Fúria espanhola rumo aos oitavos e com estatuto de forte candidato
Recorde as principais incidências do encontro
Espanha e Itália, um clássico dos Europeus. O jogo que mais vezes aconteceu na fase final dos Campeonatos da Europa era, ao mesmo tempo, o mais esperado. Já o era antes da primeira jornada, passou a ser ainda mais depois de La Roja ter amassado a Croácia no arranque do grupo da morte. A Itália, por outro lado, não tinha convencido particularmente contra a Albânia, mas é a atual campeã da Europa.
O duelo era também aguardado pelos estilos diferentes entre as duas seleções, mas o que se assistiu esta noite foi um festival da equipa espanhola, a única a jogar verdadeiramente.
Itália contou com mais uma grande exibição de Donarumma, que já tinha feito a diferença frente à Albânia e que estava a voltar a puxar para si os galões de ter sido eleito melhor jogador da última edição do Europeu. Pedri podia ter feito o primeiro logo aos 2 minutos. Um pouco mais tarde do que os 23 segundos albaneses, mas Itália voltou a entrar mal. Valeu o guardião do Paris SG, o único que mostrou ao longo do jogo ter estatuto de campeão europeu.
Espanha entrou com tudo e Nico Williams começou cedo a dar dores de cabeça a Di Lorenzo. O lateral do Nápoles é cobiçado no mercado, mas o preço terá baixado depois das maldades que o ex-Athletic foi fazendo ao longo da partida. O lateral italiano contou com auxílio desde cedo, mas foi novamente preciso recorrer a Donnarumma para evitar o golo espanhol, desta vez do próprio Nico Williams.
A crónica da partida, diga-se, não passa disto. Enquanto Espanha, que até tinha passado por um jogo atípico em que não teve tanta bola como é habitual, jogava como queria e estava instalada no meio-campo italiano. A sensação era simples: mais cedo ou mais tarde, Espanha iria acabar por conseguir passar por Donnarumma, por muito que o guardião transalpino estivesse a um nível estratosférico.
Spaletti recolhia as tropas sempre que podia. Pedia sacrifício e uma equipa abenegada. Não era dia para dominar, era dia para sobreviver. O posicionamento defensivo italiano mostrou isso mesmo, mas, em 2024, o catenaccio raramente funciona.
Roja furiosa precisou de um empurrãozinho
A atual campeã da Europa fez tudo para sobreviver e ainda chegou viva ao intervalo, apesar da exibição dominante da equipa espanhola, mas tanta insistência acabou por revelar-se decisiva para o conjunto de Luis de la Fuente.
Um desvio infeliz de Calafiori, num lance iniciado por Iñaki Williams, deixou Espanha com uma vantagem mais do que justificada desde os segundos iniciais (55 minutos).
Depois do golo sofrido e de um par de oportunidades - Yamal rematou muito perto do ferro, Nico Williams acertou em cheio na trave - Itália ainda conseguiu ter alguma bola, mas o desgaste e a forte capacidade de pressão do conjunto espanhol revelou-se intratável. Se Espanha conseguir manter o nível no Europeu, há mesmo motivos para gritar "Si se puede".
Homem do jogo Flashscore: Donnaruma (Itália)