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Euro-2024: Cinco notas a reter do Turquia-Portugal

Bruno Henriques
Bernardo Silva celebra o golo
Bernardo Silva celebra o goloAFP
Portugal venceu este sábado a Turquia, por 2-1, na 2.ª jornada do Grupo F do Euro-2024. Bernardo Silva abriu o ativo para a equipa nacional, que dilatou a vantagem ainda antes do intervalo com um autogolo de Akaydin. Bruno Fernandes fechou as contas na etapa complementar. Aqui ficam cinco notas a reter da partida em Dortmund.

Leia aqui a crónica da partida

Mini-Istambul

Depois do jogo com a Geórgia, ninguém estranhou ver as bancadas do Signal Iduna Park pejadas de bandeira vermelha com o quarto crescente. Nos censos de 2015 eram 2,9 milhões de pessoas com raízes turcas a viver na Alemanha, a grande maioria no estado da Renânia Norte-Vestefália onde se disputou este jogo.

Barulhentos, mas sem a animosidade que se viu perante o hino da Geórgia na primeira jornada do Grupo F, os turcos foram perdendo o gás com o desenrolar da partida e o marcador a correr favoravelmente a Portugal.

Desde os 60 minutos, ouviram-se mais os gritos dos adeptos portugueses a sobreporem-se aos atónitos turcos cujo inferno prometido pareceu arrefecer com a queda da equipa em campo.

O vulcão turco só se voltou a fazer ouvir aos 70 minutos, quando entrou o jovem Arda Güler, a estrela da companhia.

Olá, Bernardo

Elogiado sobremaneira por Pep Guardiola, nome cogitado como um potencial vencedor surpresa da Bola de Ouro, Bernardo Silva é um dos principais nomes do Manchester City, uma peça que ajuda a máquina oleada a dominar o campeonato português. Contudo, com a camisola de Seleção tem sido muitas vezes criticado pelo papel discreto (críticas que, aliás, se estendem a todos os jogadores do City).

No quarto grande torneio que participa por Portugal (Mundial-2018, Euro-2020 e Mundial-2022), Bernardo Silva estreou-se a marcar (nunca tinha sequer feito uma assistência). E em bom momento chegou o primeiro golo, já que desbloqueou por completo o jogo com a Turquia e encaminhou Portugal para uma vitória impressionante.

Uma ação mais visível de um jogador que também ajuda a organizar com mestria o ataque português. Prova disso foi a distinção como melhor em campo para o Flashscore.

Os números de Bernardo Silva
Os números de Bernardo SilvaOpta by Stats Perform

A esquerda certa

O flanco esquerdo de Portugal deu muito que falar no jogo com a República Checa. Roberto Martínez apostou em Nuno Mendes como central canhoto, João Cancelo numa espécie de falso lateral (deriva para o meio-campo) e Rafael Leão mais avançado. Não correu bem.

Com a Turquia apostou num flanco canhoto mais convencional. Nuno Mendes regressou à posição original, para apoiar Rafael Leão e as coisas funcionaram. O lateral do PSG teve liberdade para atacar, utilizado mais o corredor central do que o flanco, com Rafael Leão encostado à faixa para infernizar a vida a Çelik.

Foi também uma prova de que Roberto Martínez pensou mais em Portugal do que no adversário. Com a propensão ofensiva dos laterais turcos (sobretudo de Muldur que se esperava que fosse titular), não seria aconselhável colocar um extremo como Leão, pouco dado às questões defensivas.

O flanco esquerdo destacado
O flanco esquerdo destacadoOpta by Stats Perform

Autogolo

É caso para dizer que este é o campeonato dos autogolos. Pelo segundo jogo consecutivo, Portugal beneficiou do azar de uma defesa alheio. No jogo com a República Checa foi Hranac a colocar a bola na própria baliza, desta feita foi Akaydin a ficar com a fava num lance cómico, para dizer o mínimo.

Aos 28 minutos, depois de João Cancelo ter falhado um passe para Cristiano Ronaldo, o defesa-central do Fenerbahçe passou para na direção da baliza onde contava estar Bayindir. Contudo, o guarda-redes do Manchester United desviou-se e não conseguiu captar o esférico que rolou de forma madrasta para lá da linha.

Foi o sexto autogolo deste Euro-2024. Com apenas a segunda jornada da fase de grupo decorrida, já se aproxima perigosamente do recorde – 11 em 2020. E não será descabido pensar no registo de 12 do Mundial-2018.

Como o vinho

A qualidade de Pepe não surpreende ninguém. Aos 41 anos o que levantava mais questões na hora da convocatória era a condição física, de quem falhou os últimos jogos do FC Porto por lesão.

Contudo, o central mostrou que está aí para as curvas. Depois de uma boa exibição diante da República Checa voltou a demonstrar grande qualidade diante da Turquia, onde ajudou Portugal a conservar a baliza a zero e segurou o poderio ofensivo dos turcos que tanto furor fez na primeira ronda. Saiu debaixo de merecidos aplausos.

Deverá ter o descanso merecido contra a Geórgia, mas voltará a ser um esteio defensivo no jogo dos oitavos de final, numa dupla com Rúben Dias que grita segurança.

Os números de Pepe
Os números de PepeFlashscore

Reveja aqui as principais incidências da partida