencional de Glenn Hoddle para a seleção em 1998 rondava o bizarro.
Os jogadores compareciam a "encontros" pré-agendados com o técnico, mas só descobriam o seu destino no Mundial no quarto de hotel dele. O método saiu espetacularmente pela culatra com Paul Gascoigne - um homem que muitos ainda acreditavam ser um dos melhores jogadores da Inglaterra na sua época, especialmente depois dos seus feitos heróicos no Euro-1996, embora não fosse o mais apto.
A nação e a imprensa ficaram estupefactas com a sua omissão, mas ninguém ficou mais surpreendido do que o próprio jogador.
Chamado apenas para receber a notícia de que era um dos seis jogadores cortados, Gazza soltou a sua fúria, que resultou num quarto de hotel destruído e um confronto dramático com Hoddle, mostrando o brilhantismo volátil do médio, mesmo na desilusão.
"Entrei de rompante no quarto do Hoddle, onde ele estava a falar com o Phil Neville, e fiquei furioso", recordou Gazza mais tarde na sua autobiografia: "Fui até o guarda-roupa e chutei a porta. Depois virei a mesa, partindo um vaso de cerâmica. Cortei-me na perna e agora havia sangue por todo o lado. Ia começar a partir as janelas todas quando o David Seaman e o Paul Ince entraram e conseguiram conter-me."
Coincidentemente, tudo aconteceu no mesmo dia em que Geri Halliwell deixou as Spice Girls. Um dia mau para todos.
Theo Walcott - 2006
A história de Theo Walcott em 2006 é mais um momento ímpar para a seleção nacional, sem qualquer culpa.
Aos 17 anos, Walcott era um talento extremamente entusiasmante, mas extraordinariamente cru, sem qualquer experiência na Premier League, quando Sven-Goran Eriksson surpreendeu toda a gente ao incluí-lo na seleção alemã para o Campeonato do Mundo.
A notícia foi um choque até para o próprio Walcott, que mal tinha visto a tinta secar no seu novo contrato com o Arsenal, depois de Arsène Wenger o ter contratado ao Southampton.
A convocação foi um sinal da confiança de Eriksson no potencial do jovem, mas o impacto de Walcott em campo na Alemanha foi mínimo: o jovem e veloz extremo não conseguiu fazer uma única aparição, parecendo apenas fazer número enquanto a Inglaterra se limitava a passar aos quartos de final, como era tradição na época.
Theo Walcott - 2010
Pode-se dizer que há dois Theos.
Apenas quatro anos depois, a história inverteu-se totalmente quando Fabio Capello o cortou da lista de convocados da Inglaterra antes do torneio na África do Sul.
Walcott era agora um dos melhores jogadores ingleses na Premier League e o seu ritmo de jogo era visto como um dos poucos recursos ofensivos verdadeiramente temíveis que os Três Leões tinham à sua disposição.
O italiano chegou a classificá-lo como um dos "jogadores mais importantes" da Inglaterra após um particular contra o Egito naquela temporada, o que tornou ainda mais surpreendente a sua ausência da lista de convocados.
Até mesmo Lionel Messi comentou a ausência de Walcott, classificando-a como uma "má decisão" e chamando-o de "um dos jogadores mais perigosos que já enfrentei".