Buscas na federação espanhola e na casa de Rubiales têm por base alegada corrupção na Supertaça de Espanha
Um tribunal espanhol está a investigar desde junho de 2022 se Rubiales cometeu um crime de gestão imprópria, quando a RFEF acordou com a empresa Kosmos, do antigo jogador do Barcelona Gerard Piqué, a transferência do torneio, disse uma fonte judicial.
Rubiales não respondeu imediatamente a um pedido de comentário, mas já negou ter cometido qualquer infração. A RFEF não quis comentar.
Cinco pessoas foram presas em Madrid e duas em Granada, em conexão com o caso, disse a Guarda Civil Espanhola à Reuters, sem dar nomes ou mais detalhes.
Rubiales irritou os tradicionalistas do futebol espanhol, ao expandir o confronto entre os campeões da liga e os vencedores da Taça do Rei para um formato de quatro equipas, mudando o evento de agosto para janeiro e transferindo-o para fora da Espanha.
Em 2019, a RFEF celebrou um acordo de três anos no valor de 120 milhões de euros com a autoridade desportiva saudita para organizar a competição na Arábia Saudita.
A juíza Delia Rodrigo Diaz ordenou novas buscas na base da RFEF, em Madrid, e no apartamento de Rubiales, em Granada, como parte de sua investigação, disse a fonte à Reuters.
A procuradoria nacional disse que a investigação estava a procurar corrupção nos negócios, gestão imprópria de bens e lavagem de dinheiro.
A polícia efetuou 11 buscas em locais não especificados em Espanha relacionadas com o caso.
Enquanto a Guarda Civil e agentes à paisana faziam buscas nos escritórios da federação de futebol, a seleção espanhola treinava no campo adjacente. A Espanha defronta a Colômbia na sexta-feira, em Londres, e o Brasil na terça-feira, em jogos amigáveis.
O pessoal da RFEF foi impedido de entrar no edifício. A imprensa que cobria o treino e entrevistava os jogadores foi vigiada de perto enquanto a polícia realizava buscas que começaram às 9:30 e continuaram durante a tarde.
Uma fonte da RFEF disse à Reuters que a casa de Rubiales também foi revistada. As imagens mostram os agentes da Guarda Civil a sair de um apartamento no centro da cidade de Granada com uma caixa de cartão com a etiqueta "Luis Rubiales" e vários outros sacos.
A investigação vem juntar-se aos problemas legais de Rubiales, que foi acusado de agressão sexual e coação por ter dado um beijo não solicitado na boca da jogadora Jenni Hermoso durante os festejos após a vitória da Espanha no Campeonato do Mundo Feminino, no ano passado.
Rubiales demitiu-se do cargo de presidente da RFEF em setembro e foi banido pela FIFA de todas as atividades futebolísticas durante três anos.
O seu reinado turbulento como presidente da RFEF incluiu também a decisão chocante de demitir o treinador espanhol Julen Lopetegui dois dias antes do jogo de abertura do Campeonato do Mundo de 2018.