Kevin Kuranyi era um ponta de lança temido pela capacidade de cabeceamento, mas hoje em dia é um homem de família carinhoso. O seu filho Karlo Kuranyi está nas camadas jovens do Estugarda desde 2022 e só recentemente chegou à equipa B.
As primeiras aparições na terceira divisão alemã esperam-no. O sonho de imitar o pai e iniciar uma carreira profissional de sucesso está vivo e de boa saúde.
"Ele tem muito talento. É alto, é rápido, tem muito para oferecer. Vamos ver como se desenvolve", diz Kevin Kuranyi sobre o filho.
Melhores e piores memórias
- Jan Moravek: Também tenho um filho de quatro anos. Gostaria de saber como surgiu a ligação ao futebol. Foi um incentivo teu ou aconteceu automaticamente?
- Penso que o mais importante é que nós próprios sejamos vistos como modelos e que joguemos futebol com o nosso próprio filho - depois é automático.
- Falemos das participações no Campeonato da Europa. 2004 e 2008 foi há muito tempo, claro, mas também há uma certa ligação à República Checa. Houve aquela amarga derrota em Portugal em 2004...
- Exatamente, 2004 não foi, infelizmente, um bom Campeonato da Europa para nós. Não jogámos como devíamos, sendo a Alemanha, com dois empates e uma derrota. Fomos eliminados após a fase de grupos.
- Mas foi titular em todos os jogos. Isso foi positivo para si, não foi?
- Sem dúvida! Para mim, como jovem jogador, afirmar-me contra Miroslav Klose, jogar desde o início, foi algo especial.
- A segunda ligação com o futebol checo é muito melhor. Foi nas eliminatórias para o Campeonato Europeu de 2007, quando marcaste dois golos a República Checa no estádio do Sparta Praga.
- Foi um bom jogo para mim na altura. Acho que foi o meu primeiro jogo sob o comando de Joachim Löw.
- Chegaste à final do Euro-2008, onde jogaste quase uma parte inteira nesse jogo. São lembranças amargas para si?
- Sim, infelizmente. Fizemos um Campeonato da Europa muito bom, chegámos à final, e depois veio a Espanha, a melhor equipa. Na altura, tinham jogadores incríveis. Xavi, Iniesta, Torres, Casillas, Puyol, estavam a caminho de se tornarem a melhor equipa do mundo.
Nagelsmann é "o treinador certo para a Alemanha"
- Se eu puder recuar até 2004, esse foi o primeiro Europeu de Cristiano Ronaldo. Quando vemos que ele ainda lá está, é incrível, não é?
- Sim, é incrível! Que carreira ele teve! Claro que já nessa altura se via que ele treinava muito, que era um jogador muito profissional. Quando o vemos agora, percebemos o que ele fez, pelo futebol, por Portugal e por ele próprio.
- Sobre o atual Europeu, o que achas da Alemanha e em geral? Viste alguns dos jogos?
- Estive presente num jogo, entre a Hungria e a Alemanha. É claro que se sente a euforia e que todo o país está a ficar entusiasmado. Os estádios estão cheios, há um bom ambiente.
- Qual é a sua opinião geral sobre Julian Nagelsmann? Acho que ele é muito corajoso em comparação com Gareth Southgate, por exemplo, que quase não faz mudanças. O que pensas dele em geral? És fã?
- Sim, sem dúvida! Eu próprio trabalhei com Nagelsmann no final da minha carreira. Sei que ele é um excelente treinador e que pode melhorar a equipa. A equipa jogou bem no Campeonato da Europa. Acho que ele é o treinador certo para a Alemanha.
- Kevin, podes citar alguns jogadores que te surpreenderam positivamente neste Campeonato da Europa?
- O Nico Williams, de Espanha, é para mim o melhor jogador deste Campeonato da Europa. Ele é incrivelmente rápido, muito habilidoso e muito perigoso. Jamal Musiala não é uma grande surpresa para mim, porque sou fã de Musiala, mas saiu-se incrivelmente bem.
- Kevin, muito, muito obrigado! Só o melhor para o futuro!
- Para ti também, para ti e para a tua família!