Euro-2024: Nem toda a Espanha celebra e Oyarzabal é considerado traidor na terra da mãe
Nem toda a Espanha festejou a conquista do Euro-2024. O quarto título europeu de nuestros hermanos ficou caracterizado pela forte influência basca já que foram dois jogadores desta província – Nico Williams e Mikel Oyarzabal – que marcaram os golos da vitória na final e isso nem sempre é pacífico.
Esta segunda-feira de manhã, em Elorrio, terra da mãe de Oyarzabal, surgiu uma crítica mordaz a Mikel Merino e ao avançado da Real Sociedad. Numa lona pode ler-se a mensagem “Não a aceitação da seleção espanhola”, frase ladeada pela ikurriña (bandeira do país basco) e bandeira de Espanha traçada com uma cruz. Por baixo aparecem o nome dos dois jogadores apelidados de traidores.
De resto, já nesta segunda-feira, Arnaldo Otegi, líder do EH Bildu, partido separatista espanhol, foi contundente ao afirmar que “nunca vai celebrar uma vitória de Espanha”. “Não é a minha seleção, não é o meu rei, não é o meu hino”, justificou deixando um desabafo: “acham que somos antiespanhóis, mas eu quero deixar uma reflexão porque os jogadores bascos não têm opção de defender a nossa seleção porque o Estado espanhol nega essa possibilidade”.
Recorde-se que existe uma seleção basca de futebol que disputou o primeiro jogo da história em 1930, contra a Catalunha. A última vez que se reuniu foi em 2024, quando a 23 de março empatou com o Uruguai. Dessa equipa fizeram parte nomes como Álvaro Djaló (SC Braga) ou Martín Aguirregabiria (Famalicão).
Mikel Merino e Oyarzabal nunca representaram a seleção basca, mas não faltam exemplos de jogadores que vestiriam a camisola do País Basco e de Espanha. O mais sonantes serão Xabi Alonso, Iker Munian,Javi Martínez ou Andoni Zubizarreta, atual diretor do FC Porto.