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Mas, depois de uma série de exibições espetaculares na Alemanha, está finalmente a fazer com que os adeptos e os especialistas prestem atenção. Fabián tem sido o motor da Espanha durante as seis vitórias até à final de domingo contra a Inglaterra no Olympiastadion de Berlim, onde a sua equipa procura um recorde: o quarto título do Euro.
É um dos destaques do torneio, tornando-se uma peça fulcral no projeto do seleccionador Luis de la Fuente, depois de quase dois anos a ser ignorado pelo antigo treinador Luis Enrique - que agora o orienta no PSG -, que o deixou de fora da convocatória para o Campeonato do Mundo de 2022.
De la Fuente há muito que admira Fabián, tendo trabalhado com ele durante anos quando era treinador das camadas jovens espanhola. Ganharam juntos o Campeonato da Europa de sub-21 em 2019, em que Fabián foi eleito o melhor jogador do torneio.
Na altura, o médio prosperava em Nápoles sob a tutela de Carlo Ancelotti, que o contratou por 30 milhões de euros ao Betis um ano antes e que se afeiçoou ao miúdo magro e trabalhador nascido num humilde subúrbio de Sevilha.
Nas camadas jovens do Betis, conseguiu que a mãe trabalhasse como empregada de limpeza no clube, emprego que manteve durante 14 anos.
"Não há muitos jogadores que possam dizer que partilharam o balneário com a mãe", contou Fabián ao El Periodico de España na semana passada.
"Ter a minha mãe todos os dias no sítio onde trabalhávamos era algo raro. Eu via-a todos os dias a limpar o balneário onde jogava. Mas, claro, era uma inspiração e um motivo de orgulho. A contratação da minha mãe pelo Betis foi uma das melhores contratações da minha carreira", admitiu.
Sob o comando de Ancelotti no Nápoles, tornou-se titular da seleção espanhola com Robert Moreno, mas caiu em desgraça com o sucessor Luis Enrique. Mesmo depois de se transferir para o PSG, Fabián não foi convocado até De la Fuente assumir o comando no ano passado.
"Nunca vou esquecer o que passei, de onde venho e o que me custou chegar até aqui. Quando se vem tão de baixo, dás mais valor e isso ajuda a continuar a lutar", disse.
Agora, como um dos soldados mais confiáveis de De la Fuente na Alemanha, Fabián tem sido o pacote completo, um box-to-box, com um poderoso pé esquerdo de longa distância.
Na Alemanha, marcou dois golos, fez duas assistências, completou 92% dos passes e criou três oportunidades claras de golo, o que faz dele um dos jogadores mais eficazes do torneio.
"Fabián é um jogador excecional, de classe mundial", afirmou De la Fuente após a vitória por 4-1 sobre a Geórgia, em que foi o melhor em campo com um golo e uma assistência.
"Fabian é a representação de todos os jogadores que têm estado na sombra e que devem ser reconhecidos pelos meios de comunicação por tudo o que estão a fazer", atirou.