Clássico é oportunidade de coroar Vini Jr. como o melhor jogador do mundo

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Não estás contente? Um hat-trick! Na noite de terça-feira, em mais uma daquelas noites famosas da Liga dos Campeões, Vinicius Jr. voltou a vestir o manto de melhor jogador do mundo. E não se pode dizer que não escolhe os seus momentos, apesar de o jogo ser uma reedição da final de Wembley. A atitude dos merengues na primeira parte foi catastrófica, tal como a do brasileiro, que nada conseguiu fazer. A segunda parte, pelo contrário, entrou para a história: impulsionado pelo seu número sete europeu, o Real Madrid tornou-se a primeira equipa da Liga dos Campeões a recuperar de uma desvantagem de dois golos ao intervalo.

E isso é edificante. Tal como as discussões entre os jogadores ao intervalo: "Não podemos continuar assim! Tanto em termos de atitude como de concentração", explicou Lucas Vázquez na zona mista após o jogo, depois de ter marcado o terceiro golo da sua equipa aos 83 minutos. E, de facto, a imagem transmitida durante os primeiros 45 minutos não foi digna desta camisola, uma cara que tem estado presente com muita frequência desde o início da temporada.

Capaz, portanto, do pior, mas também do extraordinário, o Real Madrid disputa o Clásico este sábado à noite, no Santiago Bernabéu, contra o Barcelona, que lidera a LaLiga. E, como muitas vezes acontece, a vida tem o seu quê de especial: se vencer, o Real Madrid iguala a invencibilidade de 42 jogos do Barcelona no campeonato! Tudo isto a dois dias da cerimónia da Bola de Ouro, onde Vinicius Jr. será coroado. E se o brasileiro desse uma aula de mestre digna desse nome?

Comparado com Pelé, Vini continua a escrever a sua própria história

Sozinho no mundo. Sim, Vinicius Jr. vem se destacando dos demais há nove meses. Apesar de um início de temporada lento, reflexo do facto de a sua equipa não ter conseguido desenvolver o seu melhor futebol, o brasileiro tem vindo a crescer a cada jogo que passa, culminando com uma atuação como esta contra o Borussia Dortmund. Três golos, dois deles obras-primas, todos na semana que antecedeu a Bola de Ouro.

"Ele fez-me lembrar o Pelé", disse Emilio Butragueño ao Movistar+ após o jogo. Palavras fortes, vindas de um ídolo do Real Madrid e do diretor de relações institucionais do clube espanhol, mas não as únicas. Outros, como os companheiros de seleção Marquinhos e Gabriel, admitiram que esperavam ver o camisola 7 do Real conquistar o seu primeiro troféu individual na segunda-feira.

"O Vini vai ganhar a Bola de Ouro graças à sua temporada passada, não pela atuação desta noite", lembrou Carlo Ancelotti na conferência de imprensa.

Os oito golos e cinco assistências de Vinicius Jr. em 14 jogos são um registo superior ao do ano passado, nesta fase da época. Muitos se perguntavam como seria o desempenho do brasileiro com a chegada de Kylian Mbappé e é claro que a observação só pode ser positiva.

"Sabemos que podemos conseguir qualquer coisa no Santiago Bernabéu", disse o homem do jogo ao Movistar+. "A Liga dos Campeões é a nossa competição e queremos ganhá-la novamente. Quanto à minha relação com o clube, eles fizeram tudo por mim e devo-lhes isso. Quero ficar aqui para sempre".

Depois de ouvir o Santiago Bernabéu inteiro entoar o seu nome no final de um jogo para a Bola de Ouro, Vinicius Jr. está a poucos dias de uma merecida coroação. Gozado, insultado e vítima de racismo, tudo desde a sua chegada a Espanha, o jogador de 24 anos responderá da melhor maneira possível em Paris, após a sua histórica temporada 2023/2024. Mas antes disso tem a oportunidade de levar a sua equipa a um Clássico em busca de um recorde coletivo.