Euro-2024: Alemanha e Espanha lideram ranking dos Europeus com três títulos
Em 16 edições, desde 1960, germânicos e espanhóis contam mais um cetro do que os bicampeões França (1984 e 2000) e Itália (1968 e 2020), numa prova também já arrebatada por União Soviética (1960), Checoslováquia (1976), Países Baixos (1988), Dinamarca (1992), Grécia (2004) e Portugal (2016).
A Mannschaft foi, durante muitos anos, a líder destacada da tabela, pois, ainda como República Federal Alemã (RFA), foi a primeira a chegar aos dois cetros e, antes de alguém repetir o feito, alcançou o tri em 1996.
A roja até chegou ao primeiro cetro antes dos germânicos, mas só logrou o segundo 44 anos depois, em 2008, igualando então a França no segundo lugar, para, logo na edição seguinte, chegar ao terceiro cetro e tornar-se a primeira seleção na história da competição a revalidar o cetro.
A história começou a escrever-se em 1960 e o primeiro herói foi o soviético Viktor Ponedelnik, ao marcar, já no prolongamento, o golo na final com a Jugoslávia (2-1), numa edição com fase final a quatro, em França.
Quatro anos depois, a anfitriã Espanha negou o bis à União Soviética, que bateu na final por 2-1, no Bernabéu, graças a um tento de Marcelino, já aos 84 minutos.
Em 1968, a Itália também aproveitou o fator casa, ao bater a Jugoslávia na primeira final com jogo de repetição, que ganhou por 2-0, depois de um inconclusivo 1-1 e de superar os soviéticos nas meias por moeda ao ar.
A quarta edição foi pautada pelo avançado Gerd Müller, que, na fase final, bisou nas meias, face à anfitriã Bélgica (2-1), e na final, com a União Soviética (3-0), presente pela terceira vez no jogo decisivo, dando o primeiro cetro à RFA.
Os germânicos voltaram ao jogo decisivo em 1976, mas, na Jugoslávia, triunfou a Checoslováquia, que, depois de desperdiçar uma vantagem de dois golos, venceu a primeira final decidida no desempate por grandes penalidades (5-3), graças a Antonín Panenka, ao original penálti à Panenka.
Na primeira fase final a oito, disputada em Itália, a RFA, de Bernd Schuster e Karl-Heinz Rummenigge, tornou-se a primeira bicampeã europeia em 1980, ao superar a Bélgica na final, por 2-1, graças a um bis de Horst Hrubesch, incluindo o tento decisivo aos 88 minutos.
Em 1984, a anfitriã França tornou-se a sexta campeã, culpa quase exclusiva de Michel Platini, que marcou nove golos e faturou nos cinco jogos, incluindo nas meias com Portugal (3-2, após prolongamento) e na final com a Espanha (2-0).
A oitava edição fez justiça ao futebol dos Países Baixos, que arrebataram, finalmente, um título, ao baterem na final a URSS por 2-0, com tentos dos craques Ruud Gullit e Marco van Basten, após superarem a anfitriã RFA (2-1) nas meias.
Em 1992, aconteceu a primeira grande surpresa, com a vitória da Dinamarca, que, chamada à última hora para substituir a excluída Jugoslávia, face à Guerra dos Balcãs, acabou campeã, na Suécia, com um 2-0 à Alemanha na final.
A fase final foi alargada para 16 equipas em 1996 e a Alemanha chegou ao tri, ao bater a anfitriã Inglaterra nos penáltis, nas meias-finais, e uma surpreendente República Checa, na final, por 2-1, com um bis de Oliver Bierhoff, incluindo um golo de ouro, aos 95 minutos.
Na primeira fase final em dois países (Bélgica e Países Baixos), em 2000, a França bisou, 16 anos depois, com golos de ouro nas meias-finais, de Zinédine Zidane, face a Portugal, e na final, de David Trezeguet, perante a Itália, que ainda liderava aos 90+3 minutos.
Em 2004, Portugal engalanou-se, como nunca, para receber a 12.ª fase final e a seleção lusa chegou à final, na Luz, mas perdeu por 1-0 com a Grécia, campeã mais do que surpreendente, graças a um tento de Angelos Charisteas.
Depois, chegou o tiki taka da Espanha, apoiado no futebol introduzido no FC Barcelona por Pep Guardiola, que chegou ao primeiro cetro em 2008, na Áustria e Suíça, numa final com a RFA (1-0) resolvida por Fernando Torres.
A roja, então detentora do título mundial, tornou-se em 2012, na Polónia e Ucrânia, a primeira seleção a revalidar o cetro, ao golear a Itália por 4-0, sem 9, mas com Xavi, Iniesta, Busquets, Xabi Alonso, Cesc ou David Silva, numa final arbitrada pelo português Pedro Proença.
Em 2016, já a 24, Portugal tornou-se o 10.º campeão, num percurso feliz rematado com uma vitória por 1-0 face à anfitriã França, selada no prolongamento pelo improvável Éder, numa final da qual Cristiano Ronaldo caiu cedo, lesionado.
A última edição, que a pandemia da covid-19 desviou de 2020 para 2021, decorreu em 11 países e a Itália chegou ao bis, depois do triunfo de 1968, muito por culpa dos penáltis, desempate em que se impôs à Espanha, nas meias-finais, e à Inglaterra, na final, em pleno Wembley.
A 17.ª edição do Campeonato da Europa realiza-se de 14 de junho a 14 de julho, em 10 cidade da Alemanha e pela terceira vez com 24 seleções.