Euro-2024: João Tralhão adverte Portugal para lado emocional da Turquia
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“Quando o jogo entra num lado emocional, acho que a Turquia tem vantagem, porque os seus atletas têm uma atitude aguerrida e gostam de viver nesse ambiente. Viu-se isso no duelo com a Geórgia (êxito por 3-1) - que foi um dos mais interessantes até agora -, mas eles também têm jogadores com uma qualidade de exceção”, disse à agência Lusa o ex-adjunto do Antalyaspor, do escalão principal turco, na primeira metade da época anterior.
Portugal encara a Turquia no sábado, às 18:00 locais (17:00 em Lisboa), no Signal Iduna Park, em Dortmund, na Alemanha, para a segunda ronda do Grupo F da 17.ª edição do Campeonato da Europa, três horas depois do embate entre Geórgia e República Checa.
Os lusos, campeões em 2016, dividem o comando da poule com os turcos, ambos com três pontos, sendo que se apuram automaticamente para oitavos de final e asseguram a primeira posição se ganharem e os georgianos não derrotarem os checos em Hamburgo.
“Vai ser um desafio muito interessante. Portugal tem uma equipa mais técnica, que gosta de privilegiar o jogo posicional e tentar entrar num registo controlado. A Turquia também tem esta capacidade, mas é uma equipa aguerrida e mostra uma impressionante atitude mental. Quem os conhece já sabe que são uns verdadeiros lutadores e que gostam e se sentem bem neste clima de abordar o jogo com uma atitude mais combativa”, sustentou.
João Tralhão destaca o nível dos médios Orkun Kökçü, do Benfica, e Hakan Çalhanoglu, do campeão italiano Inter Milão, bem como os promissores Arda Güler, recém-campeão europeu de clubes pelos espanhóis do Real Madrid, e Kenan Yildiz, dos transalpinos da Juventus, sem desvalorizar a competência de quem atua no próprio campeonato interno.
O próximo adversário de Portugal é orientado pelo antigo internacional italiano Vincenzo Montella, que substituiu o alemão Stefan Kuntz em setembro de 2023 e ajudou a seleção da Turquia a alcançar a sexta presença, e terceira seguida, em fases finais de Europeus.
“Algumas bases vinham de trás, mas ele trouxe coisas novas. Já tinha treinado um clube local (Adana Demirspor, de 2021 a 2023) e conhece a mentalidade dos jogadores turcos. Isso é muito importante. Ele conseguiu sincronizar melhor a equipa. Quando falamos em técnicos italianos, que têm uma cultura muito própria, sabemos que as suas equipas são organizadas, gostam de ter o controlo posicional no plano defensivo em grande parte do jogo e não correm muitos riscos. Este foi o segredo do selecionador da Turquia”, avaliou.
João Tralhão, de 43 anos, julga que os turcos ficaram “bem mais equilibrados” em zonas defensivas, tendo fechado o Grupo D de qualificação para o Euro2024 no primeiro lugar, com 17 pontos, um acima da também apurada Croácia, que integrou o pódio dos últimos dois Mundiais e foi finalista vencida da terceira edição da Liga das Nações, em 2022/23.
Na terça-feira, em Dortmund, o conjunto de Montella entrou na fase final com uma vitória diante da estreante Geórgia, num jogo em que contou com o apoio da maior comunidade estrangeira residente na Alemanha e contrariou o hábito de perder em rondas iniciais de Europeus, enquanto Portugal bateu com reviravolta a República Checa (2-1), em Leipzig.
“A Turquia mostrou algumas limitações entre linhas, mas acredito que será diferente com Portugal. Apesar de a Geórgia ter feito uma grande exibição e juntar excelentes atletas, o nosso nível é superior e o estado de alerta dos turcos vai ser outro. Portugal tem de jogar mesmo nos limites, ser organizado e ter o equilíbrio necessário para que a Turquia não explore toda a sua criatividade e capacidade de chegar à área para finalizar”, enquadrou.
