Euro-2024: Ainda há esperança para Inglaterra apesar das más exibições

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Euro-2024: Ainda há esperança para Inglaterra apesar das más exibições

Jude Bellingham considera que a equipa não está a fazer o melhor que poderia.
Jude Bellingham considera que a equipa não está a fazer o melhor que poderia.Profimedia
É provavelmente o maior tema deste Campeonato Europeu de Futebol. As fracas e pouco inspiradoras prestações da Inglaterra, considerada por muitos como a grande favorita ao ouro, provocaram uma avalanche de críticas e o típico humor inglês. Até a companhia aérea irlandesa Ryanair deu o seu apoio, publicando uma mensagem na sua conta oficial do Twitter após o empate sem golos com a Eslovénia: Já chega, vamos levar-vos para casa. A história mostra, porém, que um mau começo pode rapidamente se transformar em um bom final.

Que o digam os exasperados adeptos ingleses que fizeram a longa viagem até Colónia para assistirem a uma atuação completamente estéril dos seus queridos, que foram escoltados até aos balneários com vaias sombrias em vez de aplausos. Alguns deles atiraram copos de cerveja vazios em direção ao treinador Southgate, o que visivelmente perturbou o selecionador inglês.

Em seguida, foi agredido verbalmente por especialistas e antigos companheiros de equipa. "Foi agonizante ver aquele jogo", disse o antigo colega de seleção Gary Neville. "A Inglaterra tem Palmer, Saku, Bellingham, Foden e Mainoo, talentos gigantescos. Não podemos deixar que eles sejam mal geridos", acrescentou. Os oitavos de final contra a Eslováquia, em que a equipa esteve a poucos segundos da eliminação, não trouxeram grandes melhorias.

Mas o berço do futebol (assim como outras grandes potências) está habtiuado a reações e reveses semelhantes. Afinal, os jogadores começaram a caminhada rumo ao seu único título mundial com um monótono empate sem golos com o Uruguai em 1966. E a maioria dos 87 mil adeptos discutiu, no caminho de volta de Wembley, em que o técnico Alf Ramsey poderia ter se baseado para acreditar que sua equipa venceria o campeonato. O adversário defendeu-se com nove homens e uma Inglaterra inofensiva saiu sem marcar após 12 jogos. As críticas foram impiedosas e Ramsey serviu de exemplo a todos os seus sucessores sobre como contrariar esta adversidade.

A situação piorou ainda mais 20 anos depois, quando Inglaterra perdeu com Portugal na estreia do Campeonato do Mundo no México e empatou sem golos com Marrocos. Só quando os castigos disciplinares e as lesões obrigaram o treinador Bobby Robson a mudar a formação, com a entrada do favorito dos adeptos, Glen Hoddle, é que a equipa caiu nos quartos de final, frente à Argentina, apenas devido ao golo de mão de Maradona.

Em Itália, em 1990, a equipa estreou-se com dois empates impossíveis de ver e uma vitória desastrada sobre o Egipto, marcando apenas dois golos no grupo (como aconteceu este ano). Duas semanas mais tarde, apenas um desempate por grandes penalidades com a Alemanha, futura campeã, separou os ingleses da final. No mesmo campeonato, a Argentina, campeã em título, tropeçou de forma sensacional no primeiro jogo contra os Camarões e só parou de ser criticada pelos meios de comunicação social quando chegou à final.

O campeão europeu de 2016, Portugal, voltou a passar pelo grupo e só avançou como umo dos melhores terceirros. Da mesma forma, os italianos somaram três pontos no Mundial de 1982, com empates contra a Polónia, o Peru e os Camarões, e a imprensa começou a caçar Paolo Rossi. Após o seu desempenho na fase de grupos, descreveram-no como "um fantasma que vagueia sem rumo pelo campo". A resposta? Um hat-trick na baliza do Brasil no oitavos de final, dois golos na meia-final para despachar os polacos, outro na final para a Alemanha e o ouro para a Itália. Rossi foi então carregado nos ombros de todos.

Afinal, depois da final impressionante do último Mundial no Catar, em que os argentinos conseguiram bater a França, quem se lembrava de que Messi e companhia haviam implodido com a Arábia Saudita no início? Talvez a reviravolta mais notável tenha acontecido no Campeonato Africano deste ano, com a seleção favorita da anfitriã Costa do Marfim. A Costa do Marfim sofreu uma derrota por 0-4 no início contra a Guiné Equatorial, demitiu o seu treinador e, com um novo no lugar, garantiu a promoção como a última equipa do terceiro lugar. No final, ganharam o ouro...

Ainda há esperança para Inglaterra.