Roberto Martínez: "Acho que estamos preparados mas ainda não estamos no nível máximo"
Portugal na máxima força: "Acho que o período de preparação foi muito bom. Correu bem porque o objetivo foi claro. Tínhamos objetivos táticos, objetivos de preparar os conceitos que amanhã e nos outros jogos precisamos de mostrar. E depois individualmente. Acho que o período foi muito bom do ponto de vista individual, todos os jogadores de campo estão aptos, todos tiveram minutos, têm todos valências diferentes. Aqueles com os quais tínhamos dúvidas fisicamente, estão perfeitos. Os três guarda-redes já mostraram que a equipa pode ganhar jogos com eles na baliza. A preparação foi muito boa".
Dois ou três centrais? "Ainda não posso dizer, mas só faltam 24 horas. Estamos perto. O importante para nós é que é muito claro o que queremos fazer. Mas ainda não falei com os jogadores. Temos mais um treino hoje e posso só dizer que o Diogo Costa vai estar na baliza, falei com os três guarda-redes e estão a trabalhar muito bem. Acho que eles precisam de preparação diferente antes do jogo, acho importante que o Diogo saiba que vai estar no 11".
Qualificação com pleno de vitórias: "Agora começamos um período novo, o período competitivo. Temos três jogos e é isso. A competitividade do balneário é mais forte agora do que durante o apuramento, agora temos jogadores novos, que mostraram um nível muito bom. Precisamos de trabalhar bem. O talento é um facto, mas precisamos de mostrar valências sem bola, psicológicas de que podemos encontrar adversidades durante os jogos, vai acontecer. Isso faz parte de ser uma equipa. Acho que estamos preparados, mas ainda não estamos no nível máximo. Esse só pode chegar depois dos três jogos".
Importância de Cristiano Ronaldo num balneário jovem: "O Cristiano é muito importante. A minha experiência em Europeus e Mundiais é a mistura no balneário. Mistura de experiência e talento novo. Temos isso muito bem representado. O Cristiano, como o Pepe, têm uma experiência sem igual no balneário. São os jogadores mais velhos do torneio. E depois temos jogadores como João Neves e o Chico Conceição, que estão a mostrar uma influência importante durante os jogos. É uma mistura necessária. Está tudo ligado com o mesmo foco e compromisso. É essencial para nós."
Francisco Conceição é um joker da Seleção? "Não, o Francisco teve uma estreia, um jogo no 11 inicial, mas tem um processo importante. Acho que é um jogador diferente para nós, vertical, que em situações de um contra um tem um perfil importante. Depois do primeiro jogo era importante não correr riscos. Tínhamos informação do período de recuperação dele. Tem uma grande explosão e precisava de recuperar bem. Nos últimos treinos esteve a um nível muito alto. Agora é deixar o jogo e o futebol tomar decisões. Mas, para mim, é um jogador importante no balneário".
Correções em relação ao jogo com a Croácia: "Precisamos de relembrar que o jogo era amigável. Quando ganhas, não tem muito significado. Quando perdes, não tem muito significado. O resultado final... Analisámos o jogo. Tivemos três jogos e é importante analisar os três. Foi importante mostrar o que pode acontecer ao sofrer um golo nos primeiros minutos, que nunca tinha acontecido. Então, foi importante. Jogo para crescer e depois dos 90 minutos, a equipa está mais preparada."
Superstições: "Não. É uma resposta aborrecida, mas não. Não tenho superstições. Nasci no dia 13, a uma sexta-feira. Não sou pessoa para ter superstições".
Como vive as horas antes do jogo? "No futebol de seleções as coisas mudam. Temos muito tempo para preparar os jogos. É importante estar tranquilo, ter um plano de trabalho. Quando não posso terminar o plano de trabalho, é difícil para mim desfrutar. Mas acho que, com a experiência, podemos utilizar melhor o tempo e estar tranquilo. Precisamos de ajudar os jogadores, os treinadores não ganham jogos mas têm de dar soluções. Se puder ter o tempo bem utilizado, posso desfrutar".
