Paris-2024: Vem aí a última dança de Marta na saga pelo inédito ouro
Acompanhe as incidências da partida
Entre os muitos motivos para seguir o torneio, o Flashscore separou algumas principais notas sobre a corrida do Brasil pelo tão sonhado ouro olímpico, num torneio que marca o adeus de uma das maiores lendas do futebol mundial.
1) A última dança de Marta
Esta será a sexta edição de Jogos Olímpicos de Marta e a sua última participação no maior evento do desporto mundial. A camisola 10, seis vezes eleita a melhor jogadora de futebol do planeta, já anunciou que será o adeus à Seleção Brasileira depois dos Jogos.
Em Tóquio, ela tornou-se a primeira atleta a marcar em cinco edições diferentes de Jogos Olímpicos. Na disputa deste ano, com mais um golo, ela pode igualar Cristiane e tornar-se a melhor marcadora da história do futebol feminino olímpico. Hoje, a camisola 10 contabiliza 13 golos no total contra 14 de Cristiane, fora da lista de convocadas pelo técnico Arthur Elias.
Marta chega a Paris-2024 em boa forma física, conforme apontado pela equipa técnica da seleção. O início de temporada da Rainha pelo Orlando Pride foi em alto nível, sendo titular em 10 dos 13 jogos da equipe norte-americana. Além disso, a camisola 10 foi fundamental nos últimos particulares da canarinha na Data FIFA, com duas goleadas sobre a Jamaica, por 4-0 e três gols.
2) Para quebrar o ciclo do "quase"
Esta será a oitava participação consecutiva da seleção brasileira feminina de futebol no torneio olímpico. A equipa disputa o certame desde a primeira edição, nos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996. Por duas vezes, a modalidade esteve próxima da ouro, mas acabou por falhar a concretização desse objetivo.
Em ambas as ocasiões, a seleção foi derrotada na final pelo mesmo adversário: os Estados Unidos - 2 a 1 e 1 a 0 nos Jogos Olímpicos de Atenas-2004 e Pequim-2008, respetivamente. O conjunto verde e amarelo chegou à fase eliminatória de todos os torneios olímpicos que disputou.
Em Tóquio, o Brasil acabou por cair nos quartos de final para o Canadá. Após o nulo no tempo normal, a guarda-redes canadiana Labbé se destacou na marca dos onze metros com duas defesas e deu fim ao sonho olímpico da canarinha. Em Paris, as comandadas por Arthur Elias querem tirar o "quase" da história brasileira e transformar as duas pratas obtidas no tão sonhado ouro olímpico.
3) Resposta após fracasso no Mundial
A seleção brasileira feminina está de coração partido. A participação no último Mundial levantou reflexões sobre o rumo da modalidade. A equipa foi eliminada na fase de grupos da competição, algo que levou a uma profunda reformulação administrativa, inclusive com a demissão da técnica Pia Sundhage e a chegada de Arthur Elias, multicampeão pelo Corinthians.
Nove meses depois dessa transformação, é possívelver que esta é uma nova seleção brasileira, porém a equipa ainda não está totalmente amadurecida e enfrenta uma competição do prestígio dos Jogos pode trazer a experiência necessária - e definitiva - dentro deste processo de reformulação.
Ao contrário do torneio olímpico masculino, onde 16 seleções disputam a competição, o futebol feminino apresenta apenas 12 equipas em três grupos de quatro. Mediante isso, vencer a Nigéria esta quinta-feira é extremamente fundamental para os planos da seleção, já que dois melhores terceiros avançam para os quartos.
Com Espanha e Japão no grupo, o Brasil sabe que vai encontrar dificuldades.. Historicamente, a seleção brasileira nunca perdeu para a Nigéria nos Olímpicos, com duas vitórias em dois jogos. Mas todo o cuidado é pouco e o conjunto verde e amarelo, logo de cara, sabe que terá uma decisão pela frente.
4) Hora de encarar a Europa
A seleção brasileira feminina vive também algo que o conjunto masculino enfrentou recentemente. A crítica pela ausência de desafios contra equipas europeias. No torneio olímpico deste ano, a turma comandada por Arthur Elias terá pela frente a Espanha, atual campeã do mundo.
Desde que assumiu o comando da seleção feminina, o ex-Corinthians soma 15 jogos, com dez vitórias, dois empates e três derrotas, 34 golos marcados e 11 sofridos. Mas nenhuma dessas partidas foi contra seleções europeias.
A principal competição que o Brasil disputou nesta "metade" de ciclo foi a Taça do Ouro, realizada com adversárias das Américas, especialmente da Concacaf. Foram cinco vitórias consecutivas até a queda na final para os Estados Unidos, por 1-0.
Além das norte-americanas, a seleção enfrentou ainda Canadá e Japão - outras duas equipas que estarão nos Jogos Olímpicos - em três ocasiões, totalizando uma vitória, um empate e uma derrota.
5) Novas caras
A seleção feminina chega a Paris-2024 modificada. Das 22 chamadas (sendo 18 convocadas e quatro suplentes), apenas seis possuem experiência olímpica - Marta, Ludmila, Tamires, Rafaelle, Angelina e Luciana. Uma mudança que traz o tom da proposta de Arthur Elias: abrir portas para uma nova geração de atletas.
Entre as convocadas, chamam a atenção a guarda-redes Tainá, do América-MG, e a avançada Kerolin, do NC Courage. A última regressa após uma grave lesão no ligamento cruzado anterior (LCA) do joelho direito, enquanto a guarda-redes do Coelho mineiro foi chamada pela primeira vez para compor a equipa. No entanto, ela é uma velha conhecida do técnico Arthur Elias. Tainá foi comandada pelo treinador durante oito anos, quando defendeu o Corinthians, entre 2016 e 2023.
Confira lista de convocadas:
Guarda-redes: Lorena (Grémio) e Tainá (América-MG);
Laterais: Antonia (Real Madrid), Tamires (Corinthians) e Yasmin (Corinthians);
Centrais: Rafaelle (Orlando Pride), Tarciane (Houston Dash) e Thais Ferreira (UD Tenerife);
Médias: Ana Vitória (Atlético de Madrid), Duda Sampaio (Corinthians) e Yaya (Corinthians);
Avançadas: Adriana (Orlando Pride), Gabi Portilho (Corinthians), Gabi Nunes (Levante), Jheniffer(Corinthians), Ludmila (sem clube), Kerolin (NC Courage) e Marta (Orlando Pride);
Suplentes:
Luciana (guarda-redes) – Ferroviária
Lauren (defesa) – Kansas City Current
Angelina (média) – Orlando Pride
Priscila (avançada) – Internacional
Quadro de jogos:
Brasil x Nigéria – 25 de julho – Bordéus
Brasil x Japão – 28 de julho – Paris
Brasil x Espanha – 31 de julho – Bordéus