Solidez defensiva da França vai ser colocada à prova pelas ausências
"As ausências na defesa? É um perigo. Não é o ideal. Gostariade ter toda a gente disponível e ter um ponto de referência", disse Didier Deschamps numa conferência de imprensa na segunda-feira. Sem muitos jogadores do sector mais recuado devido a lesões e a um calendário apertado, o treinador tem de construir a sua retaguarda de forma inteligente. Embora a qualificação para o Euro-2024 esteja quase garantida, Deschamps continua a olhar para o futuro e quer continuar no caminho que tem seguido desde o Campeonato do Mundo. O da solidez.
Baliza inviolada
É uma estatística notável. Após 5 jogos disputados e ganhos pela seleção francesa nesta fase de qualificação para o Euro 2024, Les Bleus não sofreram um único golo. A dupla central, geralmente formada por Lucas Hernandez e Dayot Upamecano ou Ibrahima Konaté, não deixa ninguém entrar pelo meio. No flanco esquerdo, Théo Hernandez dá segurança, enquanto Mike Maignan protege a baliza. Apenas no flanco direito, partilhado por Benjamin Pavard e Jules Koundé, há dúvidas quanto à eficácia.
Até agora, no entanto, as várias opções desse lado do campo têm dado resultado. Isso não impediu Deschamps de reforçar o plantel com a chegada de Jonathan Clauss em outubro. "A situação obriga-me a procurar perfis diferentes para o Benjamin", explicou o treinador. Com a ausência de Koundé, essa afirmação mostrou-se ainda mais precisa, já que Malo Gusto foi escolhido da mesma forma que Axel Disasi (que também ficou de fora da convocatória por lesão e acabou substituído por Castello Lukeba).
Forçado a reconsiderar seus planos, Deschamps ainda tem alguns dias para decidir o que acontecerá com sua defensiva. O esquema deve manter os seus pontos fortes, mas variar de acordo com a forma e as capacidades dos laterais disponíveis.
Pavard, Clauss ou... Gusto?
A escolha mais óbvia é o lateral-direito do Inter. Ele é o jogador que está há mais tempo na seleção francesa e já mostrou que é capaz de se impor. Relegado para segundo plano desde o Campeonato do Mundo, e depois de uma quebra de forma no clube, nem sempre foi a opção preferida. Mas contra os Países Baixos, e no particular contra a Escócia, ele deve ser capaz de desempenhar seu papel.
Por outro lado, Clauss também tem um papel a desempenhar neste estágio. Depois de uma boa passagem pelo Marselha e do regresso a um bom nível, o lateral precisa provar seu valor para estar na melhor forma possível em campo. É provável que a sua motivação o leve a superar-se tendo em vista o próximo Campeonato da Europa. Cabe-lhe a ele deixar a sua marca e manter-se lá.
Quanto a Malo Gusto, esta é a sua primeira convocatória para a seleção principal. Suspenso pelo Chelsea nos últimos três jogos e muito instável no início da época, é pouco provável que seja utilizado neste estágio, exceto em caso de força maior. O seu perfil é mais o de um jogador de corredor do que o de um verdadeiro trunfo defensivo numa equipa de quatro defesas, pelo que o jovem aprenderá mais do que jogará. No entanto, foi selecionado e beneficiará, sem dúvida, da oportunidade de aprender com os seus companheiros de equipa.