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Euro-2024: Inglaterra finalmente pronta para ultrapassar a linha da meta

Brad Ferguson
Phil Foden é uma das estrelas inglesas deve brilhar no Euro
Phil Foden é uma das estrelas inglesas deve brilhar no EuroProfimedia
A Inglaterra vai para o Euro-2024, na Alemanha, como uma das seleções mais cotadas do torneio e uma das favoritas das casas de apostas para acabar finalmente com a seca de troféus que dura há 58 anos na final, em julho.

Depois de ter estado tão perto quanto possível ao perder com a Itália na final do Euro-2020, em Wembley, através da marcação de grandes penalidades, os adeptos, especialistas e jogadores ingleses esperam que, desta vez, o seu talentoso plantel vá mais longe e conquiste o Campeonato da Europa pela primeira vez na história do país.

Desgosto e progresso

O Euro-2020 foi um ponto de viragem. Liderada pelos golos heróicos de Harry Kane, por um Raheem Sterling em boa forma e pelo brilhantismo no miolo de Declan Rice, a Inglaterra chegou à primeira grande final desde 1966.

No entanto, a derrota nos penáltis contra a Itália reacendeu o debate em torno das táticas do treinador Gareth Southgate e da sua capacidade para conquistar troféus.

A controvérsia girou em torno da decisão de introduzir os avançados Marcus Rashford e Jadon Sancho nos últimos minutos do prolongamento, em vez de o fazer mais cedo, mas ambos falharam penáltis vitais.

Apesar do desgosto, a campanha de qualificação da Inglaterra para o Euro-2024 foi dominante. Os ingleses lideraram confortavelmente o seu grupo, mostrando um estilo mais expansivo e ofensivo sob o comando de Southgate.

Essa mudança tática colocou os holofotes em jogadores jovens e empolgantes como Jude Bellingham e Phil Foden, que devem brilhar no torneio.

Pontos fortes

A Inglaterra possui uma grande quantidade de jovens talentos no ataque que causa inveja a qualquer equipa, tanto que alguns dos habituais avançados de Southgate não foram convocados desta vez, como Jack Grealish e Marcus Rashford.

A criatividade e os dribles de Phil Foden são uma ameaça constante e ele tem sido um dos melhores jogadores da Premier League esta temporada, com 19 golos e oito assistências em 35 partidas.

Enquanto isso, Jude Bellingham parece ser o homem com o peso da nação sobre os ombros. A estrela do Real Madrid domina de área e área e dá um impulso ao ataque, além de cobertura defensiva.

Estas jovens estrelas são perfeitamente complementadas por um núcleo de jogadores experientes que chegaram à final do Euro-2020. A liderança e a capacidade de marcar golos de Harry Kane continuam a ser vitais - e ele teve uma das épocas mais proveitosas à frente da baliza durante a primeira campanha com as cores do Bayern de Munique.

E ainda há Declan Rice, cujo escudo defensivo fornece uma plataforma para o talento ofensivo florescer. A nova abordagem de Southgate, que prioriza o futebol ofensivo em detrimento de um estilo defensivo mais seguro, pode finalmente libertar o potencial dos talentosos avançados.

No entanto, a história recente da Inglaterra não tem sido muito positiva. Os ingleses só ganharam um dos quatro jogos que disputaram em 2024 - apesar de serem duelos de preparação - e não marcaram golos em dois deles (as derrotas em casa com o Brasil e a Islândia).

Pontos fracos

A defesa de Inglaterra continua a ser um motivo de preocupação. Enquanto a forma de Harry Maguire ao serviço do clube tem sido indiferente há algum tempo, sempre pareceu exibir-se em melhor forma pela seleção quando foi preciso e é considerado por Southgate como uma das escolhas mais confiáveis.

Uma lesão deixou-o de fora do torneio, por isso o experiente defesa do Manchester United - que tem 63 partidas pela seleção - deixa uma lacuna importante no plantel. As lesões ou a falta de forma podem expor esta zona do campo, especialmente porque o outro defesa titular, John Stones, também parece estar em dificuldades para recuperar a forma.

A Inglaterra espera que Marc Guehi, Ezri Konsa, Joe Gomez e Lewis Dunk possam dar um passo em frente no grande palco, apesar de terem apenas um total de 36 partidas pela seleção em conjunto. O único jogador reconhecido nessa posição incluído na lista de convocados é Luke Shaw, do United. O lateral de 28 anos mal disputou cinco jogos desde o Natal, depois de mais uma temporada marcada por lesões.

O peso da história e dos fracassos em torneios anteriores também pode ser uma fraqueza significativa. A pressão para finalmente acabar com a seca de troféus pode criar uma atmosfera sufocante, levando a um jogo cauteloso e à perda de oportunidades.

A mentalidade e a pressão já foram muitas vezes a ruína da Inglaterra. Será que os jovens jogadores conseguem lidar com as expectativas e será que os jogadores mais experientes darão a orientação necessária para lidar com o ambiente de alta pressão?

Por fim, o processo de tomada de decisões de Southgate já foi alvo de escrutínio no passado, sobretudo no que diz respeito a substituições e ajustes táticos em momentos cruciais. Será ele capaz de tomar as decisões certas sob o intenso escrutínio de um grande torneio, com tantos à espera que os Três Leões vão até o fim desta vez?

Onze provável

GR: Jordan Pickford

LD: Kyle Walker

DC: John Stones

DC: Marc Guehi

LE: Kieran Trippier

MC: Declan Rice

MC: Trent Alexander-Arnold

MC: Jude Bellingham

EE: Phil Foden

PL: Harry Kane

ED: Bukayo Saka

Previsões

A fase de grupos da Inglaterra parece complicada. O jogo físico da Sérvia pode ser um verdadeiro teste. No entanto, a maior ameaça ao primeiro lugar será provavelmente a Dinamarca, que conta com um plantel de jogadores que atuam regularmente em clubes das principais divisões europeias.

A Inglaterra tem todos os ingredientes para ser bem-sucedida. A exuberância juvenil, aliada a uma liderança experiente, torna-a uma verdadeira força a ter em conta, caso os principais jogadores se mantenham em forma e a trabalhar durante todo o torneio.

Mesmo assim, há muito poucas equipas que se podem gabar da profundidade de plantel e do banco de suplentes dos ingleses. No entanto, será crucial para Southgate superar o obstáculo mental e navegar pelas batalhas táticas.

No papel, a Inglaterra é uma forte candidata, mas ainda não se sabe se conseguirá finalmente rugir e levar o futebol para casa

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