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"É mais fácil quando se tem um guarda-redes que nos orienta, que fala connosco do princípio ao fim", diz William Saliba.

Com Mike Maignan, "defendemos bem, e também fomos bons nas bolas aéreas. Sabemos o que temos de fazer, e é bom ter um líder como ele por trás de nós, especialmente para um jogador como eu, que está a começar numa competição como esta", continua o defesa, que alinha na defesa central ao lado de Dayot Upamecano.

Tal como Saliba, o jogador do AC Milan está a descobrir o papel de guarda-redes titular numa grande competição, depois do reinado de 13 anos de Hugo Lloris, que ainda detém o recorde de maior número de jogos pela seleção (145).

"É um orgulho imenso substituir Hugo, que é uma lenda, e ele me disse as palavras certas quando saiu", disse Maignan (18 partidas) no programa Téléfoot. "Tenho de manter o ritmo dos guarda-redes da seleção francesa".

Ele já é um dos líderes, apoiado por Antoine Griezmann, capitão contra os Países Baixos (0-0) desde que Kylian Mbappé ficou no banco para proteger o nariz. Para  Grizi, Mike é um daqueles "líderes que conseguem gritar quando as coisas não estão a correr bem".

"Ele tem muito carisma"

Maignan é "alguém que gosta de falar positivamente ou de dar conselhos a todos os seus companheiros de equipa", confirma Aurélien Tchouameni. "Tem muito carisma, é um líder natural e, quando fala, posso dizer que todos o ouvem".

"O Mike fala muito", concorda Jonathan Clauss. "Ele dá-nos muitas informações, lembra-nos quando estamos dois ou três metros atrás, encoraja-nos quando estamos na posição certa... Para um defesa, é uma vantagem ter um guarda-redes que nos orienta dessa maneira".

E, acima de tudo, Maignan fez algumas defesas decisivas. O guarda-redes da Geórgia, Giorgi Mamardashvili, é o guarda-redes que mais tem brilhado neste Euro até agora, mas numa equipa dominante como a França, é preciso estar totalmente concentrado para as duas ou três defesas que é preciso fazer por jogo.

Maignan fez isso mesmo, decisivo duas vezes contraa Áustria (vitória por 1-0), com uma defesa relâmpago aos pés de Christoph Baumgartner, e três vezes contra os Países Baixos (0-0), nomeadamente logo ao 1.º minuto contra Jeremie Frimpong.

Ainda não está a 100%

O guarda-redes partilha os louros com a equipa. "Temos um bloco sólido, isso ajuda a defesa, também me ajuda a ler as situações", diz ele. "Sabemos que, de modo geral, são as defesas que vencem os torneios".

A sua campanha na Euro teve um início perfeito, apesar de ainda não estar a 100%. Chegou ao campo de treinos com uma pequena lesão num dedo e sofreu uma série de problemas físicos nas duas últimas épocas. Chegou mesmo a falhar o Campeonato do Mundo de 2022.

"Estou no auge da minha forma física, mas estou em boa forma", diz Maignan. "Cheguei preparado e não tive muitos problemas. Fui bem gerido, tive uma boa preparação e tive de me manter positivo. Jogo após jogo, temos de elevar o nível. Conheço o meu potencial e sei que tenho de me concentrar".