A Grã-Bretanha não compete na prova masculina desde Londres-2012. Não apareceu no Rio-2016 e em Tóquio-2020. E com mais uma ausência em Paris, porque acontece isto?
Enquanto os grandes torneios, como o Campeonato do Mundo e o Campeonato da Europa, são geridos pela FIFA e pela UEFA, os Jogos Olímpicos são supervisionados pelo Comité Olímpico Internacional (COI). As quatro nações - Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte - são todas equipas individuais quando competem em eventos da FIFA ou da UEFA, mas são registadas em conjunto nos Jogos Olímpicos como uma Grã-Bretanha conjunta.
No entanto, a Escócia, o País de Gales e a Irlanda do Norte receavam que esta unificação olímpica afectasse a sua independência em futuras competições da FIFA e da UEFA. A Grã-Bretanha deixou, assim, de participar no futebol masculino olímpico na década de 1970, mas foi aberta uma exceção para Londres-2012, uma vez que os Jogos se realizaram em casa.
Cada um dos países aceitou inscrever uma equipa com a garantia de que o seu estatuto de independência seria protegido noutros eventos importantes. A equipa de 2012 era composta por 13 jogadores ingleses e cinco do País de Gales e chegou aos quartos de final, perdendo para a Coreia do Sul nos pontapés da marca de grande penalidade.
E a equipa feminina?
A equipa feminina da Grã-Bretanha também participou em Londres-2012, mas a principal diferença reside no facto de poderem qualificar-se para futuros Jogos. A Escócia, o País de Gales e a Irlanda do Norte opuseram-se a uma equipa para o Rio-2016, mas a equipa foi reactivada para Tóquio-2020 após um acordo entre os países. Foi eliminada nos quartos de final tanto em 2012 como em 2020.
Segundo o acordo, o melhor classificado dos quatro países será nomeado para competir por uma das três vagas olímpicas disponíveis para o continente europeu. Antes de Paris-2024, a Inglaterra era responsável por esta tarefa, mas não conseguiu qualificar-se para o evento principal, o que significa que este ano não haverá nenhum representante da Grã-Bretanha em Paris.
Sarina Wiegman, que lideraria a Grã-Bretanha, só conseguiu levar a Inglaterra ao segundo lugar do grupo na Liga das Nações - o torneio utilizado para determinar a qualificação olímpica.