Euro-2024: Cinco notas a reter do Geórgia-Portugal
Leia a crónica do Flashscore
Eslovénia é o adversário que se segue
A derrota de Portugal, ou melhor, a vitória da Geórgia, com a derrota da República Checa diante da Turquia, significou uma alteração significativa no emparelhamento dos oitavos de final, sobretudo para a Hungria. Aquele que tinha mais possibilidades de ser o adversário da Seleção Nacional acabou eliminado, com a Eslovénia a surgir no caminho da equipa das quinas. A Eslovénia que, recorde-se, foi a primeira seleção a impor uma derrota a Roberto Martínez como selecionador de Portugal. Fica o aviso.
Rodar e experimentar
Roberto Martínez tinha confirmado Diogo Costa e Cristiano Ronaldo no onze inicial. Também João Palhinha manteve-se no onze inicial, sendo que tudo o resto mudou, com o regresso do 3x4x3 da estreia, com a República Checa. Oito alterações, portanto, que seriam expectáveis, tendo em conta o apuramento garantido para os oitavos de final. Rotação, sim, e ainda uma outra experiência, que durante o dia de ontem já vinha sendo comentado nos corredores: Pedro Neto a fazer a ala esquerda. Já se sabe que Nuno Mendes é o único lateral-esquerdo de origem da Seleção Nacional nos 26 convocados. Já se sabe também que, diante dos checos, o lateral do PSG até surgiu a central. Pedro Neto foi, assim, testado numa função em tudo idêntica à que Nuno Santos, um dos propalados nomes para a convocatória para o Euro-2024, faz no Sporting.
Outra vez os atropelos
Na estreia de Portugal no Europeu, vimos muitas vezes João Cancelo e Nuno Mendes, sobretudo, a pisarem os mesmos terrenos em campo, nesta partida contra a Geórgia voltou a sentir-se dificuldades dos jogadores em explanar o 3x4x3 de Roberto Martínez.
Tanto na esquerda, entre Gonçalo Inácio e Pedro Neto, como sobretudo na direita, com António Silva e Diogo Dalot, viram-se muitas vezes "atropelos" na saída de bola e na transição defensiva. E o problema, na frente, não melhorou, com João Félix quase sempre nas "sobras" de Cristiano Ronaldo, João Palhinha e João Neves sem conseguirem cavar alguns metros para as costas do meio-campo da Geórgia e apenas com Francisco Conceição a tentar desequilibrar a balança na asa direita.
Insistir no(s) erro(s)
Para a segunda parte, tal como aconteceu no jogo com a Turquia, Roberto Martínez trocou João Palhinha por Rúben Neves, tentando contornar a falta de metros do meio-campo com a qualidade de passe do médio do Al Hilal. Não resultou. E não resultou porque, uma vez mais, Portugal revelou dificuldades em enfrentar uma equipa em bloco baixo mas, sobretudo, uma equipa organizada a defender e extremamente capaz de atacar. E quando Roberto Martínez podia "emendar a mão", já a perder por 2-0, quando aos 66 minutos decidiu lançar Nélson Semedo, voltou a adaptar um lateral, Diogo Dalot, a central. Numa seleção com a qualidade da portuguesa, andar em constantes adaptações provoca um nó no estômago. Nota: aos 66 o selecionador também tirou Cristiano Ronaldo. Pode perceber-se a oportunidade dada ao capitão de se tornar o marcador mais velho de um Europeu. Mas o resultado foi qual? CR7 a zeros, CR7 extremamente irritado, ao intervalo e na altura da substituição, e um passo em falso na moral da equipa antes dos oitavos de final.
Não só mas também António Silva
Logo aos 2 minutos, um mau passe valeu o primeiro golo da Geórgia, marcado por Kvaratskhelia. Aos 55 minutos, um penálti cometido sobre Lochosvilli valeu o segundo golo da Geórgia, apontado por Mikautadze, aos 57 minutos. A noite foi má para Portugal mas, sobretudo, foi de pesadelo para o jovem António Silva. Se se podia proteger um central tão novo? Podia. Mas um jogo sem pressão não era o ideal para dar rodagem ao jogador? Diria que sim. Pior, bem pior, é com o jogador tremendamente marcado pelos dois erros, retirá-lo aos 66 minutos para lançar um lateral, Nélson Semedo, e adaptar outro, Diogo Dalot, ao seu papel.