A UEFA anunciou esta sexta-feira que o defesa-central, que festejou um golo contra a Áustria fazendo um gesto de "lobo" com os dedos, seria suspenso por dois jogos, falhando assim o confronto com os neerlandeses.
O gesto de Demiral está ligado aos "Lobos Cinzentos", um ramo juvenil ultranacionalista do Partido do Movimento Nacionalista da Turquia (MHP), aliado do Partido AK do presidente Tayyip Erdogan.
"Consideramos injusta esta proibição, porque não foi um gesto político - foi interpretado como tal, mas foi apenas algo que não foi bem compreendido", disse aos jornalistas o treinador italiano da Turquia, Vincenzo Montella.
"Mas isto não vai acabar com o orgulho turco. Na verdade, estaremos mais apaixonados, mais orgulhosos. Queremos deixar o país orgulhoso, e tenho a certeza de que estaremos todos muito motivados, o que também se aplica aos adeptos", acrescentou.
Como Berlim tem uma das maiores diásporas turcas do mundo, Montella espera um grande apoio nas bancadas.
"Os nossos adeptos têm sido extraordinários até agora, cheios de paixão. Eles realmente transmitiram-nos toda a paixão e amor, do hotel ao estádio, de volta ao hotel. Também temos sido sempre muito corretos. E é isso que espero deles amanhã - um grande apoio", afirmou.
O treinador de 50 anos disse que tanto os jogadores como os adeptos devem controlar os seus sentimentos no sábado, especialmente no que diz respeito à expulsão de Demiral.
"Têm de mostrar o orgulho turco, têm de estar próximos da equipa e apoiar-nos, mesmo quando estamos a passar por momentos difíceis. Agora, em relação a Merhi, temos de gerir as nossas emoções antes do jogo, durante o jogo, as emoções internas e as emoções externas", disse.
"Somos a equipa mais jovem do torneio e as emoções são um fator importante quando se jogam estes jogos. Alguns jogadores são mais experientes, estão habituados a jogar certos jogos, estão habituados a preparar-se para estes jogos e têm um pouco de vantagem. Por isso, temos de ser capazes de gerir toda esta esfera emocional e transformá-la em energia, porque somos mais jovens e, de certa forma, podemos ter mais energia e isso pode dar-nos uma vantagem", disse Montella.