Selecionador da República Checa prometeu futebol ofensivo: "Acho que o estilo deles é muito claro. Defrontei-os três vezes. Claro que a estrutura pode mudar, mas a ideia e o estilo gosto muito. É um estilo de pressão alta, de arriscar, serem objetivos. Têm jogadores que querem marcar golos. A experiência do Soucek, do Schick. São jogadores que têm ideias claras, a formação individual deles marca o estilo da seleção. Concordo com o treinador. A República Checa joga para ganhar, gosta de correr riscos e acho que vai ser um jogo fantástico para os adeptos neutros".
Foco principal no quartel-general na Alemanha: "Acho que o foco começou quando saiu o sorteio, ficámos no Grupo F e isso foi importante para termos um plano. É a primeira vez que temos um bloco de mais de quatro dias para preparar um jogo. Encontrámos uma receção fora do comum, a forma como fomos recebidos foi muito boa. Está tudo a correr conforme planeado. Já vimos algumas equipas jogarem e estamos ansiosos para começar amanhã".
Importância de ganhar na estreia: "Quando falamos em ganhar, como é que ganhas? Não nos focamos em ganhar, focamo-nos em jogar bem e executar o plano para depois tentar ganhar. Há coisas que temos de fazer antes de ganhar. Claro que temos um grupo experiente. Ganhar ou perder o primeiro jogo não garante ou tira a qualificação. O importante é crescer na competição e ganhar jogos".
Cristiano Ronaldo defendeu que esta geração merece um título: "Acho que a fase de apuramento mostrou que o grupo está com uma atitude, mentalidade e compromisso muito importantes. Ganhámos 10 jogos. Agora, é um torneio. É diferente. Não há nada mais do que estes três jogos por agora e precisamos de mostrar o nosso nível no torneio. O Cristiano tem muita experiência, é o único jogador do mundo com cinco europeus e agora pode jogar o sexto. A sua experiência é importante, o que pode fazer no balneário é importante, mas sabemos que como equipa precisamos de enfrentar momentos de adversidade para ver se temos nível para chegar longe".
Estado físico e mental de Cristiano Ronaldo: "Tenho de o admitir, está cá por mérito. Ninguém está na seleção pelo nome. Esteve em destaque no clube e fez nove golos na qualificação. É alguém que pode abrir espaços nas defesas adversárias, faz movimentos como mais ninguém e é o nosso primeiro homem a defender. Os números provam tudo isso".
Nome para a missão portuguesa: "Recebi muitas palavras e muitas ideias e acho que a melhor é paixão, é o que a nossa Seleção mostra. No treino, a vestir a camisola, a representar o nosso país. Apaixonados é a palavra que melhor descreve o grupo."
Eliminou Portugal no último Europeu: "No futebol de seleções não podes comparar. Os torneios são diferentes. Estamos a falar de um Europeu durante o Covid, em países diferentes, com estádios cheios e vazios. Não se pode comparar. O nosso balneário está preparado, temos 23 jogadores de campo que podem jogar amanhã e isso é o que vamos avaliar nos próximos três jogos".
Estado emocional da equipa: "Tivemos um período de preparação muito bom, todos os jogadores estão com uma energia muito boa. A receção foi espetacular. Acho que a maneira como nos trataram em Portugal, os jogos de preparação que fizemos foram fantásticos. Todos os jogadores estão tranquilos, orgulhosos e preparados."
República Checa é o adversário mais difícil? "Espero que não seja o mais difícil... Queremos que todos sejam difíceis e que, à medida que formos avançando, mais difíceis sejam. Esperamos que eles defendam muito alto, que saiam para transições. Vai ser um jogo aberto e muito difícil".
Trouxe bagagem até dia 15 de julho? "Precisamos de acreditar, é importante. De sonhar. Se não sonharmos, é difícil ter sucesso no futebol. Mas também temos de ter a responsabilidade de jogar bem. O jogo de amanhã é o momento perfeito para mostrar que estamos preparados, que podemos jogar com as expectativas que há. Mas depois dos três primeiros jogos, podemos avaliar se merecemos ficar para mais ou não. Tenho sete camisas... Não trouxe só três. Mas isso agora tem a ver com o nível que podemos mostrar nos três jogos".