A classificação para as meias-finais fez com que o técnico Didier Deschamps cumprisse uma meta contratual e ficasse no comando por mais dois anos, mas poucos jogadores da seleção francesa sairão com muito crédito do torneio na Alemanha.
Os avançados da seleção francesa saíram com a reputação abalada e o médio ofensivo Antoine Griezmann com dúvidas sobre o seu futuro internacional.
Até mesmo a defesa, que se manteve firme durante todo o torneio, desmoronou quando mais se precisava dela, permitindo que a Espanha se recuperasse e vencesse por 2-1 na meia-final de terça-feira, em Munique.
Kylian Mbappé foi talvez a maior deceção, contribuindo apenas com um penálti e uma assistência, mas com circunstâncias atenuantes.
Um nariz partido no jogo de abertura da França contra a Áustria ameaçou o fim prematuro da sua participação, mas depois de falhar o jogo seguinte, regressou com uma máscara para proteger o rosto.
A máscara inibiu-o nos jogos seguintes, pelo que os adeptos esperavam que um Mbappé liberto voltasse a ter o desempenho inspirado de outrora.
O jogo começou bem, com um passe perfeito para o golo de Randal Kolo Muani, mas rapidamente se transformou numa sequência de cortes previsíveis, seguidos de remates fora do alvo.
"A competição foi um fracasso. Queria ser campeão europeu, mas não o somos", disse aos jornalistas.
"É o futebol. Temos de seguir em frente. Vamos para casa, é simples. Tenho de descansar. Depois, vou partir para uma nova vida", acrescentou novo o avançado do Real Madrid.
Griezmann estabeleceu um recorde francês na terça-feira, quando entrou na segunda parte para disputar o 36.º jogo no conjunto do Euro e do Mundial.
Normalmente contribuindo de várias formas para a causa francesa, Griezmann esteve em grande parte anónimo neste torneio, incapaz de sair de uma fase de queda e certamente não ajudado pelas preocupações sobre a sua forma, que se tornaram cada vez mais fortes.
"Comecei mal o torneio, mas senti-me cada vez melhor, mesmo que tenha acabado no banco. Vou voltar. Tentei dar tudo, também em posições diferentes, tive de me adaptar. É assim a vida de um futebolista. Outros não jogaram um minuto, não sou eu que me vou queixar", assumiu o jogador do Atlético Madrid.
Entre os poucos pontos positivos para os franceses está a boa forma do guarda-redes Mike Maignan, que ultrapassou várias lesões para se afirmar como um substituto à altura de Hugo Lloris.
Os defesas Jules Kounde e William Saliba também se destacaram em alguns momentos, mas, no confronto direto, os franceses foram derrotados por uma seleção espanhola muito superior na Arena de Munique.
Se a experiência na Alemanha os estimular a melhorar, então poderá dizer-se que algo de bom saiu do Euro-2024.
No entanto, ao voltarem para casa esta quarta-feira, não havia muito o que saborear.