Sonho travou no sinal rojo: Espanha elimina Geórgia do Europeu
Recorde as incidências da partida
O futebol é bonito pelas diferenças e pela forma como jogadores distintos, equipas distintas e adeptos distintos conseguem fazer parte do mesmo desporto. Estratégias diferentes para procurar o mesmo resultado, a vitória.
Não há dúvidas de que Espanha tinha as melhores individualidades e era melhor equipa à partida para a eliminatória com a Geórgia, que já tinha celebrado o grande feito de atingir pela primeira vez a fase a eliminar num Europeu, depois de também ter festejado o primeiro apuramento da sua história, mas num campo de futebol tudo pode acontecer.
O futebol praticado pelos espanhóis faziam com que La Roja fosse super favorita para este duelo, mas a derrota de Portugal servia de alerta para o conjunto orientado por Luis de la Fuente. Como se esperava, Espanha entrou personalizada e podia até ter marcado logo nos primeiros instantes da partida, o que certamente iria ajudar a definir a história da partida.
Os georgianos, motivados pelos adeptos que continuam na Alemanha a sofrer pelo país mas também por 10 milhões de euros, sabiam que teriam de sofrer muito para lidar com o futebol de ataque espanhol. Nico Williams e Lamine Yamal começaram logo a acelerar o jogo, mas Mamardashvili manteve o estatuto de guarda-redes do torneio para segurar o nulo. E quão importante é um nulo para uma equipa como a Geórgia.
Assim, tal como aconteceu contra Portugal, o primeiro lance de ataque foi também o primeiro golo da partida. Desta vez, a Geórgia nem precisou de rematar. Mikautadze conduziu a jogada desde a esquerda, colocou a bola no flanco oposto e Kakabadze cruzou tenso para o auto-golo infeliz de Le Normand (18 minutos).
O golo inaugural foi também uma ordem para recolher. Não que a Geórgia estivesse particularmente subida, mas a ideia de Sagnol passou por colocar a equipa ainda mais perto da área de Mamardashvili e contar com o guardião do Valência para segurar o que daí pudesse vir.
Espanha ressentiu-se do 0-1, mas nem por isso deixou de criar perigo. Com mais dificuldades para penetrar na área da Geórgia, surgiram os remates de fora da área para as tais defesas de Mamardashvili, mas a Espanha acabou por chegar ao empate antes do intervalo. As dificuldades físicas de Kiteishvili, que depois foi substituído, deram espaço para Rodri, o homem dos golos importantes, rematar à entrada da área, de pé esquerdo, para o empate (39 minutos).
Com o empate no marcador, o plano da Geórgia não mudava assim tanto. Com linhas baixas e a bola nos pés dos espanhóis, o plano era confiar em Mamardashvili, claro, e no duo ofensivo de Mikautadze e Kvaratskhelia. O homem do Nápoles quase fez o golo do Europeu quando viu Unai Simón adiantado e decidiu rematar desde o meio-campo. A bola não fez o arco perfeito, mas foi o suficiente para que os georgianos voltassem a sonhar.
Só que o sonho não pode durar para sempre. De livre direto, Lamine Yamal deu aquele primeiro golpe que quase fez despertar, mas Mamardashvili voltou a ser herói... por poucos segundos. Na insistência, o mesmo Yamal colocou uma bola perfeita para a cabeça de Fabián Ruiz (51 minutos). O médio do PSG apareceu ao segundo poste e consumou a reviravolta, com Mamardashvili muito perto de evitar o 2-1.
Com a Espanha em vantagem, o espaço apareceu. A Geórgia ainda teve uma ocasião clara de golo, com Tsitaishvili a rematar ao lado da baliza de Unai Simón quando tinha espaço para fazer melhor, mas a partir daí a Fúria Espanhola intensificou-se e só acabou em goleada.
Um autogolo de Gvelesiani ainda foi anulado por fora de jogo de Lamine Yamal, mas em contra-ataque Nico Williams aproveitou um passe perfeito de Fabián Ruiz para fazer o 3-1 num lance de um para um (75 minutos) logo a seguir.
Prova da qualidade à disposição de Luis de la Fuente, Dani Olmo ainda saiu do banco para fazer o 4-1 (83 minutos), numa altura em que a equipa da Geórgia já estava completamente perdida, a pensar no sonho que tinha terminado neste domingo, em Colónia.
Já o sonho espanhol ganha ainda mais motivos para continuar vivo. Apesar do primeiro golo sofrido no Europeu, a Espanha voltou a dar uma demonstração de força e provou que é a melhor equipa em cena na Alemanha. Agora, é preciso prová-lo nos quartos de final, precisamente contra o anfitrião.
Homem do jogo Flashscore: Fabián Ruiz (Espanha)