Outra confiança
Portugal chega mais confiante ao encontro com a Turquia, no sábado, da segunda ronda do Grupo F do Euro2024 de futebol, após uma reviravolta vitoriosa tardia face à República Checa na estreia (2-1), admite o treinador João Tralhão.
“Depois do primeiro jogo, a equipa já percebeu qual a sincronização que é necessário ter. Obviamente, vem com outra confiança, sobretudo pelos três pontos que já somou. Fazer golos e inverter resultados nos últimos minutos dá um sentimento importante de acreditar que é possível virar qualquer jogo. Isso dá ânimo e mantém a equipa focada, se bem que a confiança vem mais da vitória”, observou à agência Lusa o técnico, de 43 anos, que foi adjunto do Antalyaspor, do escalão principal turco, na primeira metade da época anterior.
Portugal encara a Turquia no sábado, às 18:00 locais (17:00 em Lisboa), no Signal Iduna Park, em Dortmund, na Alemanha, para a segunda ronda do Grupo F da 17.ª edição do Campeonato da Europa, três horas depois do embate entre Geórgia e República Checa.
Os lusos, campeões em 2016, dividem o comando da poule com os turcos, ambos com três pontos, sendo que se apuram automaticamente para oitavos de final e asseguram a primeira posição se ganharem e os georgianos não derrotarem os checos em Hamburgo.
“Vai ser um duelo com características diferentes do primeiro e Portugal terá pela frente o adversário mais competitivo da primeira fase. Será um jogo muito disputado e equilibrado entre as equipas mais fortes do grupo. Apesar de a Turquia ter atletas de altíssimo nível, acredito que Portugal apresenta condições para ter protagonismo e dominar mais”, disse.
Na terça-feira, em Leipzig, o conjunto orientado pelo espanhol Roberto Martínez iniciou a nona presença, e oitava seguida, em Europeus com um triunfo sofrido frente aos checos, que até se adiantaram por Lukás Provod (62 minutos), mas viram Robin Hranác (69), na própria baliza, e o suplente Francisco Conceição (90+2) a selarem a reviravolta nacional.
“Estamos a falar de atletas altamente experientes e do mais alto nível no futebol mundial. No entanto, este tipo de competição tem algumas características particulares. Apesar da experiência, há sempre um sentimento de querer entrar bem e com uma vitória. Como é óbvio, isso afeta o primeiro encontro de qualquer seleção, mas toda a gente percebe que Portugal tem uma seleção muito experiente. A conquista destes três pontos foi bastante importante e é um fator decisivo para dar mais confiança à equipa”, vincou João Tralhão.
O ex-treinador da formação do Benfica acredita que a equipa das quinas soube “manter sempre a qualidade” perante as nuances utilizadas no duelo com a República Checa, no qual alinhou com três defesas centrais e foi gerando dinâmicas assimétricas nos flancos.
“Portugal reúne um conjunto de jogadores muito homogéneo a nível qualitativo, mas, em termos de características, pode dar diferentes coisas ao jogo. É importante gerir o grupo numa prova tão densa e curta. Não diria que não haverá alterações táticas, até porque o selecionador já demonstrou ao longo do tempo que tem uma variabilidade mais alargada. Sendo um jogo com outro perfil, acredito possa ter algumas opções diferentes”, analisou.
João Tralhão espera um “jogo bonito em campo e nas bancadas”, aludindo à previsão de nova enchente em Dortmund, onde a Turquia bateu a estreante Geórgia (3-1) na ronda inicial, galvanizada pelo apoio da maior comunidade estrangeira residente na Alemanha.
“Eu trabalhei na Turquia e percebo claramente a paixão que eles têm pelo jogo e a forma como apoiam as suas equipas e, neste caso, a seleção. Vai ser um fator muito relevante para dar uma energia extra aos jogadores turcos, mas Portugal também terá uma falange de apoio bastante grande, com certeza. São duas culturas que adoram futebol”, concluiu.