Ferrán Torres, o suplente de luxo que exige mais minutos com golos
Ferrán Torres tornou-se o substituto perfeito, mas não quer contentar-se com o rótulo de revulsivo. Chegou um comboio sob a forma de uma nova internacionalização, a primeira com De La Fuente na equipa principal, e ele aproveitou ao máximo, com uma eficiência extraordinária. O contexto não poderia ser melhor: a Espanha era muito superior e já vencia por 2-0 uma frágil seleção de Chipre, que precisava dar um passo à frente para assustar Unai Simón e companhia.
O jogador substituiu Lamine Yamal, que tinha feito história como o mais jovem titular da história da seleção espanhola, e entrou em campo ansioso por continuar a aumentar o seu currículo mais do que notável com uma camisola que lhe assenta muito bem. Acostumado a entrar no segundo tempo, função que Xavi Hernández lhe atribuiu há algum tempo, ele parece ter se adaptado como se estivesse em um verdadeiro molde feito sob medida.
O seu primeiro golo foi marcado aos 73 minutos, aproveitando uma grande assistência de Dani Carvajal, com quem estabeleceu uma relação tão forte que parecia que treinavam juntos diariamente há vários anos. Depois, num golo que surgiu num contexto diferente, desta vez graças a um passe longo e medido de Rodri Hernández, libertou-se na diagonal para evitar o fora de jogo, como mandam as regras, e bateu Joel Mall por duas vezes.
Já tinha passado por esta situação em várias ocasiões, a última das quais contra o Villarreal, pouco antes da paragem internacional. Contra o Cádiz, também não precisou de ser titular para ser letal, depois de ter entrado aos 85 minutos, mais uma vez para pegar no testemunho de Yamal. A tendência começou a ganhar forma durante a pré-temporada.
Possível titular contra o Betis
A verdade é que o seu fantástico desempenho não pode passar despercebido aos olhos de Xavi, que terá de procurar a melhor formação possível para o jogo do próximo sábado. O Real Betis, um dos rivais mais difíceis da competição, vai tentar surpreender no Camp Nou, como já aconteceu há alguns anos (com Quique Setién num jogo frenético que terminou 3-4 e já com Manuel Pellegrini graças ao sucesso de Juanmi).
Para além do seu bom papel em campo, é de notar que Lamine está a acumular demasiados jogos com apenas 16 anos e que o treinador poderia dar-lhe algum descanso. Ele jogou pouco mais de três quartos de hora contra a Geórgia e 60 minutos na segunda partida, mais do que se poderia esperar. É provável que, pela segunda vez na época, tenha de esperar pela sua vez no banco.