À vitória dececionante por 1-0 sobre a Sérvia seguiu-se uma atuação desarticulada no empate 1-1 com a Dinamarca.
Os comandados de Gareth Southgate estão praticamente apurados para os oitavos de final e podem vencer o Grupo C com uma vitória sobre a Eslovénia em Colónia, na terça-feira.
No entanto, Southgate precisa de resolver mais problemas para que os Três Leões se tornem pela primeira vez favoritos ao título de campeões europeus.
Problemas com a imprensa
Em resposta a perguntas sobre o porquê de a Inglaterra ter recuado defensivamente depois de ter assumido uma vantagem inicial nos dois jogos de abertura, Southgate admitiu que os seus jogadores não estão ao nível físico necessário para pressionar durante 90 minutos.
"Não estamos a pressionar suficientemente bem, com intensidade suficiente. Temos limitações na forma como podemos fazer isso com a nossa condição física atual", disse o treinador inglês.
Uma temporada exaustiva para alguns dos principais jogadores ingleses não é uma grande desculpa, já que seleções como Alemanha, Espanha e Portugal começaram com força, com uma carga de trabalho semelhante também nas pernas dos seus jogadores.
Ausência de um lateral-esquerdo de raiz
A aposta de Southgate em Luke Shaw como o único lateral-esquerdo natural de um plantel de 26 jogadores já parece um erro.
Shaw não joga um minuto pelo clube ou pela seleção desde fevereiro e ainda não está apto para se juntar aos treinos da equipa na Alemanha.
Com o defesa do Manchester United a dever falhar o jogo com a Eslovénia, Southgate tem agora de decidir se pode arriscar lançá-lo diretamente para a competição durante a fase a eliminar, mesmo que o jogador de 28 anos não esteja nas melhores condições físicas.
Kieran Tripper tem sido um bom lateral-esquerdo, mas a sua tendência para se deslocar para o interior é exacerbada pelo facto de Phil Foden também querer subir no terreno a partir de uma posição mais larga na esquerda.
Quem completa o meio-campo?
Jude Bellingham e Declan Rice continuam a ser o centro das esperanças da Inglaterra, apesar de não terem impressionado contra a Dinamarca, mas quem joga ao lado deles no meio-campo é um ponto de interrogação.
A experiência de Southgate de deslocar o lateral-direito Trent Alexander-Arnold, do Liverpool, para o meio-campo até agora não deu resultado.
O defesa adaptado a médio foi substituído por Conor Gallagher, do Chelsea, nas duas partidas em que entrou em campo.
Southgate foi criticado por ter dito que a Inglaterra não tem um sucessor natural para Kalvin Phillips, que tem tido dificuldades nos clubes depois de se ter destacado no Euro-2020.
Os jovens Kobbie Mainoo e Adam Wharton são as outras opções, mas nenhum deles tem experiência numa competição internacional.
Enfrentar as expectativas
Raramente a Inglaterra começou uma grande digressão com maiores expectativas.
O quarteto formado por Foden, Bellingham, Bukayo Saka e Harry Kane deve causar inveja na Europa depois de marcar 114 golos pelos clubes na temporada 2023/24.
No entanto, Rice admitiu que o facto de os ingleses terem atualmente demasiada pressão acaba por ter um efeito negativo.
"Estamos todos tão desesperados para deixar o país orgulhoso", disse o médio do Arsenal.
"Estamos todos tão desesperados para ganhar, para sermos líderes, para ir lá fora e dar às pessoas memórias para a vida".
Southgate pediu aos seus jogadores para irem "atrás das expectativas" em vez de se esquivarem do desafio.
Mas agora chegou a hora de Inglaterra falar em campo.
Kane pode dar o golpe?
Kane tem sido o alvo de alguns dos críticos mais ferozes, apesar de ter marcado o seu 64.º golo pela seleção inglesa contra a Dinamarca.
O capitão da seleção inglesa foi substituído a mais de 20 minutos do fim da partida em Frankfurt e a sua titularidade chegou mesmo a ser colocada em causa pelos mais exigentes comentadores ingleses. No entanto, Kane já esteve nesta situação antes e é de longe a fonte mais fiável de golos de Inglaterra.
Não marcou qualquer golo na fase de grupos do último Euro ou do Mundial, antes de marcar seis vezes em seis jogos a eliminar nesses torneios.
"Sei que, quando se joga um grande torneio de futebol, vai ser sempre intenso, o desempenho vai ser escrutinado", disse Kane.
"Se eu for honesto comigo mesmo, será que joguei tão bem quanto sei que posso? Não. Mas não marquei na fase de grupos do Campeonato do Mundo, não marquei na fase de grupos do Campeonato da Europa. Por isso, do meu ponto de vista, é um bónus estar um golo à frente", concluiu.