O talentoso jogador de 20 anos parecia estar a dar continuidade à sua boa forma, depois de ter vencido a Liga dos Campeões e a La Liga, após uma primeira época fantástica no Real Madrid. Mas, depois de dois jogos, aquele momento tornou-se o ponto alto de Bellingham e da Inglaterra na Alemanha até agora.

Os três leões foram confirmados como vencedores do Grupo C na terça-feira, após um empate sem golos com a Eslovénia, que se seguiu a um empate (1-1) contra a Dinamarca.

O clima mudou drasticamente com o surgimento de uma série de problemas para Gareth Southgate e, surpreendentemente, o desempenho de Bellingham é um deles. As dificuldades de Bellingham para se impor foram levantadas pela primeira vez contra a Dinamarca, mas Southgate permaneceu fiel e manteve-o no papel de número 10, atrás de Harry Kane, para o jogo contra a Eslovénia.

A mudança não valeu a pena e as estatísticas pintam um quadro bastante alarmante. Zero remates, zero oportunidades criadas, zero desarmes e apenas um passe bem sucedido para o último terço.

Mas o mais preocupante para o médio foi a sua falta de precisão com a bola, perdendo a posse 16 vezes. Bellingham nunca se coibiu de exigir a bola e quis ser pró-ativo, mas nada parecia resultar.

Muitos dos seus passes podiam ser classificados como "seguros", enquanto a maior parte dos seus passes progressivos estavam fora do alvo. As suas frustrações aumentavam e era estranho ver isso, tendo em conta a confiança que muitas vezes demonstrava.

Era muito claro que um Bellingham com ar perdido estava a fazer um mau jogo, mas Southgate optou por mantê-lo em campo e dar-lhe os 90 minutos completos.

Obviamente, que o médio do Real Madrid não é o único jogador inglês que, até à data, se mostrou desnorteado ou com um desempenho fraco no Euro-2024. Muito se tem falado sobre o impacto do já referido Kane e do seu papel, da ineficácia de Phil Foden na ala esquerda e das limitações de Kieran Trippier como defesa esquerdo de pé direito.

Há grandes problemas espalhados pelo campo, mas as exibições muito abaixo do padrão de Bellingham podem ser as mais preocupantes para a Inglaterra.

Ele não está a ligar-se bem o suficiente com os médios e atacantes e, numa posição tão central, não parece haver muito equilíbrio e os ataques estão basicamente fracassando.

Isso torna mais convincente o argumento de que Bellingham deve recuar mais para o meio-campo, o que poderia resolver mais alguns problemas. A mudança permitiria a Foden ocupar o seu lugar preferido, mais produtivo, no centro, o que abriria uma vaga para Anthony Gordon na esquerda.

Será que isso vai acontecer? Southgate costuma ser inflexível e rígido, mas a Inglaterra precisa de algum tipo de faísca, já que o futebol de mata-mata é um tipo diferente de competição.

Parece um pouco bizarro que esse seja até mesmo um tópico de discussão sobre Bellingham, que já mostrou muitas vezes na sua jovem carreira que pode virar o jogo a qualquer momento. Ele terá outra oportunidade nas oitavas-de-final, mas é só uma questão de aproveitar a chance.