Paris-2024: Estados Unidos tentam roubar o ouro ao Brasil na última dança de Marta
Acompanhe as incidências da partida
Os Estados Unidos chegaram aos Jogos Olímpicos com um plantel renovado e com um ponto a provar depois de uma fraca participação no Mundial do ano passado, quando foram eliminados nos 16 avos-de-final.
As norte-americanas também tiveram um desempenho abaixo do esperado nas duas últimas Olimpíadas, terminando fora das medalhas no Rio-2016 e conquistando o bronze há três anos em Tóquio.
Mas a chegada do renomada técnica inglesa Emma Hayes, proveniente do Chelsea, deu aos Estados Unidos o impulso de que precisavam, e elas foram inspiradas no caminho até a final pelo empolgante trio de ataque formado por Sophia Smith, Mallory Swanson e Trinity Rodman.
Cada uma delas marcou três golos no torneio, e os EUA venceram os três jogos da fase de grupos contra a Zâmbia, Alemanha e Austrália, antes de derrotarem o Japão e as alemãs no prolongamento da fase de mata-mata.
Agora, as americanas esperam aumentar o seu recorde de quatro medalhas de ouro no futebol feminino e conquistar o título pela primeira vez desde Londres-2012.
"Emma chegou tão cedo antes do torneio, por isso sabíamos que seria um desafio, mas ela chegou a voar e nós adoramos-nos-la", disse Smith, a avançada nascida no Colorado que completa 24 anos no dia da final.
"Ela tem trabalhado todos os dias para ganhar a nossa confiança e mostrar que se preocupa connosco. Ela é uma grande treinadora e uma grande mentora. Somos uma equipa completamente diferente e muito do mérito é da Emma. Ela comunicou muito claramente os papéis de cada uma. Estamos muito entusiasmadas por ela ser a nossa treinadora durante muito tempo", acrescentou.
Terceira vez com sorte?
A posição dos EUA como potência mundial indiscutível do futebol feminino parecia ter desaparecido por algum tempo após o Mundial da Austrália e da Nova Zelândia no ano passado, quando uma brilhante seleção espanhola liderada por Aitana Bonmatí se sagrou campeã.
No entanto, a Espanha perdeu a oportunidade de juntar o ouro olímpico ao título e à Liga das Nações da UEFA, depois de ter sido surpreendentemente derrotada pelo Brasil por 4-2 na meia-final de terça-feira, em Marselha.
As brasileiras vão defrontar os Estados Unidos no jogo da medalha de ouro e vão tentar a sorte pela 3.ª vez, depois de terem perdido para os mesmos adversários na final de Atenas em 2004 e em Pequim em 2008.
Os Estados Unidos venceram as duas finais no prolongamento e ambas contaram com a presença de Marta, ídolo brasileiro e várias vezes vencedora do prémio de melhor jogadora do mundo da FIFA.
Agora, aos 38 anos, ela participa na sexta e provavelmente última edição dos Jogos Olímpicos, e espera conquistar o ouro, além das duas medalhas de prata.
Marta volta após suspensão
Marta não participou da vitória nos quartos-de-final contra a anfitriã França e na meia-final contra a Espanha devido a uma suspensão após ter sido expulsa por uma jogada imprudente no último jogo do Brasil na fase de grupos, também contra as espanholas.
"Agora ela vai poder terminar a Olimpíada jogando uma final, onde merece estar. Espero que ela consiga sair com a medalha de ouro", disse Gabi Portilho, que marcou golos nas quartas-de-final e na semifinal.
Resta saber se a final será a despedida de Marta da competição internacional pelo seu país, ou se ela ainda poderá participar no Mundial-2027, que o Brasil irá receber.
"Marta mudou o jogo de futebol em todo o mundo", disse Rodman sobre Marta, que passou grande parte da sua carreira nos Estados Unidos.
"Ela é uma jogadora de futebol muito talentosa, mas também uma grande pessoa. Eu sempre a admirei. Ela tem um legado para sempre, mas nós queremos o ouro".