Euro-2024: "Cicatrização completa só em 6 semanas", avalia médico sobre fratura de Mbappé
"O septo foi claramente deslocado. Mesmo tendo recuperado, ainda está frágil. Pode ser considerada uma cicatrização completa em seis semanas", analisa o Dr. Jean-Pierre Paclet, ex-médico da seleção francesa nas décadas de 1990 e 2000. Ele considera "difícil" determinar com precisão uma data de regresso, mas indica duas condições. A primeira é a respiração.
"Os fenómenos secundários que aparecem durante o acidente, ou seja, a inflamação do nariz devido ao hematoma e o sangramento, devem parar", explica.
O Dr. Jacques Saboye, cirurgião plástico de Toulouse e membro da Associação de Cirurgiões Faciais, faz uma análise na mesma linha.
"O problema é a ventilação. Um atleta acostumado a respirar pelo nariz não consegue ficar 90 minutos a respirar pela boca".
Mbappé lesionou-se na vitória da França sobre a Áustria por 1-0, na segunda-feira (17) e não deve jogar a partida de sexta contra os Países Baixos.
O Dr. Paclet insiste na necessidade de evitar todos os riscos nos treinos.
"O uso de máscara sob medida permitiria encurtar o período até o regresso, garantindo um risco quase nulo de agravamento da lesão", indica.
Embora "usar máscara possa prejudicar parcialmente o campo de visão", lembra Paclet.
Kylian Mbappé não é o primeiro jogador a partir o nariz. Jean-Pierre Paclet lembra a lesão do defesa e capitão do Japão em 2002, Tsuneyasu Miyamoto. Lesionado no dia 25 de maio, disputou a partida de abertura do Mundial, no dia 4 de junho, com uma máscara.
Um protocolo que Jacques Saboye conhece bem.
"Já operei o nariz de um jogador de alto nível. Três semanas depois ele disputou a final do Europeu", explica, sem revelar o nome do jogador.
Outros conseguiram até regressar mais cedo. O hispano-brasileiro Diego Costa fez isso em dois dias em 2016. Em abril passado, o guarda-redes da Juve, Wojciech Szczesny, precisou apenas de seis dias para voltar aos relvados este ano, sem máscara.