Uma grande parte dos presumíveis espectadores alemães presentes na Arena de Munique, na noite de terça-feira, viu as coisas de forma muito diferente.
O mundo inteiro viu pela televisão que Cucurella foi recebido com expressões de desagrado sempre que tocava na bola. Mesmo quando o nome de Cucurella foi ouvido no estádio antes do jogo, houve assobios e vaias. O descontentamento das bancadas só diminuiu na segunda parte.
O comentador da ZDF, Oliver Schmidt, resumiu o facto de muitos observadores no estádio e em frente aos ecrãs terem considerado o cenário de bode expiatório em torno do lateral-esquerdo de 25 anos embaraçoso para os anfitriões.
"Podem fazer isso - mas não têm de o fazer", afirmou.
Cucurella tocou a bola com a mão num lance com Jamal Musiala durante a derrota da Alemanha com a Espanha por 2-1 na última sexta-feira. O árbitro inglês Anthony Taylor negou aos alemães um penálti. O debate sobre a decisão ainda está a decorrer.
"São coisas que acontecem. Quando as pessoas falam sobre isso, faz parte do jogo", disse Cucurella sobre o apito final de terça-feira, que obviamente não afetou o seu jogo.
"Não sei o que estavam a tentar fazer, mas é assim que as coisas são. O mais importante é que estamos na final", acrescentou.
Cânticos dos espanhóis
Os adeptos espanhóis viram a situação da mesma forma, celebrando Cucurella com cânticos demonstrativos. De acordo com o técnico espanhol Luis de la Fuente, as expressões de desagrado na verdade ajudaram o seu pupilo.
"A única coisa que conseguiram foi motivá-lo ainda mais", disse o treinador.
"Ele é um profissional e sabe como lidar com a pressão", explicou.
De la Fuente não se permitiu criticar os anfitriões do Campeonato da Europa. "As pessoas que apupavam não representavam o desporto nem o país. A Alemanha foi um anfitrião excecional", referiu.
Talvez o selecionador espanhol tenha que rever o seu julgamento no domingo, perante as vozes que chegaram das bancadas na final do Euro-2024, no Estádio Olímpico de Berlim.