Paris-2024: Jenni Hermoso reclama mais protagonismo na Espanha
Titular indiscutível no Campeonato do Mundo de 2023 e na Liga das Nações Europeias de 2024, a 10 de 34 anos foi relegada para o banco de suplentes na primeira participação das ibéricas no Torneio Olímpico de Futebol Feminino.
Na primeira fase, jogou apenas a parte final da vitória inicial por 2-1 sobre o Japão (entrou em campo aos 68 minutos) e foi titular na vitória por 2-0 sobre o Brasil na decisão do Grupo C, quando já estavam qualificadas para os quartos de final, mas saiu de campo aos 59 minutos.
No sábado, em Lyon, na difícil vitória por grandes penalidades sobre a Colômbia (4-2, 2-2), teve a sua maior sequência de jogos: entrou aos 65 minutos para substituir Alexia Putellas, Bola de Ouro em 2021 e 2022, e jogou até ao final do prolongamento.
A entrada revitalizou o ataque das campeãs do mundo, que perdiam por 2-0 e eram favoritas ao ouro. Ela marcou o seu primeiro golo na competição para fazer o 2-1, terminando um passe da atacante Salma Paralluelo, que também foi vital para garantir um lugar nas meias-finais.
"Estive pronta desde o minuto zero, desde o momento em que saí do banco. Desde o momento em que saí do banco, disse que ia deixar tudo em campo e espero ter deixado para que a equipa possa continuar a desfrutar destes Jogos Olímpicos", garantiu.
A falta de protagonismo da jogadora (136 minutos em quatro jogos) motivou questões para Montse Tomé, principalmente depois de Hermoso dizer que não entende sua substituição durante a fase de grupos.
"Estou perfeitamente bem, continuo a ser a mesma jogadora que era há um mês ou há três dias. Há coisas que não têm resposta e agora tenho um papel diferente. Aceitando ou não, é o que tenho de fazer", disse na altura à rádio Cope.
Tomé descartou que o facto de Hermoso ter sido relegada para o banco de suplentes tenha algo a ver com problemas físicos e atribuiu a sua decisão de a mandar para o banco de suplentes à forte concorrência interna na equipa campeã do mundo.
A Espanha optou por um meio-campo liderado pelas duas detentoras da Bola de Ouro, Putellas e Aitana Bonmatí, com Patri Guijarro como pivô. Na frente, o trio é formado por Paralluelo no centro e Mariona Caldentey e Athenea del Castillo nas alas.
"Ela é uma jogadora que sempre jogou e elas têm de começar a perceber que o futebol é isto. Por isso, como já disse, a Jenni é uma grande jogadora, está a aceitar o seu papel, é algo novo e, no final, teve tempo para jogar como se fosse titular", disse a selecionadora depois de vencer as colombianas.
"Para continuar a lutar"
Pelo que Tomé disse, parece que a jogadora do Tigres do México estará novamente na segunda linha para o confronto final de sábado no Parc des Princes, casa do PSG em Paris.
A seleção ibérica vai defrontar a Canarinha em Marselha na terça-feira, motivada depois de ter eliminado a anfitriã França por 1-0 em Nantes no sábado. Vice-campeãs olímpicas em Atenas 2004 e Pequim 2008, as brasileiras não poderão contar com a lendária atacante Marta, que foi expulsa por uma entrada dura na lateral espanhola Olga Carmona na fase de grupos.
"Cada vez as seleções estão mais preparadas ou querem nos vencer", disse Hermoso depois de brilhar contra as Cafeteras: "No final, somos como uma equipa a ser batida. Sabemos que o futebol é um trabalho diário e tentamos manter ou ter a consistência para sermos a melhor equipa do mundo e prepararmo-nos para continuar a lutar."