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Para ambas, uma vitória garantiria a passagem à fase seguinte, enquanto um empate poderia significar problemas para Dinamarca e da Sérvia.
Um problema de cruzamentos
Até à data, o torneio não tem corrido de feição à Sérvia. Depois de ter perdido na estreia com a Inglaterra, com um golo de Jude Bellingham, a equipa de Dragan Stojkovic teve dificuldades em pontuar perante a surpreendente Eslovénia.
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Num grupo em que os golos são um ativo valioso (nenhum grupo teve menos golos nas duas primeiras jornadas do que os 7 do Grupo C), a Sérvia terá de encontrar formas de criar melhores oportunidades, uma vez que apenas quatro equipas tiveram um número de golos esperados(xG) inferior ao dos sérvios até agora (1,8).
A maior parte aconteceu contra a Eslovénia. Depois de uma exibição morna contra a Inglaterra, que resultou no menor xG desta edição (0,18), a Sérvia tentou penetrar na defesa adversária fazendo muitos cruzamentos. As 33 tentativas (incluindo cantos) contra a Eslovénia representaram o segundo maior número neste torneio.
![Cruzamentos da Sérvia contra a Eslovénia Cruzamentos da Sérvia contra a Eslovénia](https://livesport-ott-images.ssl.cdn.cra.cz/r900xfq60/ad285410-8228-4013-a6de-fc182e2f1af2.jpg)
E o último deles deu razão a Stojkovic, quando Luka Jovic cabeceou para o fundo das redes o passe de Ivan Ilic. Contra os dinamarqueses, é improvável que esse plano de jogo mude, já que os sérvios contam com um dos homens-alvo mais impactantes do Euro.
Avançados em dificuldades
A Sérvia tem em Aleksandar Mitrovic um dos jogadores mais prolíficos do futebol internacional. De facto, desde a viragem da década, tem-se destacado entre outros ilustres goleadores do país, ocupando o sétimo lugar no ranking de golos marcados entre os jogadores europeus.
![O maior número de golos internacionais desde o início da década O maior número de golos internacionais desde o início da década](https://livesport-ott-images.ssl.cdn.cra.cz/r900xfq60/3392b872-cfe8-4bcd-8c98-588f2c83aba4.jpg)
Neste torneio, no entanto, Mitrovic continua em boa posição entre os seus pares, sendo uma ameaça bem conhecida, mas que parece não conseguir encontrar a baliza. Apenas dois jogadores tiveram mais remates nas duas primeiras jornadas deste torneio sem marcar do que Mitrovic, com 7, depois de Cristiano Ronaldo (9) e Romelu Lukaku (8).
Seis desses remates foram contra a Eslovénia, quatro dos quais provenientes de cruzamentos. Aleksandar Mitrovic teve e desperdiçou três grandes oportunidades nesse jogo, tornando-se apenas o segundo jogador neste torneio com três oportunidades claras não convertidas, depois de Romelu Lukaku contra a Eslováquia.
![Os remates e golos esperados (xG) de Mitrovic Os remates e golos esperados (xG) de Mitrovic](https://livesport-ott-images.ssl.cdn.cra.cz/r900xfq60/90a79be9-5fd2-447c-a94b-3ad38551c26c.jpg)
Mas pelo menos Mitrovic está a ter oportunidades. Rasmus Hojlund tem tido dificuldades tanto no clube como no país, marcando apenas três golos nos últimos 19 jogos pela Dinamarca e pelo Manchester United. E é sobretudo com a camisola da Dinamarca que o avançado não tem tido oportunidades. Nos últimos seis jogos, registou oito remates com um valor total de 0,54 golos esperados(xG) e criou apenas uma oportunidade. Nada resultou em golo ou assistência.
Neste torneio, Hojlund tem apenas um remate em dois jogos. Felizmente para ele, esse número é igual ao de todos os substitutos dinamarqueses combinados (um remate de Mikkel Damsgaard contra a Inglaterra). No entanto, parece que os dinamarqueses terão de contar com outro jogador do Manchester United para chegar à segunda fase.
Eterno no meio-campo
Christian Eriksen tem sido a estrela absoluta da Dinamarca até agora neste torneio. Contra a Sérvia, Eriksen pode desempatar o recorde de jogos pela seleção dinamarquesa com Simon Kjær (ambos com 132 partidas), mas, como o defesa ainda faz parte do plantel, é possível continuem lado a lado após o apito inicial.
Mas, apesar de fazer parte do plantel há mais de 14 anos, Eriksen parece longe de estar acabado. Nas duas primeiras jornadas, o jogador registou (8) ou criou (11) 19 remates, pelo menos mais quatro do que qualquer outro no torneio. Aos 32 anos e 127 dias, tornou-se o jogador mais velho com mais de três oportunidades criadas em jogos consecutivos do Euro desde Andrea Pirlo (33 anos em 2012).
![Remates e oportunidades criadas Remates e oportunidades criadas](https://livesport-ott-images.ssl.cdn.cra.cz/r900xfq60/572e8864-47af-41a3-8723-0cc41379286e.jpg)
Pressão e posse de bola
Eriksen também faz a sua parte sem bola, já que é um dos 29 jogadores que recuperaram a posse mais de 10 vezes nas duas primeiras jornadas e é uma caraterística bem-vinda no estilo de jogo exigente do selecionador dinamarquês Kasper Hjulmand. O técnico prefere uma abordagem com muita pressão, com os dinamarqueses a ocupar o segundo lugar em termos de altos índices de recuperações (19) e o quarto em termos de passes após ação defensiva (PPDA, 10,4).
![A alta rotação da Dinamarca A alta rotação da Dinamarca](https://livesport-ott-images.ssl.cdn.cra.cz/r900xfq60/b88e9885-c211-48cf-9f10-d0467e534d56.jpg)
Ganhando a bola de forma agressiva, os dinamarqueses mantiveram o estilo caraterístico trocá-la com paciência nesta competição, sendo que apenas a Alemanha, Portugal e Croácia têm mais posse de bola (58,9%). Mas, como evidenciado pelas dificuldades do avançado Hojlund, não conseguiram fazer valer esse controlo. Os dinamarqueses ocupam o quinto lugar no ranking de remates, com 32, mas este número é um pouco distorcido pelo facto de serem também os terceiros a rematar de mais longe (14 até agora).
No total, os 32 remates acumularam um total de 2,48 golos esperados(xG), e a média de 0,078 golos esperados por remate é a quarta mais baixa entre as equipas do Euro após duas jornadas. Uma das razões para esta situação poderá ser a incapacidade para criarem situações de superioridade através de dribles sobre o adversário, uma vez que a equipa ocupa o último lugar em termos de dribles bem sucedidos (5/18) e de percentagem de sucesso nestas situações (28%).
Quebrar hábitos
Com as duas seleções um pouco estagnadas no ataque, pelo menos a Dinamarca pode contar com o histórico do confronto a seu favor. Os dinamarqueses venceram os três jogos anteriores contra os sérvios, marcando oito golos no total e sofrendo apenas um. No entanto, a Dinamarca não conseguiu vencer nenhum dos seus últimos seis jogos em grandes torneios (3 empates, 3 derrotas), igualando a série mais longa de 1986-1992 (1 empate, 5 derrotas).
A Sérvia, por sua vez, está há sete jogos sem vencer em grandes torneios (D2 e L5). Será que alguma delas conseguirá quebrar o mau hábito e obter a tão necessária vitória nesta terça-feira?