Martínez: "Não precisamos de ser imprevisíveis, faz parte de mostrar o que queremos fazer"
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Falta de criatividade é estratégica ou incapacidade devido ao adversário: "Para nós, o importante é ter jogadores, trabalhar, mostrar sincronização e conhecimento. Todos sabemos como jogam as grandes equipas, o importante é a execução do talento dos nossos jogadores. Tivemos quatro jogos, 30 treinos, estamos nos quartos de final e estamos focados, dentro do balnéario sempre com muita auto-crítica para melhorar, mas o estilo é claro e não precisamos de mudar para ser imprevisíveis. Ser previsível faz parte de querermos mostrar o que queremos fazer no relvado".
Mensagem aos jogadores nos penáltis: "Há momentos que são para o grupo, que podemos partilhar no futuro. Partilhei muitos momentos com o mister Humberto Coelho e essa será uma história para o futuro, gostaria de guardar o que aconteceu com os jogadores. Amanhã precisamos de uma nova história e esperemos que no futuro possa partilhar o que aconteceu".
Críticas às substituições: "As críticas fazem parte do meu trabalho, tenho informação, critério, o que preparei com a equipa técnica para o jogo, há muitos dados que precisamos para tomar decisões. Mas faz parte, passou um ano e meio (desde que chegou ao comando), as críticas mostram a paixão que há pela seleção e aceito isso. Temos jogadores muito importantes, mas eu vejo os treinos, os jogadores e a competitividade no balneário. Tivemos um apuramento com 10 vitórias e tive críticas, quando anunciei a convocatória também. O meu foco não são as críticas ou comentários, o trabalho é fazer com que o desempenho amanhã seja o melhor possível. Os nossos adeptos têm uma paixão incrível pela seleção".
Dificuldades com equipas defensivas e jogo bonito: "Há dois pontos, o primeiro é que os jogos são muito competitivos no torneio, a preparação é muito boa dos adversários e é difícil marcar o primeiro golo. Não concordo que não arrisquemos, somos a seleção que mais arrisca, com mais remates, cruzamentos e chegadas ao último terço. O golo é a consequência de lá chegar, mas o número de jogadores que lá chegam, a posse de bola está lá, isto é o que dizem os números, não é a minha opinião. Queremos melhorar, jogamos muito bem contra a Turquia, uma equipa que está nos quartos de final. É uma mistura, há muitas coisas que foram bem feitas e outras que precisamos de melhorar, mas não concordo que a equipa não arrisca e não tem personalidade com bola. Tivemos 36 cantos, só a Alemanha teve esse número. Há muitos números que mostram que a seleção arrisca e quer ganhar jogos. Precisamos é de marcar".
Jogadores disponíveis e passado pessoal com a França (duas eliminações): "Tivemos um treino fantástico, estou muito contente, este sorriso é por isso. Três treinos depois da Eslovénia, temos todos aptos, 23 jogadores que já se estrearam, todos os de campo, três guarda-redes com o Diogo Costa que deu uma memória incrível aos portugueses, o Rui Patrício e o José Sá que trabalham a um nível fantástico. Como selecionador estou muito contente. Quanto à experiência, isso ajuda. O que importa amanhã são os jogadores, têm que desfrutar, dar tudo, a França tem boa equipa como nós, mas todas as competições são diferentes".
Livres apontados por Ronaldo é uma decisão que passa pelos jogadores: "Passa pelos jogadores (dentro de campo). Eles treinam isso no treino, é uma tradição o Cristiano e o Bruno Fernandes, são os dois que têm essa responsabilidade. Por vezes é o perfil, a posição, o momento, mas temos a sorte de ter dois jogadores com um nível muito alto nos livres".
Comparação entre Portugal de 2016 e de agora: "Não gosto de comparar gerações, porque é muito subjetivo. É um momento incrível e chave como seleccionador de Portugal, todos falamos do que significa jogar pela seleção. O momento que mostra isso é a preparação do Éder, preparou-se para aquele momento e a oportunidade de criar memórias inesquecíveis. Ganhar o Euro-2016 é uma memória ou um jogo que não gosto de comparar com esta geração. Agora há outro caminho, acredito que somos melhores".
Quem pode ser o Éder do jogo de amanhã: "É interessante, porque acho que os 23 jogadores estão preparados. Olho para os jogadores e não tenho dúvidas quanto àquilo que podem fazer, já todos tiveram minutos e estão preparados. Não é uma questão de qualidade, mas psicológica".
João Palhinha: "É muito importante porque dá muito equilíbrio, trabalha muito sem bola, ganha-a rapidamente, trava transições e dá espaço e tempo aos nossos jogadores. Todos os treinadores valorizam muito, mas há jogos que não têm o mesma respeito de fora, mas para nós o Palhinha é muito importante".
Sorte de ter Ronaldo: "Para mim todos os dias parece ser um novo dia, é significativo ver um jogador que já ganhou tudo, que tem um número absurdo de recordes, a nível de golos e da seleção, a frescura que traz é surpreendente. É um exemplo, quer ganhar e competir todos os dias, quando tens um jogador tão comprometido sentes-te privilegiado".
Alterações em relação ao último jogo: "Não posso revelar (risos). Ainda não falei com os jogadores, mas posso dizer que estamos recuperados. O período de jogo com a Eslovénia não tem importância amanhã. Utilizamos 23 jogadores, a França 18, os jogadores estão aptos e preparados".
Preparação específica para parar Mbappé: "O importante é controlar o contra-ataque, a França não é só Mbappé. Há jogadores que podem atacar o espaço e precisamos de limitar isso, é um aspeto muito forte da equipa deles, defendem com muitos jogadores e abrem espaço rápido na frente. Como equipa precisamos de um desempenho completo, controlar o jogo, evitar esses ataques rápidos e defender bem a nossa área. A seleção francesa está cheia de muito boas individualidades".
Cristiano Ronaldo vs Mbappé e sofrimento português: "Sofrer faz parte do futebol e da vida. O importante é o final feliz. Podemos prometer que vamos dar tudo, os jogadores estão orgulhosos, focados em jogar este grande momento do futebol português, mas é um jogo de equipa. Amanhã não é um jogo individual entre dois jogadores incríveis, com influência no desporto mundial. Essa influência vai continuar, o Cristiano teve influência no Mbappé, o Mbappé está a ter noutros jogadores... Amanhã precisamos de um nível muito, muito alto para ganhar".
Demasiados cruzamentos: "Nós olhamos para atacar o adversário de fora, por dentro, pela direita e pela esquerda, não queremos utilizar só um foco. Temos jogadores que fazem a diferença em todas as partes do relvado, as ligações são muito fortes. É certo que os cruzamentos não tiveram a qualidade que deviam, mas isso também tem a ver com a qualidade do cruzamento, o número de jogadores na zona de finalização e o adversário. O importante é chegar, só assim criamos oportunidades. Não estou preocupado nesse sentido".
Jogar bem não é jogar bonito, concorda?: "Gosto de avaliar os torneios no final, gosto de jogar bem e bonito e de ganhar com muitos golos. A perfeição não existe, mas trabalhamos para mostrar o nível máximo. A nossa seleção quando joga bonito joga melhor e quando joga melhor está mais perto de ganhar".