A vingança de Félix: português marca golo da vitória do Barcelona sobre o... Atlético (1-0)
Estava escrito no guião. Claro que estava. Tanto se falou de João Félix, da sua disputa com o Atlético, clube que detém os seus direitos até 2029, que o português tinha de ser o protagonista. Para o bem e para o mal. E escolheu o primeiro porque tem qualidade para dar e vender.
Cada toque, cada passe, cada movimento que fez como um bailarino no melhor dos seus espetáculos, dando tudo como se a sua vida dependesse disso. Uma canção de amor pelo Barcelona e de desprezo pelo Atlético, mas sem palavras. Félix falou com a bola nos pés. Com o pé esquerdo, marcou o 1-0. Foi com tudo no duelo com Nahuel Molina, encarou Oblak e, subtilmente, colocou a bola por cima do antigo companheiro.
O golo foi mais do que merecido. Deveria até ter chegado mais cedo. A equipa de Xavi entrou com mais energia, ganhando todos os duelos, assediando todos os jogadores colchoneros que se atreviam a tocar na bola. Lewandowski teve três oportunidades claras de golo, mas nenhuma delas passou perto. O mesmo aconteceu com Raphinha, constantemente apoiado pelo atual lateral Koundé. E Cancelo, também pela direita, foi um míssil.
A equipa de Simeone continuava a tirar a água, mas não conseguia tapar todos os buracos. Pedri, entrelinhas, jogava ao gato e ao rato com De Paul e Koke. Só faltou o toque final. No Atlético, Morata e Griezmann estavam desaparecidos. Mesmo assim, o francês teve a oportunidade de empatar a partida, depois de uma corrida de Llorente, mas De Jong apareceu do nada para anular o remate. Nahuel também teve uma oportunidade logo no início, mas nada mais. Foi um banho de bola. E o intervalo chegou com Oblak a negar o segundo golo a João Félix.
A tripla substituição de Cholo
Se pudesse, Simeone teria mudado os seus onze jogadores, mas manteve-se fiel a três: Correa, Azpilicueta e Samuel Lino entraram para o lugar de Giménez, Nahuel e Riquelme. Estava à procura de uma revolução. Mas o revolucionário continuava a ser João Félix, que provocou um amarelo e, no seu esforço defensivo, até recebeu um cartão amarelo. Quem o viu e quem o vê!
O Barcelona estava com tudo. As aproximações sucediam-se, Raphinha rematava contra o poste, mas o marcador não se mexia. E isso fez com que o Atleti acreditasse ainda mais, pois apanhou alguns contra-ataques com Griezmann e Morata. Pelo menos, já estavam a olhar para a baliza de Peña. E o domínio, então, deixou de ser tão avassalador. O Barça queria, ou tinha, de abrandar o ritmo. E os rojiblancos, mais frescos, começaram a soltar-se assim que João Félix saiu.
Xavi procurou mais pernas para segurar a reviravolta do guião e retirou o português de jogo, mas a tendência era outra. E Memphis, um ex-Blaugrana, fez encolher os corações dos Culés com um livre que acertou na trave depois de Iñaki Peña ter raspado. Uma defesa e um susto, dois em um.
O duelo terminou com a equipa madrilena a prender os catalães na área, que só respiraram com uma ação de Lewandowski que merecia ter terminado em golo. Mas não terminou, tal como o Atlético não conseguiu encontrar o alvo, com Peña a fazer mais uma vez uma gigante defesa a remate de Correa. No final, uma vitória muito meritória do Barcelona.