O jogador de 20 anos teve uma ascensão meteórica desde que se transferiu para a Premier League em fevereiro e irá para a Alemanha com os Três Leões, conquistando um lugar na lista final à frente de jogadores como Jordan Henderson, James Maddison e James Ward-Prowse.

O lugar de Wharton na equipa titular não está definido, com a concorrência feroz de Kobbie Mainoo, do Manchester United, e do talento Trent Alexander-Arnold, do Liverpool, mas o jovem pode talvez trazer um equilíbrio ao meio-campo da Inglaterra que outros não proporcionam.

Aqui, o Flashscore analisa a rápida ascensão do médio e o que pode trazer à equipa de Gareth Southgate este verão.

Aprendizagem no Championship

A carreira de Wharton começou no Blackburn Rovers, do Championship, clube ao qual se juntou com apenas seis anos.

O jovem entrou na equipa principal durante a época de 2022/23 e participou com bastante regularidade numa campanha que viu o clube de Lancashire terminar fora dos lugares de play-off.

Na primeira parte da época de 2023/24, Wharton consolidou-se no plantel principal e tornou-se um dos pilares de uma equipa que começou por lutar por um lugar entre os seis primeiros, antes de descer na tabela no final do ano.

Wharton foi uma luz brilhante ao lado do avançado Sammie Szmodics durante uma má fase de forma do Blackburn, continuando a fazer exibições consistentes a partir do meio-campo, apesar das dificuldades do resto da equipa.

Esse tipo de ambiente endureceu o médio no início da carreira e fez com que ele se desenvolvesse rapidamente numa das ligas mais exigentes fisicamente do mundo.

O então técnico Jon Dahl Tomasson descreveu Wharton como um talento de nível de Liga dos Campeões e até fez uma previsão sobre a sua convocatória para a seleção inglesa.

"Com a bola, ele tem nível de Liga dos Campeões e, sem ela, aprendeu muito. Mas esta ainda não é a versão final de Adam Wharton, por isso vamos ver", disse Tomasson à equipa de comunicação social do Blackburn.

"Ele é um bom rapaz, lembro-me de no ano passado me sentar em casa com os pais dele a beber chá para discutir o seu desenvolvimento. Agora ele é um jogador de primeira equipa e acredito que será um jogador de Inglaterra", vaticinou.

Outra ajuda para o seu rápido crescimento foi o facto de jogar ao lado do seu irmão mais velho, Scott Wharton, que também fazia parte da equipa principal do Blackburn.

As suas exibições impressionantes renderam-lhe várias convocatórias para as equipas jovens de Inglaterra, até que o Crystal Palace entrou em cena no final da janela de transferências de inverno, contratando um dos melhores jovens talentos do Championship por um valor inicial de 18 milhões de libras (21 milhões de euros).

O facto de Wharton ter conseguido uma transferência para a Premier League - e agora uma convocatória para a seleção de Inglaterra - apenas dois anos depois de assinar o seu primeiro contrato profissional é uma prova da sua rápida ascensão no futebol principal.

O impulso do Palace

Wharton chegou a uma equipa do Palace assolada por lesões e, apenas duas semanas depois de ter assinado, o então treinador Roy Hodgson adoeceu durante um treino e abandonou o cargo quatro dias depois, abrindo a porta à entrada do atual treinador Oliver Glasner.

Wharton foi imediatamente integrado na equipa principal e foi titular em todos os jogos, exceto um, desde que se mudou para a Premier League, tendo a sua estreia acontecido no banco de suplentes numa derrota por 4-1 contra o rival Brighton.

Depois de se adaptar rapidamente ao novo ambiente - um tema que tem caracterizado toda a sua carreira até agora -, o médio estabeleceu-se como parte integrante da equipa do Palace.

Os seus passes para a frente e a sua capacidade de manter a posse de bola ajudaram os Eagles a dar a volta a uma má fase, vencendo seis dos últimos dez jogos da época passada.

As suas exibições foram particularmente notáveis na vitória por 1-0 sobre o Liverpool e na goleada por 4-0 sobre o Manchester United, com o jovem talento a destacar-se em ambas as partidas.

Nos 16 jogos que disputou na Premier League, Wharton teve uma média de 7,0 no Flashscore e fez três assistências a partir da base do meio-campo do Palace, chamando a atenção de Southgate.

Embora as suas estatísticas de criação de jogadas sejam impressionantes, as suas contribuições defensivas também se destacam - algo que desenvolveu desde a sua mudança para a Premier League.

Wharton teve uma média de três desarmes, 4,8 recuperações de bola, 1,5 alívios e 1,2 interceções por jogo, destacando uma capacidade de jogo que as outras opções de meio-campo da Inglaterra (além de Declan Rice e Jude Bellingham) talvez não tenham.

Uma estreia promissora por Inglaterra

Após uma excelente segunda metade da temporada de 2023/24, Wharton foi convocado para a seleção principal de Inglaterra pela primeira vez, como parte da equipa provisória de 33 jogadores antes do Euro-2024.

Poucos esperavam que chegasse à seleção final de 26 jogadores, até uma excelente participação na estreia, na vitória por 3-0 contra a Bósnia e Herzegovina.

Wharton entrou em campo aos 62 minutos, ocupando o lugar de Alexander-Arnold no meio-campo, com o resultado em 1-0.

O inglês rapidamente demonstrou a sua excelente capacidade de passe e permitiu que Inglaterra transformasse a posse de bola dominante em ataques realmente ameaçadores, completando todos os 37 passes que tentou, dois dos quais foram passes decisivos para os companheiros de equipa.

O médio mudou o jogo depois de entrar em campo e os Três Leões marcaram mais dois golos durante o tempo em que Wharton esteve em campo.

Curiosamente, ficou de fora do jogo seguinte, contra a Islândia, que terminou com uma derrota por 1-0, com apenas a equipa de Southgate a fazer apenas um remate à baliza.

O que nos espera neste verão?

A rápida ascensão de Wharton ao futebol principal fez com que ele passasse de um talento do Championship a um dos jogadores mais promissores da Premier League.

A sua excelente capacidade de passe é algo que faz falta a Inglaterra no meio-campo, que precisa preencher o espaço entre Declan Rice e Jude Bellingham.

Wharton também é o único médio canhoto de Inglaterra, além de ter 1,90m de altura, o que faz com que seja importante nas duas áreas.

O jogador do Palace também pode oferecer uma sólida cobertura defensiva, se necessário, e potencialmente dar a Rice mais liberdade para se movimentar no ataque quando a oportunidade surgir.

A jovem estrela do Palace parece ser uma excelente opção para o último lugar no meio-campo da equipa, mas terá de competir com Mainoo e Alexander-Arnold - ambos com capacidades que também merecem uma oportunidade na equipa inglesa.

A sua idade e a relativa falta de experiência em grandes palcos podem funcionar contra ele (bem como contra Mainoo) e parece que Alexander-Arnold será titular no meio-campo, embora Southgate ainda não tenha revelado qual será a sua combinação preferida.

Talvez o Euro-2024 chegue demasiado cedo para Wharton se afirmar como titular, mas tem um futuro brilhante pela frente, no clube e na seleção.

O Euro-2024 no Flashscore