Euro-2024: Três duelos importantes na meia-final entre França e Espanha
Recorde aqui as incidências do encontro
A Espanha poderá conquistar isolar-se como recordista de vitórias ao levantar o quarto título, enquanto a França pode-se juntar aos espanhóis e à Alemanha com três títulos, caso chegue triunfe.
Na sombra dos alemães e italianos durante grande parte do século XX, a França e a Espanha tornaram-se as duas nações mais bem sucedidas em grandes torneios nas últimas décadas.
Desde que a França venceu o Campeonato do Mundo em 1998, apenas quatro das 13 finais do Campeonato do Mundo ou do Campeonato da Europa não contaram com a presença de nenhuma das duas.
Nesse período, a Espanha conquistou dois títulos do Euro e um Campeonato do Mundo, enquanto a França se sagrou campeã do mundo por duas vezes e venceu o Euro-2000.
A AFP Sport analisa as principais batalhas que vão decidir quem chega à final em Berlim, a 14 de julho:
O ataque ausente de França contra a defesa castigada da Espanha
Com o melhor ataque no Mundial de 2022, com 16 golos, a França chegou às meias-finais do Euro-2024 sem marcar golos de bola corrida.
A estrela Kylian Mbappé só marcou uma vez, de grande penalidade, numa altura em que atua e se debate com uma máscara depois de partir o nariz no jogo de abertura contra a Áustria. Os outros dois golos apontados pela França foram autogolos.
O seleccionador da França, Didier Deschamps, defendeu Mbappé no domingo, dizendo à TF1 que o avançado "já fez história... e quer fazer ainda mais história. Kylian está aqui, mesmo que não esteja a 100%".
No Euro-2016, Antoine Griezmann marcou seis golos - o dobro do melhor jogador seguinte - e fez duas assistências, mas raramente tem ameaçado as defesas adversárias na Alemanha. No entanto, se a França quiser fazer a diferença, o jogo de terça-feira pode ser a oportunidade perfeita contra uma defesa espanhola dilapidada.
Dani Carvajal e Robin le Normand, dois dos principais jogadores da equipa espanhola, vão falhar a meia-final por castigo.
Exceto o último jogo da fase de grupos contra a Albânia, a dupla foi titular em todos os jogos do torneio e a Espanha só sofreu um golo com ambos em campo. Jesus Navas, 38 anos, será o provável substituto de Carvajal e pode esperar muita ação do veloz Mbappé.
Pragmatismo contra positivismo
O duelo de treinadores desta terça-feira não é apenas um confronto de filosofias, mas também de tons. O francês Didier Deschamps, um dos únicos três homens a vencer o Campeonato do Mundo como jogador e treinador, levou os Bleus à final de três dos últimos quatro grandes torneios.
Abençoado com mais profundidade ofensiva do que talvez qualquer outra equipa no torneio, Deschamps não permite que as riquezas ofensivas corram livremente, preferindo a estabilidade defensiva através de uma rígida adesão à estrutura e à forma.
O treinador admitiu isso mesmo na campanha de qualificação da França, dizendo: "Sou pragmático e realista e os jogadores também sabem disso".
Apesar de ter marcado apenas três golos, a França não esteve em desvantagem em nenhum momento do Euro-2024. Em contrapartida, Luis de la Fuente dá rédea solta à sua equipa, dizendo muitas vezes que incentiva a equipa a jogar futebol, mesmo que cometa erros.
"Podemos prejudicar os nossos adversários de muitas maneiras diferentes", disse, após a vitória de abertura por 3-0 sobre a Croácia.
Oito jogadores diferentes marcaram golos pela Espanha.
Kanté contra Rodri no meio-campo
O médio espanhol Rodri tem a pretensão de ser o jogador mais importante da sua seleção, embora não seja tão conhecido como outros - um título que N'Golo Kanté carregou por muitos anos pela França.
A estrela do Manchester City proporciona controlo e calma no miolo, permitindo que os jovens extremos Lamine Yamal e Nico Williams corram mais riscos.
Rodri também tem o hábito de contribuir com golos cruciais, como o que aconteceu pouco antes do intervalo, quando a Espanha perdia com a Geórgia nos oitavos de final.
A energia e o empenho de Kanté foram fundamentais para a excelente década da França, aparecendo por todo o campo para impedir ataques adversários, muitas vezes antes de começarem.
Os prémios de homem do jogo que o jogador de 33 anos recebeu nos dois primeiros jogos da França mostraram que ele pertence novamente ao palco internacional após uma ausência de dois anos.