Bola de Ouro: Brasileiro Vinícius Júnior prepara-se para se sentar no trono
“Podemos dizer que Vinícius Júnior será o próximo Bola de Ouro, sem dúvidas. Para mim, é muito claro que o Vini vai ganhar a Bola de Ouro. Não pode haver outro vencedor”, atirou o técnico a poucos dias da cerimónia, reforçando o que vários meios de comunicação têm adiantado nas últimas semanas: o internacional canarinho vai receber o galardão organizado pela revista France Football, agora em conjunto com a UEFA.
Aos 24 anos, Vini pode atingir o ponto mais alto da carreira, depois de na temporada passada – a que se reporta o prémio – ter ajudado os merengues a vencer a Liga espanhola, a Supertaça de Espanha, e, claro, a joia maior de qualquer clube, a Liga dos Campeões, em que assinou o segundo golo na final com o Borussia Dortmund (2-0).
Em contraste com o sucesso nos blancos, acabou por desiludir na Copa América, em que nem participou na eliminação do Brasil aos pés do Uruguai, nos quartos de final, por estar suspenso, face ao cartão amarelo escusado que viu na derradeira jornada da fase de grupos.
O avançado canarinho deverá ser consagrado como o sucessor do argentino Lionel Messi, que no ano passado reforçou o estatuto de recordista de troféus, com oito (2009, 2010, 2011, 2012, 2015, 2019, 2021 e 2022/23), e que, desta feita, está ausente dos 30 nomeados finais, tal como o português Cristiano Ronaldo, o segundo jogador com mais galardões, com cinco (2008, 2013, 2014, 2016 e 2017).
Pela primeira vez desde 2003, os dois astros que dominaram o futebol mundial na última década e meia estão em simultâneo fora da corrida, na qual o inglês Jude Bellingham e o espanhol Rodri ainda alimentam esperanças de bater Vini, tendo em conta que o primeiro também participou nas conquistas do Real Madrid e chegou à final do Euro2024 e o segundo foi crucial no inédito tetra do Manchester City em Inglaterra e no título europeu de Espanha, além de ter sido eleito o melhor jogador do torneio continental de seleções.
Dani Carvajal, histórico jogador merengue, teria sérias hipóteses de ser consagrado pela primeira vez, uma vez que é o único campeão europeu por clubes e seleções na mesma época presente na lista de candidatos, mas a história não é favorável aos defesas: nas 67 edições anteriores, foram apenas três os defesas que mereceram a distinção, nomeadamente os alemães Franz Beckenbauer (1972 e 1976) e Matthias Sammer (1996), e o italiano Fabio Cannavaro (2006).
Entre os 30 candidatos, há dois portugueses nomeados, o central Rúben Dias (Manchester City) e o médio Vitinha (Paris Saint-Germain), bem como o norueguês Erling Haaland, o francês Kylian Mbappé, segundo e terceiro classificados em 2023, respetivamente, o inglês Harry Kane, melhor marcador entre as ligas europeias (36 golos pelo Bayern Munique), ou o jovem prodígio Lamine Yamal.
De resto, depois de ter sido o melhor jovem no Euro-2024, Yamal é o grande favorito a receber o troféu Kopa, que consagra o melhor jogador sub-21, numa luta em que o português João Neves, agora no PSG e que alinhava no Benfica em 2023/24, também surge bem posicionado para, pelo menos, arrecadar um dos lugares do pódio.
Na corrida ao Ballon d’Or feminino, a espanhola Aitana Bonmatí procura o segundo troféu consecutivo, enquanto o troféu Lev Yashin é disputado por 10 guarda-redes, entre os quais o português Diogo Costa, do FC Porto, que enfrenta a concorrência de nomes como Donnarumma (PSG), Kobel (Borussia Dortmund) ou Unai Simón (Athletic Bilbao).
Pela primeira vez, serão entregues troféus aos melhores treinadores de equipas masculinas e femininas, sendo que Filipa Patão, técnica do Benfica, é uma das seis nomeadas na segunda categoria, depois de chegar aos quartos da Champions e fazer o pleno em Portugal.
Na primeira, destacam-se o campeão europeu Carlo Anceloti (Real Madrid) ou o espanhol Xabi Alonso, que conduziu o Bayer Leverkusen ao primeiro título de campeão alemão da sua história.
A cerimónia do Ballon d’Or vai decorrer na segunda-feira, no Théâtre du Châtelet, em Paris, a partir das 20:00 (em Lisboa), consagrando os eleitos com base no desempenho da época passada, no período compreendido entre 1 de agosto de 2023 e 31 de julho de 2024, em detrimento do ano civil.
A cerimónia decorrerá sob inédita organização da UEFA, na sequência do acordo celebrado entre o organismo regulador do futebol europeu e o grupo de comunicação social Amaury, proprietário da revista France Football, que atribui o galardão desde 1956 e continua responsável pela supervisão do sistema de votação.