Euro-2024: Multidão de portuenses vai do inferno ao céu com defesas de Diogo Costa
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A passagem de Portugal aos quartos do Campeonato da Europa, após bater a Eslovénia (3-0, no desempate por grandes penalidades, após 0-0 no término do prolongamento), não foi apenas de emoções fortes para a comitiva lusa ou para os adeptos presentes em Frankfurt, mas também para uma multidão que se reunião no Largo Amor de Perdição, na Cordoaria.
Com um ecrã gigante para visionar o jogo, gerou-se um ambiente de estádio, composto essencialmente por jovens, à semelhança dos jogos anteriores, com bombos e até caixotes do lixo a servirem de percussão, tochas e um ambiente de festa inicial.
Antes da partida, era patente um otimismo geral, em nada afetado pela derrota frente à Geórgia (2-0), como explicou Diogo, um adepto, de 23 anos, equipado com as cores da seleção das quinas.
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"O jogo com a Geórgia já não interessava para nada. Jogaram suplentes que já se percebeu que não podem jogar. Nos outros dois jogos, estivemos muito bem e temos uma grande equipa. Temos tudo para passar os oitavos e até ganharmos o Europeu. Por que não? Vedetas não nos faltam", expressou à Lusa.
Em contraste, Joana, de 35, recordou o sentimento vivido no Euro-2004 para lembrar que um bom conjunto de jogadores não basta, contestando algumas decisões no onze inicial, que acabara de ser anunciado.
"Até podemos ser muito fortes em teoria, mas eu quero ver é dentro do campo, e isso não tenho visto, sinceramente. Lembro-me de grandes seleções em termos individuais, como a do Euro2004, e foi aquilo que toda a gente sabe. Este onze também não consigo perceber, acho que o João Neves tem de ser titular, por exemplo", contestou.
À medida que os minutos foram passando, o clima de festa foi dando lugar à apreensão sempre que a bola não entrava na baliza defendida por Oblak - o pico da desilusão foi a grande penalidade falhada por Cristiano Ronaldo, com o público portuense a não deixar de aplaudir e mostrar solidariedade perante as lágrimas do jogador do Al-Nassr.
As reações dos jogadores portugueses
Quando o avançado esloveno Sesko se isolou para a baliza portuguesa e viu Diogo Costa negar-lhe o golo com uma grande intervenção, já eram muitos os que idolatravam o guarda-redes do FC Porto com cânticos, sem saber o que se seguiria após o prolongamento.
"O Diogo Costa é uma muralha. Nós não jogámos bem, mas estamos bem entregues naquela baliza para os penáltis. Vamos passar", comentou Maria, que não parecia partilhar da apreensão do restante público.
A verdade é que o tempo viria a dar razão à jovem, com uma enorme apoteose que se gerou a cada uma das defesas do guardião e ainda maior no remate de Bernardo Silva, que garantiu o triunfo.
"Pouco importa, pouco importa, se jogamos bem ou mal", cantava-se com grande alegria, depois de uma exibição sem golos, mas com uma esperança renovada após a passagem aos quartos, em que Portugal irá defrontar a França na sexta-feira, a partir das 20:00 (hora em Lisboa).