Carlo Ancelotti: "Adoro que o Brasil me queira mas é preciso respeitar o contrato"
- Como está a equipa após a pausa internacional antes do confronto de domingo?
- A equipa está bem. Em geral, aqueles que regressaram com as suas equipas nacionais estão em boa forma. Aqueles que trabalharam aqui têm-se saído bem. Infelizmente, tivemos o infortúnio da lesão de Mendy, mas de resto estamos prontos.
- O que pode dizer sobre o seu futuro e os rumores de que o Real Madrid pode mudar de treinador?
- A questão é bastante simples. Não me surpreende que haja rumores. Não estou preocupado com isso e estou apenas a pensar em fazer um bom trabalho neste clube. Tudo é bastante claro: vou ficar aqui o tempo que o Real Madrid me permitir. Estamos a ir muito bem e sinto muito afeto do clube, do presidente, dos adeptos e dos jogadores. O ambiente à minha volta é muito calmo e eu também estou. Temos estes dois meses para tentar ganhar alguma coisa, para tentar ganhar um título e depois, esperemos, poderei continuar.
- O que pensaria se fosse um adepto brasileiro?
- Todos podem dizer o que quiserem neste mundo, mas depois há a realidade. E no meu caso é bastante simples: eu tenho um contrato e quero cumpri-lo. Não porque haja algo escrito, mas porque eu gostaria de ficar em Madrid. Gosto deste clube e tudo o que pode acontecer quando o meu contrato terminar é o futuro, algo que ninguém sabe.
- O que sente ao saber que o Brasil o quer como selecionador?
- A realidade é que eu adoro que uma seleção como o Brasil me queira, isso deixa-me muito satisfeito. Mas é preciso respeitar o contrato e eu quero cumpri-lo.
- Mantém a ideia de se retirar do futebol depois de deixar o Real Madrid?
- Não, mas vamos ver.
- A incerteza sobre o seu futuro influencia os sete jogadores que terminam os seus contratos este verão?
- Penso que o ambiente neste momento é muito calmo. Estamos motivados e concentrados no que temos de fazer. O que está a ser dito na imprensa sobre o meu contrato, se vou embora, se vou ficar e os jogadores que estão prontos para a renovação, não é um assunto de que se fale aqui. Aqui falamos de Valladolid, Barcelona, Chelsea e de todos os jogos que nos restam. É um assunto que é falado, mas que não me preocupa a mim, ao clube ou aos jogadores. Eles sabem muito bem o que têm de fazer.
- Xavi disse na sexta-feira que se Gavi jogasse por outra equipa, as críticas seriam diferentes. O mesmo se aplicaria a Vinícius?
- E se o meu avô tivesse rodas, ele seria um carro! Todos têm os seus problemas. Vinícius, Gavi e outros jogadores já os tiveram. Isto é futebol, mas no final o mais importante é respeitar os jogadores e as pessoas.
- Vinícius Tobias pode ser promovido à equipa principal?
- Como outros de Castilla, ele tem muito potencial e todos eles estão a progredir muito bem. Vamos falar de questões contratuais no final da época.
- Que razões encontra para tantas lesões na equipa?
- Os problemas de lesões que temos são os mesmos que as outras equipas. As exigências do futebol conduzem por vezes a lesões, infelizmente. A verdade é que Mendy não teve uma temporada de sorte porque se lesionou, mas é um jogador muito importante para nós. Mas substituimo-lo bem quando ele estava fora e voltaremos a fazê-lo.
- Falaria com o presidente da Confederação Brasileira de Futebol se ele viesse a Madrid?
- Eu não o conheço, mas se ele quiser falar comigo, adoraria conhecê-lo para o cumprimentar.
- O que pensa sobre Barcelona ter um dia de descanso extra para se preparar para a Taça?
- Não me surpreende e também não me incomoda. É verdade que eles têm um dia extra, mas temos tempo para recuperar bem depois do esforço do jogo de amanhã. Nesse sentido, não há problema ou desvantagem.