Momento Flash da semana: o orgulho inabalável de uma nação que resiste
A pausa internacional nem sempre é interessante, especialmente quando é preenchida, na sua maioria, por encontros particulares de preparação para grandes competições, como o Euro-2024 e a Copa América. No entanto, ainda faltava encontrar as últimas três equipas a ganhar bilhete para a fase final do Campeonato da Europa, que vai ser disputado na Alemanha.
Entre as 12 seleções à procura das últimas vagas através do play-off destacava-se a Ucrânia. Presente nas últimas três edições, havia a expectativa de perceber como é que uma equipa e um país marcados pela guerra iriam superar o caminho rumo à fase final do Europeu.
Na Polónia, casa emprestada da seleção, de clubes e de pessoas de nacionalidade ucraniana, a turma orientada por Sergiy Rebrov tinha algo a provar ao mundo e nem o difícil grupo de qualificação colocou um travão na força daquele país.
Com Inglaterra e Itália como grandes favoritos, a Ucrânia lutou pelo apuramento até à última jornada, mas o nulo frente a Itália não foi suficiente para conseguir o bilhete para a fase final do Euro de forma direta.
Por isso, o play-off servia como última oportunidade para representar uma seleção que, tal como as várias cidades ucranianas, foi afetada pelo impacto da guerra. O trajeto nestes jogos a eliminar serve como uma metáfora para a forma como os ucranianos têm resistido às investidas russas.
Resistência ucraniana
No primeiro play-off, a Ucrânia esteve a perder por 1-0, na Bósnia, praticamente toda a segunda parte. Aos 84 minutos, os ucranianos estavam fora do Euro-2024, mas três minutos bastaram para uma reviravolta que eliminou os bósnios do play-off pela quarta vez consecutiva. Roman Yaremchuk, ex-Benfica, e Dovbkyk, uma das estrelas do Girona, mostraram a fibra de um país que não desiste.
Em Chorzów, a última barreira para o Euro-2024 chamava-se Islândia, uma seleção que não tinha encantado particularmente na fase de qualificação (quarto lugar no grupo J, de Portugal), mas que tinha goleado (1-4) Israel.
Tal como em Zenica, a Ucrânia começou a perder. Gudmundsson deixou os islandeses em posição de vantagem, mas Tsygankov e Mudryk, a seis minutos do fim, devolveram o orgulho de uma nação que, muito provavelmente, será a segunda favorita da maioria dos seguidores do Campeonato da Europa.