"Estamos todos conscientes de que existem episódios racistas na sociedade e que temos de trabalhar arduamente para eliminar esses episódios racistas. Mas é profundamente injusto para Espanha, e particularmente para Madrid, dizer que somos uma sociedade racista e que, além disso, põe em risco a realização do Campeonato do Mundo de 2030. Peço-lhe que rectifique isto. Ele tem de retificar, de pedir desculpa. Saibam que, quando houver um episódio racista, terão todos nós do vosso lado, mas não terão todos nós do vosso lado quando disserem que somos racistas. Porque isso não é verdade. Quando se comete um erro, é preciso corrigi-lo", afirmou o presidente da Câmara de Madrid.
Vinícius, que durante a sua entrevista também afirmou estar satisfeito por viver em Espanha e que os racistas são um sector minoritário da sociedade espanhola, considera que é importante tomar medidas radicais para acabar com o flagelo do ódio.
"Ser um futebolista extraordinário não significa que não possa cometer erros e, desta vez, cometeu-os. Vinicius tem a grande maioria da sociedade espanhola do seu lado para lutar contra o racismo, mas não podemos estar do seu lado quando ele chama racista a praticamente toda a sociedade e, em particular, à sociedade madrilena. Porque não o posso aceitar", afirmou o político.
"Devem valorizar o facto de viverem numa das cidades mais abertas, acolhedoras e diversificadas do mundo. Se há uma coisa que caracteriza Madrid é o facto de não perguntarem a ninguém de onde vem ou para onde vai. Aqui ninguém é considerado ou excluído. O facto de ter tido de suportar alguns episódios lamentáveis não justifica que classifique praticamente toda a sociedade espanhola como racista e que diga que o Campeonato do Mundo de Futebol de 2030 não se deve realizar", afirmou.